CONTOS e LENDAS DO VALE DO CABRILe
do lugar da Presa(ALCARAVELA)
Esta cache destina-se a dar a conhecer o
Vale do Cabril, outrora local onde a sua flora e fauna embelezavam
esta paisagem natural, agora fustigado pelos incêndios perdeu algum
do seu brilho, mas ainda assim não deixa de ser um local aprazível
e de encantos naturais e não só…Há coisas que os incêndios
não conseguem destruir, como a imaginação, a fantasia e os sonhos
das gentes. Pode-se ter perdido algum do encanto natural,
mas neste Vale o que não falta são
ENCANTOS…e tal
como a ribeira que rasga este vale, a imaginação das pessoas nunca
seca…Deste vale contam-se variadas Lendas e contos, deixo
aqui duas das mais contadas, e outros exemplos que poderão conhecer
facilmente consultando http://www.sardoalmemoria.net/home/curiosidades/lendas
A PEDRA DA MOURA
Para Joaquim Vital (
contador das lendas )a Pedra da Moura é a que está na encosta, no
lado da Chã do Mouco e não a que está na ribeira, caso contrário a
lenda perderia sentido.Em tempos remotos os sarracenos do Cabril e
os cristãos da charneca andavam desentendidos por rivalidades entre
as suas religiões, de tal forma que alguns mouros mais radicais
propunham que se erguesse uma ponte que ligasse os cimos do
desfiladeiro e fizesse barragem que inundasse a charneca e acabasse
com a maldita raça dos cristãos.Essa obra teria de ser feita numa
noite sem luar e sem os cristãos darem por isso, para não tentarem
impedir a sua construção.Para outros mais conciliadores, tal
empreendimento seria demasiado alto e perigoso; preferiam antes uma
ponte que desse para atravessar a ribeira em dias de invernia.O
impasse prolongava-se.Segundo as lendas, os mouros moravam em
galerias subterrâneas cavadas nas encostas do vale, onde havia
salas, salões, prisões para encantamentos, quartos, residências.O
chefe convocou a mourama para uma assembleia, num desses salões,
com o fim de se tomar uma decisão quanto à ponte. Após discussões
intermináveis, ele apresentou uma proposta que não favorecia mais
uma que outra das partes.Sugeriu que a ponte fosse feita a meio da
encosta e a moção foi aprovada com aplausos.Nessa altura uma moura
ainda jovem, levanta-se e oferece-se para levar, ela só, a primeira
pedra para início da ponte. O chefe mouro, julgando que a proposta
da moura era um disfarce, respondeu irónico:-Só se for a pedra
grande que está no alto do Picoto...-Pois amanhã lá estará - disse
a jovem desconhecida.Uma gargalhada geral rematou este disparate.
Ninguém lhe ligou mais.A noite fechou-se. No dia seguinte, quando
os sarracenos saíram das suas cavernas, ficaram boquiabertos de
espanto. O grande rochedo lá estava na outra encosta. Juntou-se a
mourama em redor desse enorme bloco e todos se interrogaram como
tinha sido e quem a colocou naquele lugar. De longe os cristãos já
espreitavam desconfiados.Apresenta-se de novo a jovem moura, agora
mais linda, ricamente vestida, com uma coroa na cabeça, mas de
olhar triste e ao lado um jovem esbelto, com turbante de seda e um
diadema no alto da testa, com uma meia lua dourada. Diz ela:-Eu a
transportei, para cumprir o meu fado.E o jovem confirmou:-Ela a
trouxe à cabeça, com uma criança ao colo e na mão uma roca; na
outra mão um fuso a fiar um velo de ouro. No escuro da noite eu lhe
alumiei os passos com um facho, para não tropeçar. Do velo de ouro
teceu uma saia que ficará guardada na serra; o resto do novelo foi
deixado debaixo da pedra, para testemunhar este facto. Podeis
procurá-la se tiverdes ânimo para a remover. A saia ficará até que
um dia um inimigo de Alá a encontre e consiga desencantar
esta linda princesa, por quem estou apaixonado e sobre a qual pesa
um terrível fado de ficar presa nas entranhas da terra, por ter
discordado da guerra santa contra esses malditos cristãos. Agora
pertence-vos concluir a ponte na noite que vem. -E no mesmo
instante envolveu-os uma névoa densa e ninguém mais os viu.Os
mouros ficaram baralhados e, ao aperceberem-se que estavam a ser
espiados pelos cristãos, nunca maispensaram na ponte, que só lhes
acarretaria complicações.E a Pedra da Moura lá ficou para sempre a
testemunhar o início de uma obra nunca mais acabada.
O CÓS DA SAIA DE OURO
O convívio entre cristãos e mouros tinha altos e baixos; ora se
davam as mãos ese ajudavam mutuamente, ora armavam escaramuças de
se matarem, sempre por diferenças religiosas.Durante os contactos
em que se toleravam, os cristãos ficaram a saber por eles, da
existência da saia de ouro, não longe da Pedra da Moura, cujo cós
já estaria muito gasto, de tanto gado lhe ter passado por
cima.Expulsos os mouros, no século XIII, para as suas terras, os
cristãos ficaram a saber o que deviam fazer para se apoderarem da
saia. A pessoa que a quiser obter, depois de encontrar o cós, terá
de cavar fundo e, quando quiser levantá-la, abre-se a bocarra de
uma galeria e logo aparece, ameaçadora, uma serpente medonha, com
os dentes venenosos afiados para os cravar e matar o intruso. Este
terá de ir munido de um objecto cortante e, logo que a bicha abra a
boca tem de ser lesto e cortar-lhe a língua, até fazer sangue. Se o
não conseguir, ele morrerá e o seu corpo será arrastado para a
caverna a juntar-se aos muitos infelizes que já foram mal
sucedidos, e logo a serpente colocará tudo como dantes.Mas se
conseguir cortar-lhe a língua, a bicha morrerá. Para se apoderar da
saia a pessoa tem de entrar na galeria, passar por cima dos
cadáveres de quantos lá ficaram, no decorrer dos tempos, continuar
em frente, agarrar uma chave de brilhantes que está pendente do
tecto e com ela abrir uma porta gradeada que mantém encerrada a
linda moura encantada, princesa do Oriente, a que transportou a
Pedra da Moura. Entra e verá a princesa, sentada num trono,
adormecida.Ali nada lhe faz falta a não ser a liberdade e a luz do
sol.Deve aproximar-se e dar-lhe um beijo na testa coroada. Ela
acordará e retribuir-lhe-á com outro beijo também na fronte e
ficará para sempre livre para se encontrar com o seu príncipe que a
espera algures no país das Mil e Uma Noites. No regresso o
libertador tomará posse da valiosa saia de ouro.
A RECOMPENSA DO MOURO;
O LINHO
FIADO; IR
À LÃ E FICAR TOSQUIADA;PEGADA
DO BURRINHO; A
TROMBA D’ÁGUA; UM
BISPO DESTERRADO, OUTRO FUGITIVO…São apenas
mais alguns exemplos de contos e lendas, que perduram no tempo, e
que criam um misto de fantasia e sonho a quem as conhece
…
A Cache:Se
tiverem cachemobil 4x4 TT, então diminuirão a dificuldade da mesma
uma vez que podem chegar quase até ao GZ, a dificuldade será
encontrar o caminho para lá…queriam a papinha toda!!! Se a
fizerem em modo pedestre, vão suar um pouco, os mais destemidos
podem subir encosta acima( o que não recomendo, e se tiverem
crianças muito menos) A partir do
waypoint 1,
estão por vossa conta, apenas vos digo que um dos caminhos se situa
na encosta norte da serra, a cerca de 1,5/2 Km do
local.