O Relicário Perdido de Brígida - Uma história verdadeira
Alguns anos depois da chegada de São Patrício à Irlanda, cerca do ano 450 D.C., nasceu uma menina chamada Brígida. O seu pai era um nobre irlandês chamado Dubthac e sua mãe chamava-se Brocca e ambos eram cristãos convertidos por São Patrício. Brígida foi convertida em 468 D.C., e foi inspirada por São Patrício desde a mais tenra idade. Apesar da oposição do seu pai, ela estava determinada a entrar na vida religiosa. Ela tinha um coração tão generoso que nunca poderia recusar nada a qualquer pobre que viesse para a porta do pai mendigar. A sua caridade irritava o pai: ele pensava que ela estava a ser demasiadamente generosa para os pobres e necessitados, quando distribuia o seu leite e farinha por todos.

À medida que Brígida crescia, o seu amor por Jesus aumentava. Procurava-O entre os pobres e muitas vezes levava-lhes comida e roupas. Conta-se que um dia deu um balde cheio de leite aos necessitados. Depois ficou preocupada com o que a sua mãe iria dizer quando desse por falta do leite. Rezou ao Senhor e pediu-Lhe que repusesse o que ela tinha dado. Quando chegou a casa, o balde estava de novo cheio.
Brígida era muito bonita também, e seu pai achava que tinha chegado a altura certa para que se casasse. Ela, no entanto, havia decidido no seu coração entregar-se totalmente a Deus Nosso Senhor, não querendo portanto contrair matrimónio. Quando se apercebeu que a sua beleza era o motivo pelo qual os rapazes se sentiam atraídos por ela, pediu ao Senhor que a sua beleza lhe fosse retirada e foi atendida nas suas preces. Ao constatar que a filha já não era bonita como anteriormente, o seu pai acedeu de bom gosto a que ela se tornasse freira, seguindo assim a sua vocação para a vida religiosa e fundou o Mosteiro de Kildare para acolher outras jovens que desejassem seguir o seu exemplo.
Consta que após a sua consagração ao Senhor, um novo milagre voltou a acontecer e Brígida recuperou a sua beleza! Muitos viam-na como a imagem idêntica a Nossa Senhora pela sua gentileza e caridade. Alguns chamavam-lhe “Maria dos Irlandeses”.

Simpatizando no entanto com todas as jovens casadoiras, e consciente que muitas delas esperavam muito tempo até um pretendente as pedir em casamento, Santa Brígida queixou-se a São Patrício e pediu auxílio, solicitando que o Santo autorizasse que as mulheres pudessem pedir os homens em casamento também. São Patrício estranhou o pedido e ficou relutante em ajudar, mas Santa Brígida pressuadiu-o e clamou para que ele deliberasse pelo menos um dia para que isso pudesse ser possível.
Para remediar a situação, S. Patrício resolveu autorizar, e decretou que as mulheres pudessem pedir os homens em casamento sempre que a data fosse...
29 de Fevereiro!
Essa tradição ainda se mantem até hoje e em muitos locais o dia 29 de Fevereiro é usado por muitas jovens corajosas para fazerem elas o pedido aos seus amados.
Santa Brígida morreu em Kildare perto de 525 D.C. e foi enterrada num túmulo na igreja de sua abadia. Depois de algum tempo ela foi trasladada para Downpatrick com os restos dos outros dois santos padroeiros da Irlanda, Patrício e Columba. O seu crânio foi removido e teria como destino ser levado como relíquia até à Terra Nova. Essa tarefa coube a três Nobres irlandeses, que fizeram escala em Portugal na sua viagem. Conta a história que se envolveram em desacatos e numa luta aberta no campo do Lumiar, foram derrotados e mortos. A relíquia ficaria então entregue aos cuidados Portugueses e associada à Igreja existente no lugar do Lumiar até hoje. Os túmulos abertos dos três nobres irlandeses foram sendo preservados e podem ser encontrados no interior da Igreja, local onde até hoje se pensa que também estará escondida a Relíquia de Santa Brígida.
Até hoje nunca ninguém o conseguiu descobrir...
Boa sorte!