Eduardinho, era um menino órfão, não tinha ninguém no mundo, a não ser o velho Gusmão, que tinha a mania de construir foguetes.
Eduardinho estava tão cansado de ser maltratado por todos, trabalhava dias inteiros entregando sacas de carvão. À tarde, ficava tão enfarruscado do pó do carvão, que nem dava para ver o rosto dele.
-- Sai sai, tição! -- gritavam os meninos da rua.
-- Macaco preto! -- berravam outros.
Mas Eduardinho já não se importava. Acostumado com o orfanato desde os 2 anos de idade, que aos 7 já era um menino cansado da vida.
À noitinha, as coisas melhoravam um pouco, ia visitar o velho amigo Gusmão e ajuda-lo na construção dos foguetes.
Ah ! -- dizia Gusmão -- Um dia ainda hei de fazer um foguete como esses que andam rodando em volta da terra. Você há de ver !
-- Então por que você não faz um foguete desses para eu ir a Lua ?
-- À Lua ? -- perguntava Gusmão. E por que haveria você de querer ir a Lua ?
-- Para ver se os homens de lá são melhores do que os daqui, respondeu Eduardinho com tristeza.
O velho Gusmão largou a tinta amarelo-canário com que pintava a cauda de um lindo foguete, coçou a cabeça e ficou a pensar........
-- Então, você faz ou não -- disse o menino. Não desses de mentira, que não levam a gente para bem longe. Mas um verdadeiro, grandão, que se perde no Céu e vai até a Lua. Você faz para mim ?.
-- Talvez... Talvez -- respondeu o velho fazedor de foguetes.
E desse dia em diante, Gusmão não pensava noutra coisa. O que mais o preocupava era realizar o sonho do menino.
E o velho Gusmão tanto desejou fazer um foguete de verdade que acabou fazendo. Não era muito grande, mas ele garantia que dava para ir à Lua.
Então, comprou uma roupa espacial para Eduardinho, que já estava bem treinado no manejo de foguetes e marcou o dia da partida, lá na praça.
A cidade inteira foi ver. O foguete desapareceu no Céu, enquanto Gusmão acenava as grandes mãos e ocultava uma lágrima que lhe escorria pelo nariz.
-- Adeus, meu filho -- disse baixinho. Sê feliz na Lua.
Eduardinho cortou os Céus como um pássaro livre. Despregou uma porção de estrelinhas e guardo-as no bolso. Fez caretas para um anjinho que de tanto susto quase perdeu as asas. Era a alegria de deixar a Terra, os homens maus, os orfanatos, a carvoaria.
Mas o foguete não foi longe, não. Ninguém sabe por que não chegou a Lua. Talvez porque Deus não quis. Eduardinho caiu do foguete e ficou perdido no Céu.
-- Você sabe o que aconteceu com o menino?
Transformou-se numa estrela. Sim, numa estrela fulgurante na imensidão do Céu.
Se você olhar o Céu nas noites estreladas, poderá ver o Eduardinho feliz da vida, com sua roupa espacial, brilhando que nem uma estrela cintilante.
Texto adaptado da NET
Atenção: devido as caracteristicas da cache não recomendo faze-la à noite, pois perde a graça e o container pode perder-se na vegetação.
De dia tem outro explendor !
Obrigado