Enquadramento:
«POR TERRAS DO ALANDRO»
O Alandroal foi fundado em 1298 por D. Lourenço Afonso, Mestre de Avis, e, em 1486, recebeu foral.
Nas terras deste concelho crescem aloendros, ou alandros, cuja madeira é usada no artesanato local, e daí a origem do topónimo.
O concelho de Alandroal, localiza-se no distrito de Évora, em pleno Alentejo Central, sendo servido pelas EN 373 e a EN 255. Geograficamente, faz fronteira com Espanha através da margem direita do Grande Lago de Alqueva, e abrange uma área de aproximadamente 545 km2 repartidos por quatro freguesias.
Destacando-se a presença de um vasto património, com relevância histórica, religiosa e cultural, o qual denota a sua genuinidade e tipicismo através das suas construções em Xisto, é palco de ricas tradições, entre as quais os cantares dos reis, a elaboração de pratos tradicionais relacionados como o peixe do rio e a já mencionada feitura de peças de artesanato em madeira de ALANDRO.
É ponto de honra proporcionar a quem o visita uma experiencia única e memorável.
Bem-Vindo ao Alandroal.
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Esta Cache está englobada num conjunto de caches destinadas a georeferenciar alguns pontos interessantes e por vezes despercebidos deste bonito e acolhedor concelho Alentejano.
Como é nosso timbre, convidamos-vos a visitar cada local, a apreciar cada particularidade arquitetónica e cada pormenor da história de cada um dos pontos de passagem deste passeio. Registe o momento e partilhe com a comunidade GeoCaching.
PTA 16 | SENHORA DA BOA NOVA [4/4] - SANTUÁRIO
PATRIMÓNIO RELIGIOSO | FESTAS DA SENHORA DA BOA NOVA
A vila de Terena fica localizada a 62 Km de Évora no concelho de Alandroal e celebra anualmente a Festa da Senhora da Boa Nova. Considerada a festa cristã com mais simbolismo em Portugal, recebe todos os anos milhares de crentes que caminham descalços para pagarem as suas promessas e oferecem ouro e dinheiro à Senhora da Boa Nova.
O Santuário da Boa Nova está localizado 1Km de Terena, sendo um local fértil em vestígios arquelógicos onde existe uma lápide referente ao deus Endovélico à qual se somam achados que revelam a existência de importante Centro Religioso e de uma povoação dedicada ao culto pagão. Resultante da mudança de localização da vila, ao longo da história, e da· introdução de uma nova consciência religiosa colectiva, o culto cristão emerge consistente em solo lusitano. Embora tenham permanecido ao longo dos séculos reminiscências do culto pagão, entre os sécs. XIII e XVI a Festa da Senhora da Boa Nova substitui a invocação à Nossa Senhora dos Prazeres, exprimindo a exaltação de Maria aquando da Ressurreição de Jesus.
É no Domingo e Segunda-feira de Pascoela que acontece a romaria à Senhora da Boa Nova, ao contrário do que acontece na região onde se multiplicam as celebrações Pascais durante o período que a brange a Páscoa. No concelho de Alandroal, nomeadamente em Terena, a Pascoela resulta numa festa em honra da Senhora da Boa Nova e cujos preparativos e a própria romaria vão muito além de manifestações individuais de fé e exaltação ao culto Mariano. Após a Implantação da República, surge a primeira Comissão de Festas em Terena, regida por homens que acumulavam não só riqueza em terras mas também cargos no poder local. Durante os meses que antecediam a Festa da Senhora da Boa Nova, os festeiros distribuíam-se em funções como as ornamentações externas e internas da igreja, bazar, alojamento para as bandas, procissões, entre outras. O peditório para a angariação de fundos era feito pelos criados dos festeiros, os quais se encarregavam ainda da caiança, do arremesso de fogo-de-artifício, da armação do coreto e de outras tarefas que garantiam que a população cumpria com as normas impostas para a realização desta Festa. Ainda longe da data das celebrações já se trabalhava para a festa e a chegada de forasteiros e familiares obrigava à caiança das casas e murais, inclusive nos montes mais isolados. Os objectos de uso caseiro que se iam adquirindo e as roupas compradas ou fabricadas em casa, só eram utilizados por ocasião da Festa da Senhora da Boa Nova. As carnes resultantes da matança do porco e de outros animais, eram guardados para partilhar com amigos, vizinhos e familiares que vinham de longe, ainda que para isso tivessem de viver da privação de alguns bens de primeira necessidade para se ressarcirem na aitura destas celebrações. Afastada a hipótese de realizar eventos de carácter recreativo durante as celebrações religiosas, a componente pagã desta Festa passava pelos celeiros e locais recônditos da localidade, onde o som do acordeão roçava a brisa nocturna sem comprometer o convívio entre famílias e amigos, com uma devoção à Senhora da Boa Nova igualmente grandiosa.
Porque foi, e continua a ser, uma das mais importantes manifestações culturals e reiigiosas em Portugal, não surpreende o facto de se associarem cada vez mais forasteiros às referidas celebrações. Com a sua componente pagã perfeitamente enquadrada nas celebrações religiosas, a festa reúne não só pessoas movidas pela fé mas algo muito superior, só compreensível aos olhos de quem abre o espírito ao movimento de cada olhar, de cada gesto e de cada lágrima não contida, mal os andores cobertos de oferendas se deslocam pelas ruas. Parecendo deixar um imaculado rasto de paz durante a procissão, as imagens religiosas são veneradas pelo povo sedento por agradecer a sorte, a saúde, a família, a terra fértil, a chuva e o sol que alimentam as terras. Um povo que continuará a venerar a Senhora da Boa Nova e a preservar uma festa religiosa que mantém viva a identidade cultural e social do concelho de Alandroal.
Actualmente a organização da Festa da Senhora da Boa Nova cabe à Confraria da Senhora da Boa Nova, a qual substituiu a Comissão de Festas, extinta em 1990. Os confrades encarregam-se de manter preservados os procedimentos que antecedem a realização da Festa, distribuem tarefas pela comunidade e angariam fundos com vista à realização da Festa e ao melhoramento dos edifícios religiosos da freguesia de Terena.
ORIGEM HISTÓRICA
O dia maior da festa é a Segunda-Feira de Pascoela (feriado municipal no concelho de Alandroal), quando ocorre a Procissão solene de regresso ao Santuário, percorrendo as ruas do centro histórico de Terena. Paralelamente às festividades religiosas (que são o coração da romaria), a confraria organiza ainda uma série de acontecimentos (bailes, garraiadas, leilão das oferendas, etc.), que decorrem nos dias da festa, no recinto do Santuário e no centro da vila.
SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA BOA NOVA DE TERENA
Trata-se de um santuário mariano bastante antigo, julgando-se que possa resultar da cristianização de cultos pagãos, visto que nas imediações da vila de Terena subsistem as ruínas do templo do deus Endovélico. As referências históricas a este santuário remontam ao século XIII, uma vez que nas Cantigas de Santa Maria, do Rei Afonso X de Castela, existem algumas composições dedicadas a Santa Maria de Terena. O templo é obra do século XIV, possuindo a característica de ser um raro exemplar português de igreja-fortaleza que chegou praticamente intacto aos nossos dias. A origem da invocação Senhora da Boa Nova parece estar ligada à lenda da Formosíssima Maria (Dona Maria, rainha de Castela), a filha do Rei D. Afonso IV de Portugal que se deslocou à corte portuguesa para solicitar a seu pai que auxiliasse o marido na Batalha do Salado. Reza a lenda que a Rainha se encontrava neste local, nas imediações de Terena, quando recebeu a boa notícia da vitoria nessa mesma batalha, daí tendo nascido a invocação «Boa Nova». O culto mantém-se bastante vivo, sendo este santuário palco de uma grande romaria que se celebra no primeiro fim-de-semana posterior à Páscoa. A importância desta romaria na região é de tal importância que a Segunda-Feira de Pascoela (dia principal da festa) é o feriado municipal do concelho do Alandroal. O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova foi classificado Monumento Nacional em 1910.
EXTERIOR DO TEMPLO
O Santuário é uma jóia da arquitectura religiosa do século XIV, templo-fortaleza de planta cruciforme, rara em Portugal, construído em forte cantaria granítica, coroado e ameias muçulmanas. Nas fachadas norte, sul e poente, abrem-se pórticos de arcos ogivais, góticos e estreitas frestas medievais, encimados por balcões defensivos, com matacões (por onde se jorravam líquidos a ferver, em caso de ataque), decorados com pedras de armas reais portuguesas. O conjunto da fachada principal é ainda enobrecido por singelo campanário, acrescentado no século XVIII. O templo era originalmente do padroado da Ordem de Avis, teve depois como donatários os Condes de Vila Nova (de Portimão).
INTERIOR DO TEMPLO
Contrastando com o aspecto pesado exterior, o interior surpreende-nos pela singeleza das linhas góticas e pelo aspecto amplo da nave, de planta de cruz grega, coberta por abóbadas de arcos quebrados. Os alçados da nave foram decorados no século XIX por rodapé escaiolado e pinturas murais realizadas pelo pintor Silva Rato, de Borba, representando santos da devoção popular alentejana. O púlpito, de alvenaria, é da mesma época e levanta-se volumoso no transepto da igreja. Os altares colaterais, de São Brás e Santa Catarina, são de talha dourada do século XVIII.
In: http://www.cm-alandroal.pt/pt/site-visitar/o-concelho/Paginas/Alandroal.aspx
Tome Nota:
- Considere os atributos indicados. Podem ser uma boa ajuda;
- Seja discreto e tenha atenção aos Muggle’s que possam eventualmente estar a observa-lo. A manutenção desta cache para os próximos visitantes depende disso;
- Preserve o Container, manuseando-o com cuidado e voltando a coloca-lo no exato sitio onde o encontrou;
- Esta Cache não contem material de escrita. Deve levar material de escrita consigo;
- Respeite o espaço e as regras do Geocaching não danificando o local, nem deixando qualquer tipo de resíduos/lixo;
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