Alcongosta
a
Capital da Cereja
Alcongosta ocupa uma área de 7,48 quilómetros
quadrados. A existência do território desta freguesia numa região
arqueologicamente muito documentada faz supor que o seu povoamento
é não apenas anterior à Nacionalidade, mas de épocas provavelmente
muito mais recuadas.
Os cumes vizinhos
forneciam fácil defesa e abrigo às populações primitivas, mas não é
possível afirmar se houve uma persistência contínua de habitantes
desde os primeiros tempos.
A toponímia também
não dá uma grande ajuda, parecendo até que os principais topónimos
da freguesia indicam nomes do repovoamento nacional.
Alcongosta é um daqueles
interessantes topónimos em que o artigo arábico al aparece aplicado a um nome de origem
latina, que deve ter aqui um sentido topográfico, de passagem
apertada, entre elevações.
O território de
Alcongosta foi certamente repovoado nos
fins do século XII com a Covilhã, em cujo termo se situava; no
entanto, não se trata de povoamento efectuado pelo concelho da
Covilhã, visto que Alcongosta foi desde
logo honra, que não fazia foro à vila nem à coroa. Que o foi desde
logo, diz-se nas Inquirições de 1290, ano em que não havia
conhecimento e muito menos lembrança de ter existido na localidade
estado diferente – o que leva a crer ter ele sido sempre de honra.
Houve aqui casais de diversos privilegiados como D. Lourenço
Soares, D. Urraca Afonso, João Esteves e a Ordem do Templo. D.
Dinis considerou esta honra legítima mandando ficar tudo como
estava, e a mesma assim se conservou pois que as Inquirições de
1395, de D. João I, demarcando o reguengo de Alcambar, dão-lhe por limite, em certa parte, a
localidade de Alcongosta que não
aparece reguenga.
Alcongosta deve ser um dos maiores centros
produtores de cestos de verga do nosso País. Quase porta sim, porta
não, encontra-se aqui um cesteiro a trabalhar. Já José Germano da
Cunha dizia em 1892 que “uma grande parte dos
habitantes de Alcongosta
empregam-se no fabrico de cestos e cestas de verga de
castanho. Pena é que se não faça uso desta madeira para objectos de
mobília e utensílios, que além de oferecerem muita resistência e
duração, poderiam ser de bonita aparência”. Esta actividade de
cestaria é hoje, de certo modo, paralela à maior produção da
freguesia: a cereja.
Toda esta encosta
da Gardunha era em tempos revestida de enormes castanheiros. No
caminho antigo que dá acesso a esta aldeia, no sítio das Tapadas,
existia um, o chamado “Castanheiro de Alcongosta” ou “Castanheiro Grande”, que morreu por
volta de 1920 e cujo tronco media 18 metros de perímetro e a copa
20 metros de diâmetro. Sousa Pimentel perpetuou-o na sua magnífica
obra “As árvores giganteias de
Portugal”. Do que foi serra de grandes soutos, repositório da
floresta antiga, mater antiquíssima vinda de antes da história, à
serra da Gardunha resta-lhe pouco mais que um esqueleto,
arquitectado de granito, de que recentes incêndios consumiram de
vez o coberto vegetal. Pedra de pedra sobreposta,
fragões, monólitos semeados a
esmo. Outros sobrepondo-se sem nexo, escalonados ao arbítrio
da bizarria geológica. Aqui na área de Alcongosta situa--se a Casa do Guarda, com
uma bela alameda de castanheiros antecedendo a casa
solitária. Desta há um estradão para o posto de vigia de
incêndios, com troços de cascalho e pedra solta. Aqui, no
posto de vigia, e a justificar a sua implantação, a vista
pasma de espanto pelo dorso da serra, pelas baixas imensas,
terras de cultivo. Para o lado do Fundão, o anteparo da
Gardunha, os três primos de cabeços suaves, cor de terra e de
erva, o verde da vegetação recortado por imensos cerejais ou
floresta.
Alcongosta foi berço de Soror Filipa de São Tiago.
Professou e foi abadessa no há muito desaparecido convento de
franciscanas de S. Vicente da Beira. Viveu no século XVII e
escreveu a história da fundação daquela casa religiosa, criada em
1618.
Também desta
freguesia parece ter sido a criança que, segundo a lenda, encontrou
a imagem de Nossa Senhora da Gardunha, para aqui trazida pelos
egitanienses quando tiveram de abandonar Idanha-a-Velha. Ante a
ameaça dos mouros, a imagem acabaria por ser escondida numa gruta.
Séculos depois, uma mulher de Alcongosta foi à serra buscar lenha, levando
consigo uma filha de tenra idade, que se perdeu por entre o mato.
Encontrou-a ao fim de nove dias dentro de uma lapa, e
perguntando-lhe onde estivera e quem a sustentara, a menina
respondeu que fora uma “Senhora Tia” que naquela casa morava e que
lhe dava sopas de leite a comer e água por uma campainha. A mãe viu
então a santa imagem e foi dar parte ao pároco de
Alcongosta que a foi buscar e, no
meio de grande festa e alegria, a levou para a sua igreja
colocando-a no altar-mor. Como diz Frei Agostinho de Santa
Maria, “daqui procedeu ficarem os priores daquele lugar com a
posse da Senhora, e juntamente com as ofertas e emolumentos
daquela casa, que fica distante de Alcongosta uma légua”.
Textos de http://www.minhaterra.com.pt/
Actividades
económicas: Agricultura, comércio de fruta e de
artesanato
Festas
e Romarias: Santíssimo Sacramento (2.º domingo de Janeiro),
Santa Bárbara (1.º domingo de Junho) e N. Sra. da Anunciação (2.º
fim-de-semana de Setembro)
Património: Igreja matriz, capelas de Santa
Bárbara, de S. Sebastião e do Espírito Santo, caminho romano e casa
brasonada
Outros
Locais: Serra da Gardunha (com parque de merendas e
mini-piscina), Casa do Guarda,
Miradouro (posto de vigia), Quinta do Astieiro (turismo rural), oficinas de cestaria e
cerejeiras em flor (fim de março/início
de Abril)
Gastronomia: Arroz-doce, bolos da festa,
papas, caldudo (sopa de castanhas) e caldo
borrafudo
Artesanato: Trabalhos em verga de castanho e
esparto
Colectividades: Clube Académico de
Alcongosta, Rancho Folclórico Serra da
Gardunha – Alcongosta, Grupo de Bombos
de Alcongosta, Liga dos Amigos de
Alcongosta e Centro de Dia de
Alcongosta
Orago: Nossa Senhora da Anunciação
A CACHE
1ª micro –
Aproveitem para vislumbrarem a magnifica vista
2ª Regular – Aqui poderão refrescar-se,
descansar e já agora porque não aproveitar para um lanche