José Pereira de Sampaio que escolheu ser Bruno de pseudónimo por causa de Giordano Bruno ficou imortalizado como Sampaio Bruno no arruamento até aí designado por Rua nº 5 do Bairro de Campo de Ourique, por via do Edital municipal de 12 de março de 1932 que, para além deste defensor dos ideais republicanos, também consagrou o oficial e político republicano Carlos da Maia.
osé Pereira de Sampaio (Porto/30.11.1857 – 06.11.1915/Porto), notabilizou-se como jornalista, escritor e propagandista da República. Fundou vários semanários na sua cidade do Porto como O Democrata e O Norte Republicano (em 1881) ou o diário A Discussão (1883 – 1887). Com Joaquim Gomes de Macedo também fundou A República Portuguesa (em 1890) mas com o 31 de janeiro de 1891 o jornal foi suspenso pelas autoridades logo no dia seguinte, reaparecendo dois meses depois para nova suspensão e consequente substituição pelo A Voz Pública, onde Sampaio Bruno colaborou de 1894 a 1908. Colaborou ainda nas revistas Harpa e Tribuna (1874) , Galeria Republicana (1882-1883) e Serões (1901-1911), assim como no diário Folha Nova. A paixão jornalística vinha de trás já que aos catorze anos vira o seu 1º artigo publicado no Diário da Tarde (1872), ano em que com Júlio Barbosa e Silva, Henrique Barbosa e A. Cardoso fundou o jornal académico O Laço Branco e, no ano seguinte, em colaboração com Gervásio Ferreira de Araújo e António Pereira de Sampaio produziu o jornal Vampiro.
Sampaio Bruno integrou o Directório do Partido Republicano Português e, na sequência do Ultimato britânico de 1890, elaborou os estatutos da Liga Patriótica do Norte, com Antero de Quental e Basílio Teles e, participou na Revolta republicana de 31 de janeiro de 1891, de cujo Manifesto foi aliás redator, pelo que depois teve de se exilar, em Madrid e Paris, experiência da qual nasceu a publicação de «Manifesto dos Emigrados da Revolução Republicana Portuguesa de 31 de janeiro de 1891» e Notas do Exílio (1893), no seu regresso a Portugal após amnistia.
O seu primeiro ensaio publicado foi Análise da Crença Cristã – Estudos críticos sobre o cristianismo (1874) que na época suscitou polémica na conservadora sociedade portuguesa de então. Em 1876 editou um ensaio intitulado A propósito do Positivismo e dez anos depois coligiu uma série de ensaios sobre os modernos novelistas portugueses no volume A Geração Nova. Depois, Sampaio Bruno começou a defender contornos místicos e esotéricos em títulos como A Ideia de Deus (1902) ou O Encoberto (1904), num progressivo afastamento do racionalismo mas sempre com traços deístas, anticlericais e progressistas. Refira-se que influenciou Fernando Pessoa que em 1915 lhe enviou o 1º nº da Orfeu pedindo opinião.
Em 1911, depois de receber ameaças terminou a publicação do Diário da Tarde, no Porto e, desde 1909 que era diretor da Biblioteca Pública Municipal do Porto, cargo que manteve até à sua morte em 1915.
in https://toponimialisboa.wordpress.com/2015/01/22/a-rua-do-sampaio-que-gostava-de-giordano-bruno/