Esta geocache faz parte da série «Aldeias e Capelas de Oliveira de Frades», que pretende dar a conhecer as povoações do concelho e seus recantos.
Nespereira é terra antiga, das mais antigas da freguesia (Pinheiro de Lafões). Por aqui passavam almocreves a comprar e vender os seus produtos, as diligências que faziam o percurso Aveiro-Viseu, mais tarde os sardinheiros. Esta aldeia era servida pelo «farrusco», com direito a um apeadeiro, facilitando as comunicações da sua gente pela região, atravessada pela «Linha do Vouga».
Caraterística deste lugar é o bairrismo das suas gentes. Esta união do povo de Nespereira é coisa antiga. A Associação Cultural e Recreativa local (ACRENE) e o seu Rancho Folclórico são testemunho do esforço e entusiasmo da população por manter a sua entidade.
À semelhança das outras aldeias vizinhas, também Nespereira viu partir muitos dos seus filhos para o exterior ou para outras partes do país que prometiam melhores condições de vida. Mas, quem daqui saiu não esqueceu a sua aldeia. Saíram, mas quando as finanças assim o permitiram construíram a sua casa para a velhice ou para as férias de Verão. Todos estes filhos que partiram fazem questão de dar o seu contributo para a celebração do santo padroeiro. É extraordinária a alegria que esta gente revela em ajudar nas atividades religiosas ou laicas promovidas, tantas vezes pela associação local.
A pequena capela em granito [ponto 2], mandada reconstruir em 1746, e recentemente alvo de obras de melhoria, localiza-se na parte mais elevada da freguesia. Aqui se recolhe a imagem do santo padroeiro, São Pedro, comemorado a 29 de junho. É uma imagem de pequenas dimensões, mas muito acarinhada pelos locais e terras vizinhas. A população de Nespereira, construiu à poucos anos uma imagem semelhante á que se mostra na igreja e colocou-a num nicho-oratório [ponto 1], no largo onde se realizam as festividades profanas em honra de São Pedro. Junto deste espaço de oração é colocado regularmente arranjos de flores, atitude reveladora da religiosidade e afeição desta gente pelo seu padroeiro.
(Texto de Patrícia Lopes)
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