Nesta região podem ser encontradas lebres, coelhos, saca-rabos,
gineta, raposa, javali, gato bravo (único local), chapins,
perdizes, melros, piscos, cartaxos, rolas, pombos torcazes,
pica-pau, águia cobreira, águia-de-asa-redonda, rapinas nocturnas
(mocho galego, coruja das torres, coruja do mato).
A arquitectura é tradicional, as casas chamam-se montes, que são
Habitações rurais de planta rectangular alongada, virados a este,
de maneira a terem uma maior protecção das brisas marítimas e das
chuvas de oeste. As fachadas quase não apresentam aberturas. A
porta dá directamente para a divisão principal, que serve
simultaneamente de sala de estar, de cozinha e local onde se come,
isto para além de servir de acesso às outras divisões. O chão é
normalmente revestido de tijolos. A chaminé é grande, integrada na
fachada e normalmente tem inscrita a data de construção. A cal é
usada para embranquecer as paredes. Ao lado da casa existe
normalmente um forno, estábulos e armazéns. São geralmente feitos
de taipa – grande técnica de construção por ser económica e ser um
isolador térmico.
“Depois do desastre de Tchernobil, em 1986, as gentes da freguesia
têm assistido à chegada de estrangeiros que, nos montes abandonados
e cedidos pelos proprietários, se vão instalando com as suas
famílias. Estes novos visitantes, de aparência “frágil” e
“descuidada”, auto denominam-se “nómadas à procura de tranquilidade
espiritual e ecológica”. Ao deslocarem-se de Norte para Sul,
principalmente da Alemanha, Reino Unido e Holanda, descobriram
Santa Margarida da Serra. Tendo chegado como visitas, são
actualmente um testemunho da hospitalidade dos margaridos, que
entretanto reconhecem que “os maganos fizeram com que a freguesia
se tornasse conhecida!” (homem, trabalhador rural, 69 anos).” in
"O
paradigma da ruralidade: o passado e a continuidade
identitária" |