Paranho da Arca situa-se no extremo sul do concelho de Oliveira de Frades, constituindo com a de Varzielas um núcleo à parte, em relação à globalidade do território oliveirense.
Esta freguesia é limitada a sudoeste pelo Rio Águeda, que irriga na sua margem direita muitos campos de Paranho.
O clima é de elevadas temperaturas no Verão, o que a densa vegetação florestal de algum modo ameniza.
Aos rigores invernosos vão os habitantes resistindo com a tradicional capucha de burel, que os próprios homens, sobretudo os mais idosos, até hé pouco se não envergonhavam de usar traçada ao pescoço, à laia de capa de estudante.
O solo é de alguma fertilidade. São bem conhecidos os campos de Paranho, cuja riqueza em milho já ajudou o celeiro concelhio a matar a fome à gente de outras freguesias nos tempos difíceis da 2ª Grande Guerra.
Adentro da Freguesia, a povoação do Covelo, numa covada da montanha, constitui como que um oásis de verdura na dureza da terra caramulana. Dotada de um autêntico micro-clima, ali se cria fruta, vinho, milheirais verdejantes.
O bem conhecido Carvalhedo, na Gândara, junto à anta de Arca, reserva botânica de extraordinário valor ecológico e turístico, autêntico manancial de águas, é um parque maravilhoso...
...A minúscula Arca, que deu nome à freguesia, está hoje quase parada no tempo. Resume-se, assim, a duas ou três casas antigas que são agora como que documentos históricos, além de uma ou duas novas construções junto à estrada florestal.
Segundo a tradição oral, aqui faziam trânsito e estação as antigas diligências que se dirigiam às terras de Águeda e do Litoral.
Arca pode bem orgulhar-se de ter junto de si um dos ex-libris da cultura megalítica do concelho e de toda a serra do Caramulo: a tão divulgada anta ou dólmen de Arca. Apresenta-se constituída por 3 blocos em posição aproximadamente vertical (esteios), com alguns outros já partidos, sobre os quais descansa uma grande laje (tampa ou mesa) a cobrir o espaço interior. Mede de altura cerca de 4,5 metros e a mesa 4,20x3,20m.
Como as demais construções dolménicas, deverá ter tido um corredor de acesso e um montículo circular de terra e pedregulho que servia de protecção, a que se dá o nome de mâmoa ou mamoa.
Sobre a anta de Arca (monumento nacional por decreto de 16.06.1910), diz o Dr. Amorim Girão:
"...ao pretendermos fazer a enumeração destes monumentos, o lugar principal cabe de direito à anta ou dólmen situada não longe da igreja matriz do Espírito Santo de Arca, já porque é de todos eles o que apresenta externamente maiores dimensões, já porque, sendo o único geralmente conhecido, tem servido para autenticar quantas notícias ou referências se tem escrito sobre a alta antiguidade a que remonta o povoamento humano nesta região...
...Muitas têm sido as referências feitas a este importante monumento megalítico, conhecido e designado na Carta Corográfica pelo nome de Pedra de Arca e que qualifica algumas povoações, como Arca, Paranho de Arca, Covelo de Arca.
Apesar de as suas dimensões não serem muito superiores às de outras tantas vizinhas, o facto de lhe ter sido destruída a mamoa, que indubitavelmente teve, o que dá para a tampa ou chapéu uma altura de 4,5 metros sobre o solo, permitindo passar-se a cavalo por baixo e impedindo subir a ela sem o auxílio duma escada, confere-lhe o primeiro lugar entre os megalitos da região..."
Uma das lendas criada à volta desta anta:
A anta de Arca foi erigida por uma moura e a laje que se encontra horizontalmente em cima das que servem de pilares foi lá colocada pela dita moura, trazendo-a à cabeça, a fiar numa roca e com um filho ao colo. A dita moura aparece todos os anos na madrugada de S. João a fiar uma roçada em cima da anta e rodeada por objectos de ouro; ao feliz mortal que lá passar em primeiro lugar será perguntado de qual gostará mais: se dos olhos da moura ou dos objectos de ouro que lá tem. Como todos têm dito que gostam mais dos objectos de ouro, eles têm-se transformado sempre em cinzas devido aos poderes mágicos da moura.
Só conseguirão os objectos de ouro quando se agradarem mais dos olhos da moura e não do ouro.
NOTA: Texto extraído da Monografia de Oliveira de Frades - Edição da Câmara Municipal - 1991
P.F. RECOLOQUEM A CACHE NO MESMO LOCAL E DA MESMA FORMA COMO A ENCONTRARAM.
LEVEM ALGO COM QUE POSSAM ESCREVER.
Façam o C.I.T.O enquanto se dirigem para o local, se possível.
Tirem fotos das vistas da cache.
Obrigado pela vossa visita. Divirtam-se!