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Moagem do Caramujo Traditional Geocache

Hidden : 1/11/2014
Difficulty:
1 out of 5
Terrain:
1 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:


Moagem do Caramujo



Ao entrar na zona do Caramujo deparamo-nos com a desactivada Fábrica de Farinhas Aliança. Trata-se da antiga Fábrica de Moagem do Caramujo, primeiro edifício em Portugal a utilizar o betão armado.

O betão armado é um material de construção usado nas estruturas dos edifícios. Diferencia-se do betão devido ao facto de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tracção, enquanto que o betão em si resiste à compressão.

Estado actual da Fábrica de Moagem do Caramujo


A Fábrica de Moagem do Caramujo foi construída em 1872 e, poucos anos depois, em 1889, foi adicionado um corpo ao anterior conjunto de quatro pavimentos erguido na década de 70. Esta Moagem (nome atribuído às fábricas de farinha), em 1881 estava equipada com 18 pares de mós, sendo considerada a maior fábrica nacional deste sector de actividade industrial. Como prova da importância desta fábrica já em 1889 podemos apontar a inclusão da tecnologia inovadora, o sistema austro-húngaro, na moagem dos cereais. Para além de empregar 330 operários de todos os ofícios necessários ao fluxo da produção da farinha, laborava durante todos os meses do ano (nem todas as unidades fabris o faziam), tinha um capital considerável, já utilizava a energia eléctrica para iluminação, para além de ter alterado o seu sistema de moagem das mós tradicionais para o inovador sistema tecnológico.

A 10 de Junho de 1897, a fábrica sofreu um violento incêndio com origem na explosão do pó da farinha no cano de transporte para o depósito numa das fábricas, que a destruiu quase por completo, deixando apenas de pé as paredes. O então proprietário, confrontado com a fragilidade da anterior construção, patrocinou uma nova edificação, para que «semelhante catástrofe não pudesse voltar a repetir-se».

  

Fábrica de moagem após o incêndio de 10 de Junho de 1897 (vista do lado da Rua Manuel José Gomes e do lado do antigo cais), in Branco e Negro: Semanário Illustrado, 20 de Junho de 1897, (Autor: Arnaldo da Fonseca)


O projecto levou somente um ano a ser efectivado, estando terminado no Verão de 1898, e o resultado foi a "primeira obra arquitectónica integralmente estruturada em betão armado e executada em Portugal", processo de origem francesa (patenteado por François Hennebique) e introduzido em Portugal dois anos antes do incêndio do Caramujo.

  

Fábrica de moagem do Caramujo, edifício em construção, 1897 (Fonte: Institut Français d’Architecture – Bétons armés Hennebique (BAH): bureau technique central; nº 076 Ifa BAH) (Autor: José-Maria da Silva)


Em termos funcionais, a "nova" fábrica obedeceu à planta e volumetria do edifício original. Seis pisos, diferenciados de acordo com as várias fases de transformação dos cereais, faziam com que o circuito de produção fosse concentrado num só edifício. O ciclo moageiro iniciava-se pelo andar superior, pela trituração, aproveitando a gravidade, e culminava no piso térreo, onde se processava a carga e descarga de produtos. Os dois primeiros pisos têm uma curiosa organização em relação à fachada principal, que se estrutura em pé-direito duplo, com altos janelões, sem que se denuncie, do lado exterior, os dois pisos aqui incluídos.

O terraço existente no último piso era uma inovação para a época. Coberto por uma toalha de água, cumpria dupla função, contrariando os efeitos nefastos da secagem do cimento, como isolante térmico e protector, e servindo de reservatório para a ajuda a eventuais incêndios.

  

Fachada posterior da fábrica de moagem (primeiro edifício à esquerda) (c. 1900, segundo R. H. Pereira de Sousa, in Almada. Toponímia e História, p.104) (Postal propriedade da Câmara Municipal de Almada-DAU)
(Os edifícios à direita foram entretanto substituídos pelos actuais silos)

Fábrica de moagem do Caramujo, edifício terminado, 1898 - Vista do lado do antigo cais - (Fonte: Institut Français d’Architecture – Bétons armés Hennebique (BAH): bureau technique central; nº 076 Ifa BAH) (Autor: José-Maria da Silva)
(Os edifícios à esquerda foram entretanto substituídos pelos actuais silos)


A derradeira grande fase de obras no conjunto ocorreu em 1960, quando uma parte do esquema construtivo de 1898 foi sacrificado em benefício de uma modernização, cujo principal elemento foi a inclusão de silos cilíndricos adossados ao edifício. A decadência, todavia, chegou pouco tempo depois, o que determinou a paralização dos trabalhos e o início de um relativamente longo processo de decadência.

Em 2002, a Câmara Municipal de Almada adquiriu o imóvel à Sociedade Industrial Aliança, facto que significou o primeiro passo para a manutenção do monumento enquanto marca do impacto que a Industrialização teve no concelho e como símbolo de um processo construtivo - o betão armado - que tanto sucesso conheceu no século XX.

Ainda em 2002 a Fábrica de Moagem do Caramujo foi classificada como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 5/2002, DR, 1ª Série-B. nº 42, de 19-02-2002.

 

Para mais informações sobre este edifício histórico podem consultar o magnífico trabalho efectuado por Maria da Conceição da Costa Almeida Toscano (formato PDF) em:

Esta é a nossa primeira cache colocada pelo que estamos abertos a sugestões e críticas construtivas. Se for o caso, não hesitem em contactar-nos!

 

ATENÇÃO: Devido ao edifício se localizar numa antiga zona industrial hoje em dia bastante degradada e isolada, aconselha-se a não fazer esta cache durante a noite, especialmente se forem sozinhos.

 

Fontes consultadas:
Junta de Freguesia da Cova da Piedade
Repositório Aberto
IGESPAR
Wikipedia
Blog “Os Sentidos do Património”

Temas aos quais esta cache pertence:


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