A Quinta do Bispo, onde actualmente se encontra instalada a Escola Superior Agrária de Coimbra pertencente ao Instituto Politécnico desta cidade foi, outrora, possessão do Episcopado de Coimbra. Edificada entre o final do século XVI e o início do seguinte, a Quinta foi local de descanso e recolhimento do Bispo, e também do alto clero coimbrão. A casa antiga remonta, na generalidade, ao século XVII, e a sua morfologia revela dois corpos que abrem para um pátio, destacando-se ainda um varandim de colunas de pedra.
À entrada do pátio encontra-se o brasão episcopal, do século XVII, enquadrado por duas aletas. No muro que deveria definir o jardim da Quinta observa-se um recorte superior seiscentista e decoração de embrechados, com um nicho central. Esta modalidade artística, tão em voga no final do século XVII, consistia na "(...) aplicação livre de conchas (como é o caso da Quinta do Bispo), pedras, fragmentos de azulejo e porcelana chinesa, em nichos de igreja, arcos de fontenários, grotte de jardins e abóbadas de salões palacianos, sempre em insólitos efeitos decorativos (...)" (SERRÃO, 2003, p. 124), e que havia chegado a Portugal por influência do Oriente e do maneirismo italianizante (MECO, 1997, pp. 50-53) com o objectivo de contribuir, tal como a azulejaria, para a dinamização das texturas murárias características da denominada "arquitectura chã".
A Escola Superior Agrária tem levado a cabo intervenções de restauro com o objectivo de valorizar o seu património constituindo, também, aquele que é o maior museu agrário do país. No âmbito destas intervenções foi recuperado ainda o Chalet do Bispo, um edifício de época posterior e traços arquitectónicos característicos da Europa Central.