Ermida de Nossa Senhora do Pilar
Ermida de Nossa Senhora do Pilar (Algoz)
Magnífico exemplo da arquitectura religiosa barroca. Planta longitudinal de nave única, com cobertura em falsa abóbada. A capela-mor tem cúpula hexagonal, enquadra retábulo de transição do estilo nacional para o joanino, com tribuna central ladeada por painéis. Diz a tradição oral que existia na sacristia uma fonte milagrosa e, quem bebesse daquela água, ficaria curado. Esta ermida esteve ligada ao culto da fertilidade e quando uma criança nascesse, agradecia-se à nossa Senhora do Pilar.
A VILA DE ALGOZ
Origem:
O topónimo Algoz parece porvir da palavra árabe “Al-Gûzz”, que é o nome de uma tribo guerreira asiática, procedente do Médio Oriente, da qual aqui se teria fixado um grupo no século XII.
Existem também curiosas tradições sobre a origem do nome da freguesia. Uma delas, contada por Pinho Leal, diz que vindo um rei de Castela com o seu exército a correr terras de mouros algarvias, os fidalgos que o acompanhavam lhe disseram que atacasse a vila, pois aquilo não era nada, ao que o rei respondeu: Algo és! Esta é a história mais típica do século XVII ou XVIII, mas que carece de fundamente histórico.
Outra explicação, também curiosa, é a que afirma que quando a povoação estava nos seus alvores de fundação e ainda sem nome, resolveram os moradores reunir-se a dar o nome à sua povoação.
Uma vez reunidos resolveram fazer uma procissão, levando nela a imagem em tamanho natural de um santo, mas o lugar que havia de ser ocupado pelas ruas estava ainda coberto de arvoredo e, em determinado ponto do percurso o andor não pôde passar porque a passagem era impedida pela pernada de uma árvore. Pediram então ao dono que a cortasse para que o andor pudesse passar, mas o dono opôs-se.
De imediato se levantou a discussão e o pároco para evitar maiores desavenças, decidiu cortar a cabeça ao santo, para que o andor pudesse passar. Assim foi então feito. Como a maior parte da freguesia era inimiga do padre, decidiram, para registar a malvadez deste, resolveram dar à localidade o nome de Algoz.
Durante o período muçulmano a povoação, como tudo indica, era notável.
Após a reconquista portuguesa a localidade foi repovoada, facto que é provado pela toponímia, pois é toda ela de origem já portuguesa. Inclusivamente há autores que defendem que o nome da freguesia deveria escrever-se Algôs, e que o termo é proveniente de Alagoas ou Lagoas em virtude de uma característica geográfica local.
Sobre o período de domínio árabe diz Ataíde Oliveira na sua obra Monografia do Algôs, datada de 1905, o seguinte: “Durante o domínio árabe na nossa província, pouco podemos relatar com referência à freguesia do Algôs. Não encontramos documento escrito que a esta povoação se refira, o que nos faz crer que outro nome tivesse. É de supor que os habitantes do Algôs experimentassem nos primeiros anos do domínio árabe os mesmos tormentos e agruras dos mais povos das províncias do norte, motivadas pelas diferenças da religião.
Certamente a povoação do Algôs era cristã no momento em que foi forçada a entrar no domínio mourisco. Apelando-se para as Memórias Eclesiásticas do Reino do Algarve, estas nos informam que logo no primeiro século da Igreja aqui se plantou a semente do Cristianismo.
“Desde o nascimento do cristianismo lançaram seus dignos apóstolos na Betica e na Luzitania copiosas sementes da doutrina, capazes de produzir prontos e imediatos frutos nos corações dos habitantes destas regiões. Não é temerária a conjectura de serem os Espanhóis instruídos nos mistérios de religião cristã por S. Paulo, pois foi expressa a determinação deste apóstolo das gentes de querer partir e santificar com a sua presença esta parte da Europa.” (...)
Portanto a freguesia do Algôs, a exemplo de todas as desta província, entrou com as suas crenças para o domínio de uma nação, que professava doutrina diferente. (...)
Perto de seis séculos dominaram os mouros no Algarve, e certamente no tempo em que eles foram expulsos, todos os filhos do Algôs professariam o maometismo, se a luz que irradiava da sepultura de um santo no alto de um promontório os não animasse a manter-se na fé do catolicismo.
Ainda assim quantos habitantes do Algôs crentes, por convicção, crentes, por medo, das muralhas de Silves não causariam a morte de muitos soldados de D. Sancho I ou de D. Afonso III? Quantos não se iriam prostrar na mesquita do Algôs com a face voltada para Meca, a pedir a Mafoma o vencimento das armas agarenas contra os perros cristãos?
Cremos, pois, que ainda mesmo dentro da vila do Algôs se deveriam repetir as questões resultantes do dualismo de crenças dos seus habitantes, e muito principalmente quando fosse aberta qualquer luta entre mouros e cristãos. (...)
Seja como for a povoação de Algoz era muitíssimo populosa em tempos antigos, com numerosos edifícios, de que ainda restam abundantes vestígios e tinha também espessas muralhas. Sabe-se que ocupava uma extensão muito maior, com um perímetro de cerca de cem metros mais, além do actual, ou seja chegava até à capela da Senhora do Pilar, que se situa na cumeada de um serro.
Não se sabe quando se deu o arrasamento das suas muralhas, nem quando perdeu
o seu título de vila.
O Algoz passou para reino de Portugal após a conquista de Silves, no reinado de D. Afonso III.
Ao que parece era ainda povoação importante no tempo de D. Fernando. Foi nessa época que uns fidalgos espanhóis, os Tenreiros, que haviam chegado a Portugal com o rei D. Fernando, após as guerras com Castela, construíram aqui o seu solar.
É à casa desta nobre família que se devem referir topónimos existentes na localidade como Paço da Torre. Um dos membros desta família foi Gonçalo Tenreiro que em Algoz foi feito senhor das frotas, ou seja almirante, e senhor da vila. Outras notáveis famílias da localidade são as dos Mascarenhas Neto e a dos Marreiros Neto.
Notável é a Ermida de Nossa Senhora do Pilar, em cuja sacristia se encontra num poço com água de efeitos milagrosos quando aplicada nos olhos. A lenda que explica este fenómeno diz que uma mulher do povo que se encontrava à beira da cegueira encontrou um dia a Virgem do Pilar, que a aconselhou a ir lavar os olhos na fonte da Senhora do Pilar, mas a mulher retorquiu dizendo que no cimo do outeiro indicado não havia qualquer fonte.
A Senhora indicou-lhe então a ermida e mandou escavar na parede com as suas próprias mãos, o que a doente cumpriu na manhã seguinte. Pouco depois humedeceram-se-lhe as mãos e a água brotou, a mulher lavou logo os olhos e a cura deu-se de imediato.
Em Algoz foi criado, em 24 de Abril de 1702. Por Tomé Rodrigues Pincho um Monte da Piedade, destinado a socorrer os lavradores pobres em maus anos agrícolas. A instituição foi aprovada por D. Pedro II em 30 de Julho de 1704 e foi, possivelmente, a primeira do género a existir no Algarve, pois a de S. Bartolomeu de Messines, além de ser mais limitada foi aprovada apenas em 1783.
O Monte da Piedade de Algoz foi fundado com um capital de trinta e três moios de trigo, para emprestar aos lavradores com um prémio de três alqueires por moio, devendo ser administrado por três irmãos da confraria do Santíssimo Sacramento, que eram eleitos anualmente, de modo secreto.
Em 1852 houve uma nova escritura da instituição em que apenas se reformulou a forma de administração dos celeiros comuns. Em 1864 nova lei deu às juntas de paróquia a administração destes celeiros.
Do Monte da Piedade faz parte o celeiro situado na praça de Algoz. Sobre a porta existe uma inscrição com o nome do fundador e a data da fundação, talhada em pedra. Sabe-se também pelo benemérito fundador.
Em termos eclesiásticos pode ser aceite que a paróquia de Algoz tem uma fundação muito antiga, talvez do
século XIII ou XIV.
Natural de Algoz era Francisco Xavier d´ Ataíde Oliveira, Doutor em Teologia e Direito, jornalista e escritor que aqui nasceu em 1842 e morreu em Loulé em 1915. Em Loulé fundou o jornal “O Algarvio”. Escreveu e publicou muitas obras, de que se destacam as numerosas monografias de terras algarvias, incluindo a Monografia de Algoz. Sua terra natal.
Em Algoz produzem-se, em quantidade e abundância, vinho, amêndoa, trigo, figo e azeite. O Algoz dispõe também de estufas agrícolas vocacionadas para a produção de tomate, couve-flor, morangos e todo o tipo de primícias, que vende para os grandes centros urbanos. Contudo os citrinos são, nos dias de hoje, a cultura predominante.
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Chapel of Our Lady of Pilar (Algoz)
Magnificent example of Baroque religious architecture . Longitudinal plant has a single nave , with coverage false dome . The chancel has hexagonal dome , framed altarpiece transition from national to the Johannine style , with central podium flanked by panels . Oral tradition says that there was a miraculous source in the sacristy , and whoever drank that water would be healed . This chapel was linked to the cult of fertility and when a child was born , grateful to the Our Lady of the Pillar .
THE VILLAGE OF ALGOZ
Origin :
The Scourge toponym seems to come from the Arabic word ' Al - guzz ' which is the name of one , coming from the Middle East Asian warrior tribe , which here would have set a group in the twelfth century .
There are also curious traditions about the origin of the name of the parish. One , told by Pinho Leal says that coming a king of Castile with his army to run Algarve Moorish lands , the nobles who accompanied him told him to attack the village because it was nothing , to which the king replied : something you are! This is the typical story of the seventeenth or eighteenth century , but it lacks historical justifying .
Another explanation , also curious , is that states that when the town was in its birth the foundation and yet unnamed , decided the residents gather to give the name of your town .
Once assembled decided to make a procession , carrying it to full-size image of a saint , but the place he would be busy the streets were still covered with trees , and in particular waypoint the litter could not pass because the passage was hindered by the leg of a tree. Then asked the owner to cut the litter that could pass , but the owner objected .
Immediately rose to discussion and to avoid further disagreements pastor , decided to cut the head of the saint , so the litter could pass . Thus was then done. As most of the parish was the enemy of the priest, decided to record this mischief , decided to give the city the name of Scourge.
During the Muslim period the village , to all appearances , was remarkable .
After the Portuguese reconquest was repopulated the city , a fact which is proved by the place names , it is all she has to Portuguese origin . Even some authors argue that the name of the parish should write up algos , and that the term is from Alagoas Ponds or by virtue of a local geographical feature .
On the period of Arab rule says Ataide Oliveira in his Monograph of the algos work , dated 1905 , as follows: ' During the Arab rule in our province , we just report with reference to the district of algos . We found no written document that refers to this settlement , which makes us believe that he had another name . Presumably the inhabitants of algos to experience the early years of Arab rule the same torments and hardships of the people of the northern provinces , motivated by differences of religion .
Certainly the village of algos Christian era when it was forced into the buckwheat field . Appealing to the Ecclesiastical Memoirs of the Kingdom of the Algarve , they inform us that in the first century Church here if planted the seed of Christianity .
' Since the birth of Christianity launched their worthy apostles in Betica and copious Luzitania seeds of doctrine , ready and able to produce immediate results in the hearts of the inhabitants of these regions . Not reckless conjecture to be the Spaniards instructed in the mysteries of the Christian religion by S. Paul , as was expressed determination of this Apostle of the Gentiles want to leave and sanctify with their presence this part of Europe . ' ( ... )
So the parish of algos , like all of this province , came with their beliefs into the realm of a nation , professing different doctrine . ( ... )
Nearly six centuries dominated the Moors in the Algarve , and certainly at the time they were expelled , all the children of algos professariam Mohammedanism , if the light that radiated from the grave of a saint on a high promontory cheer to keep non - on the faith of Catholicism .
Still many inhabitants of believers algos , by conviction , believing , for fear of the walls of Silves not cause the death of many soldiers from D. Sancho I, or D. Afonso III ? How many would you fall in mosque algos face to Mecca asking Muhammad maturity of agarenas weapons against Christians perros ?
We believe , therefore, that even within the same village if somethings should revisit issues arising from the dualism of beliefs of its inhabitants , and especially when it was open any fight between Moors and Christians . ( ... )
Whatever the town of Silves was highly populated in ancient times , with numerous buildings , that still left abundant traces and also had thick walls . Occupying a much greater extent , with a perimeter of about a hundred meters further is known , beyond the current one came to the chapel of Our Lady of Pilar , which is situated on a ridge serro .
It is not known when it gave the razing of its walls , or when lost
the title of village .
The Scourge went to the kingdom of Portugal after the conquest of Silves , in the reign of King Afonso III .
Apparently it was still important town in D. Fernando . It was at this time that a Spanish noblemen , the Tenreiros , who had come to Portugal with the King Fernando , after wars with Castile , built here your solar .
It is the home of this noble family who must refer existing place names in the locality as the Palace Tower . One member of this family was that Gonçalo Tenreiro in Silves was made master of the fleet , ie admiral, and lord of the village . Other notable local families are the dos Mascarenhas Neto Neto and the Marreiros .
Notable is the Hermitage of Our Lady of the Pillar , whose vestry is a pit with miraculous effects when applied on the eyes water. The legend that explains this phenomenon says a woman of the people who was on the verge of blindness found one day the Virgin of Pilar , who advised her to go wash your eyes on the source of the Lady of the Pillar , but the woman retorted saying that the top knoll stated there was no source .
The Lady then showed him the hermitage and had to dig in the wall with his own hands , which the patient fulfilled the following morning . Shortly after humedeceram up her hands and water sprouted , the woman immediately washed eyes and healing took place immediately .
In Assassin was created on April 24, 1702 . By Thomas Roberts Pincho one Monte da Piedade , intended to help the poor farmers in poor crop years . The institution was approved by D. Pedro II on July 30, 1704 and was possibly the first of its kind to exist in the Algarve , since S. Bartolomeu de Messines , besides being more limited was approved only in 1783 .
Mount of Mercy of Silves was founded with a capital of thirty-three moios wheat , to lend to farmers with a premium three bushels per moio and should be run by three brothers of the confraternity of the Blessed Sacrament , who were elected annually, secret mode .
In 1852 there was a new charter of the institution in which only reformulated the manner of administration of public granaries . In 1864 new law gave the joints parish administration of these barns .
Monte da Piedade is part barn situated in the square of Silves . Over the door there is an inscription with the name of the founder and the date of foundation, carved in stone. It is also known for founding benefactor .
In ecclesiastical terms can be agreed that the parish of Silves has a very ancient foundation , perhaps the
thirteenth or fourteenth century.
Natural Scourge was Francisco Xavier d ' Oliveira Ataide , Doctor of Theology and Law , journalist and writer who was born here in 1842 and died in 1915 in Loulé . In Loulé founded the newspaper ' The Algarve ' . He wrote and published many works that stand out numerous monographs Algarve lands , including the monograph Scourge. Their homeland .
In Assassin was produced in quantity and abundance, wine, almonds , wheat , figs and olive oil. The Assassin also features geared greenhouses for the production of tomato , cauliflower , strawberries and all kind of firstfruits , which sells for large urban centers . However citrus are , nowadays , the predominant culture.
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