Esta
cache faz parte do conjunto de caches “Origem do nome Sintra”
Tempos áureos: séc.XIX e XX
No terceiro quartel
do século XVIII e praticamente todo o século XIX o espírito
romântico dos viajantes estrangeiros e da aristocracia portuguesa
redescobrem a magia de Sintra e dos seus lugares, mas sobretudo o
exotismo da sua paisagem e do seu clima. Aqui chega, no Verão de
1787 William Beckford, hóspede do 5° marquês de Marialva,
estribeiro-mor do reino, residente na sua propriedade de Seteais e
é aqui que a ainda princesa D. Carlota Joaquina, mulher do regente
D. João, compra, no princípio do século XIX, a Quinta e o Palácio
do Ramalhão.
Entre 1791 e 1793 Gerard Devisme constrói na sua extensa Quinta
de Monserrate o palacete neo-gótico cujo desenho — supõe-se que de
arquitecto inglês — não foi ainda atribuído com segurança.
Beckford, que permanecera em Sintra, arrenda a propriedade de
Devisme em 1794. E é ainda o exotismo desta paisagem envolta em
nevoeiro uma boa parte do ano que atrai um outro inglês, Francis
Cook — o segundo arrendatário de Monserrate depois de Beckford, a
expensas do qual é construído o pavilhão de gosto orientalizante
que hoje conhecemos -, entre uma série de magnatas estrangeiros que
por aqui se vão fixando em palácios, palacetes e chalets que fazem
construir ou reconstroem à medida das potencialidades deste
invulgar meio natural.
O grande empreendimento artístico deste século em Sintra é sem
dúvida o Palácio da Pena, obra marcante do romantismo português,
iniciativa do rei-consorte D. Fernando II, marido da rainha D.
Maria II (1834-1853), um alemão da casa de Saxe-Cobourg-Gotha. O
Palácio, construído sobre o que restava do velho mosteiro Jerónimo
do século XVI — mas conservando-lhe partes fundamentais (a igreja,
o claustro, algumas dependências) — é de uma arquitectura ecléctica
única que não teve continuidade na arte portuguesa. Projecto do
barão de Eschwege e do próprio D. Fernando II, substitui-se ao
Palácio da Vila enquanto estância de veraneio da Corte, alternando,
no final do século, com outro núcleo regional do veraneio régio:
Cascais. Depois de Sintra, nos meses de Setembro e Outubro é em
Cascais que a corte de D. Luís I (1861-1889) e de D. Carlos I
(1889-1908) termina o veraneio.
Em 1854 é celebrado
o primeiro contrato para a construção de um caminho de ferro que
ligasse a Vila a Lisboa. Um decreto de 26 de Junho de 1855 regulava
este contrato celebrado entre o governo e o conde Claranges Lucotte
que, todavia, foi rescindido em 1861. Após várias tentativas sem
êxito, a linha foi finalmente inaugurada a 2 de Abril de 1887.
No princípio do século XX, foi Sintra um reconhecido lugar de
veraneio e residência de aristocratas e de milionários. De entre
estes, Carvalho Monteiro detentor de uma considerável fortuna que
lhe valeu a alcunha de "Monteiro dos Milhões", fez construir perto
da Vila, na quinta que comprara à baronesa da Regaleira, um luxuoso
palacete cuja arquitectura neo-manuelina representa um marco na
história do revivalismo português.
Entre a segunda metade do século XIX e os primeiros decénios do
século XX, Sintra tornou-se um lugar privilegiado para artistas:
músicos como Viana da Mota; músicos-pintores como Alfredo Keil;
pintores como Cristino da Silva, autor de uma das mais célebres
telas do romantismo português: Cinco Artistas em Sintra; escritores
como Eça de Queiróz ou Ramalho Ortigão, todos eles aqui residiram,
trabalharam ou procuraram inspiração.
"Verdadeiro Património da Humanidade já enquanto referência com
largos séculos, a Candidatura de Sintra a Património
Mundial/Paisagem Cultural, que apresentámos e defendemos,
representa o reconhecimento monumental e ambiental de uma vasta
paisagem cultural cuja identidade - formulada também com
importantes contributos de estrangeiros que reconheceram neste
lugar qualidades que na maior parte dos casos se saldaram com
permanências longas e por vezes definitivas, na grande parte dos
exemplos dando origem a um rico património literário — permaneceu
ao longo dos oitocentos anos de história deste País. In "Sintra
Património da Humanidade"
Atenção:
- Para chegar até
esta cache tens que parar o carro onde se bebe água, começar a
subir e depois tens que ter equilíbrio durante 10 metros para ao Gz
chegares.
- Muito cuidado com crianças e não só no Equilíbrio.