MATERNIDADE DR. ALFREDO DA COSTA
A
MAC tem sido pioneira em Portugal, nas áreas de Obstetrícia,
Ginecologia e Pediatria sendo considerada uma das melhores
Maternidades da Europa. Está classificada como um hospital central
de agudos. Tem cerca de 1200 funcionários e uma lotação de 330
camas, que se distribuem por 8 unidades de internamento.
Vários serviços de apoio e numerosas consultas especializada
formam equipas multidisciplinares. A MAC comemora 72 anos e
orgulha-se de já ter ajudado a nascer mais de 500 000
crianças!
História da Maternidade
Parece
que a obra especial de protecção e defesa da mulher grávida terá
tido início no ano de 1775 após o terramoto que destruiu mais de
metade da cidade de Lisboa. Um dos edifícios destruídos, não só
pelo terramoto mas também pelo incêndio subsequente, foi o hospital
de Todos os Santos, tendo sido os seus enfermos transferidos para o
edifício do Colégio de Santo Antão, principal casa dos Jesuítas,
que lhes fora confiscada, com todos os outros bens, em execução do
decreto Pombalino que do reino os expulsara.
O
edifício do Colégio de Santo Antão viria a ser convertido no
Hospital Real de São José, em memória do monarca que lhe facultou
tão amplas instalações.
Das
nove enfermarias de mulheres, existentes neste hospital, uma foi
destinada a grávidas e puérperas. A referida enfermaria, que foi
chamada de Santa Bárbara, tinha quarenta e duas camas e situava-se
num extenso corredor interior, comprido e estreito, mal iluminado e
deficientemente ventilado. Mesmo com péssimas condições aí se
ministravam aulas de parto.
Anos
mais tarde a enfermaria de Santa Bárbara era transferida para um
espaço mais amplo e arejado, num andar superior do mesmo edifício,
ficando com cinquenta e cinco camas. A melhoria de condições
limitou-se à existência de luz e ar que entravam pelas janelas. Foi
neste espaço que o professor Alfredo da Costa, com outros grandes
mestres, distribuíram pelas assistidas e alunos o seu saber. Com o
decorrer do tempo as deficiências iam-se agravando desde as
inadequadas instalações à carência de muito material indispensável
ao bom funcionamento da enfermaria de Santa Bárbara.
Em
1906, como director da maternidade de Santa Bárbara, Alfredo da
Costa não se cansava em vão de pedir melhoramentos para esta ao
Enfermeiro – Mor dos Hospitais, ao tempo o médico Curry Cabral,
amigo e companheiro de consultório de Alfredo da Costa.
Desesperado
por não conseguir melhorar as condições indignas em que a grávidas
e puérperas viviam na Maternidade, elaborou exaustivo relatório,
onde na sua introdução começava por questionar "Maternidade ou
antecâmara de um inferno feminino?" que dirigiu ao Conselho da
Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, mesmo sabendo-se sujeito à
malquerença "de quem de direito".
Ao
fim de anos de luta, Alfredo da Costa parecia ter tido eco do seu
enorme esforço na construção de uma Maternidade ao ver inscritas
verbas para a sua construção no Orçamento de Estado; ter sido
escolhido o local da sua construção; ter sido feito o cálculo de
despesas assim como o anteprojecto da construção mas, apesar de
tudo isto, infelizmente não se veio a concretizar a construção da
Maternidade.
Teve
conhecimento da autorização dada pelo Governo, pela lei de receita
e despesas, para o exercício de 1904 – 1905, publicada no Diário do
Governo nº 267, de 24 de Novembro de 1904, para realizar com a
Caixa Geral de Depósitos um empréstimo de 300 contos de reis,
amortizável em 30 anos, para obras de beneficiação de hospitais,
especialmente a adaptação do extinto convento de Santa Marta a um
hospital para tratamento de doenças venéreas e a apropriação do
antigo edifício da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa a uma
Maternidade.
Mais
uma vez, apesar dos esforços desenvolvidos pelo professor Alfredo
da Costa, não se viria a concretizar o seu sonho uma vez que a
totalidade da verba viria a ser dispendida na construção do
hospital para doenças venéreas, hoje Hospital de Santa
Marta.
Em
2 de Abril de 1910 falecia o ilustre professor, sem ter visto
realizado o sonho que acalentava desde 1898, ano em que assumiu a
regência da cadeira de Obstetrícia da Escola Médico-Cirúrgica de
Lisboa, para o qual sempre com tanta dedicação e entusiasmo
trabalhara. Em 15 de Maio de 1910, amigos e admiradores formam uma
comissão de homenagem ao professor Alfredo da Costa, que outra não
podia ser do que a efectivação do sonho de toda a sua vida. Após
vários reveses, o sonho do professor Alfredo da Costa viria a ser
realidade em 5 de Dezembro de 1932.
Em
6/12/1932, foi admitida na Maternidade Dr. Alfredo da Costa a
primeira grávida, chamava-se Glória Virgínia, tinha 18 anos, era
natural de Tomar, coube-lhe o boletim nº1, viria a parir um rapaz
com 3,500 Kg no dia 23 de Janeiro de 1933. Entre 6 e 31 de Dezembro
de 1932 foram efectuados 96 partos tendo correspondido a 97
nascimentos, o primeiro ocorreu às 23.30H do dia 8/12/1932. Foi uma
rapariga, que nasceu com 2,500 Kg, a quem foi dado o nome de Maria
da Conceição. Era o primeiro filho de Flora Martinho, de 19 anos de
idade. Mãe e filha tiveram alta no dia 22 de Dezembro.
Biografia
do Professor Dr. Alfredo da Costa
Nasceu
em Margão, Índia Portuguesa, no dia 28 de Fevereiro de 1859. Era
filho de Bernardo Francisco da Costa. Aos 9 anos vem para Portugal
com os seus pais.
Termina
em 1884, de forma brilhante, a sua carreira académica. No ano
seguinte é nomeado Cirurgião do Banco do Hospital de São José. Em
1887 passa a exercer docência na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa,
como Demonstrador de Cirurgia.
Em
1889, passa a lente substituto de Cirurgia. Em 1897 sucede ao seu
antigo professor, Abílio Mascarenhas, como lente de
Obstetrícia.
Devem-se
ao professor Alfredo da Costa as primeiras colecistectomias e a
operação de Estlander em Portugal, bem como a introdução do método
de Volkman na cura do hidrocelo.
Foi
um dos fundadores da "Revista de Medicina e Cirurgia" e colaborou
no "Jornal da Sociedade das Ciências Médicas". Como um dos
colaboradores da Rainha D. Amélia, presidiu à Comissão Técnica de
Assistência Nacional aos Tuberculosos. Pertenceu à Academia das
Ciências e à Sociedade das Ciências Médicas, da qual viria a ser
seu presidente em 1905 e 1906. Faleceu em 2 de Abril de 1910, sem
ter visto realizado o seu grande sonho – a construção de uma
Maternidade.
A
CACHE
Esta
cache é especialmente dedicada a todos os geocachers nascidos aqui.
Retornem ao sítio onde nasceram para encontrar esta cache, pois ela
é dedicada a vós.
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cache consiste num pequeno contentor com o logbook e algumas
prendas alusivas ao tema. Ao trocar prendas, procure usar objectos
alusivos ao tema da cache