Os moinhos de tipo mediterrânico, o que nos habituámos a ver nos locais mais elevados, é composto por um corpo de pedra com quatro a seis metros de altura e sensivelmente o mesmo diâmetro e cuja forma, embora se assemelhe a um cilindro, é, na verdade, um tronco de cone. Em torno do topo deste corpo central, existe uma calha, denominada frechal, sobre a qual assenta uma cúpula móvel, de forma cónica e à qual se dá o nome de capelo. Tipicamente, no vértice do capelo, é montado um cata-vento, cujo eixo se prolonga na vertical para o interior do moinho, fazendo rodar um dispositivo indicador que permite ao moleiro, operador do moinho, determinar a direção do vento sem dele sair. Construído em madeira, em alvenaria ou em palha de centeio, o capelo é atravessado na diagonal por um mastro, eixo ou pião de madeira, que se estende por cerca de cinco metros para o seu exterior. Nesse prolongamento exterior, encontram-se fixadas em forma de cruz as varas ou braços, onde se fixam as velas de pano com formato triangular. Dois dos vértices das velas estão fixos a uma vara, o que permite que estas sejam enroladas na respetiva vara quando o moinho de vento se encontra imobilizado, ou então estendidas sendo o terceiro vértice atado à vara que sucede aquela onde a vela está fixa. Esta situa-se mais atrás e dá uma inclinação à vela a qual permite que ao ser atuada pelo vento faça imprimir ao moinho um movimento de rotação. Estas varas de auxílio à armação e aperto das velas, são denominadas vergas e estão colocadas de forma a dividirem a meio o ângulo formado pelas varas.
Deste modo, a energia cinética de rotação gerada no mastro devido à propulsão dada pelo vento ao ser captado pelas velas, é transmitida pelo eixo central até à base do moinho onde faz rodar as mós que moem o cereal sendo assim a energia eólica aproveitada. Todas estas estruturas e engrenagens móveis descritas eram talhadas em madeira rija, tipicamente carvalho, sobreiro ou azinheiro, por artífices especializados nesse tipo de trabalho, a quem se dava o nome de engenheiros, ou seja, os homens que fabricavam os engenhos.
Os moinhos de vento podem ser aplicados à moagem de cereais. Neste caso, a energia que chega à base do moinho através do seu eixo central é utilizada para fazer rodar uma mó. Uma mó é uma pedra maciça, esculpida em forma de anel cilíndrico achatado, de faces sulcadas e a cujo centro vazio se chama olho da mó. Numa instalação para moagem existem duas mós, sendo uma delas, estática, denominada poiso e assente no chão do moinho, sobre a qual se coloca uma segunda mó com uma folga ligeira de modo a que não impeça o movimento de rotação, denominado corredor, com raio idêntico ao do poiso mas com altura inferior. Um poiso, chegava a pesar cerca de 1200 kg, enquanto, um corredor pesava 800 kg.
Reconhecemos com esta cache o trabalho de tantos Homens que se dedicaram com arte a estes engenhos, numa vida bastante solitária. Fica ainda na memória dos mais antigos, as mós e os moinhos a laborar, nos cimos dos cerros virados para o mar.
Esta cache é grande e contem logbook, lápis, recorações da Team Cardos e Tb para o primeiro visitante.
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