O Forte da Casa da Salga, comumente referido apenas como Forte da Salga, localiza-se na baía da Salga, freguesia de Porto Judeu, concelho de Angra do Heroísmo, na costa sudeste da ilha Terceira, nos Açores.
Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma fortificação destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico. Cruzava fogos com o Forte das Cavalas e com o vizinho Reduto da Salga.
Foi edificado no contexto da crise de sucessão de 1580, entre 1579 e 1581, por determinação do então corregedor dos Açores, Ciprião de Figueiredo e Vasconcelos, conforme o plano de defesa da ilha elaborado por Tommaso Benedetto, já existindo à data da batalha da Salga (25 de Julho de 1581). É mais preciso, entretanto, considerar-se que possa ter sido iniciado, possivelmente, ainda na década de 1570, só tendo ficado operacional em 1582, após, portanto, aquela batalha.
No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como 'A Fortaleza da Caza da Salga.' na relação 'Fortificações nos Açores existentes em 1710'.
Com a instalação da Capitania Geral dos Açores, o seu estado foi assim reportado:
'5º - Forte da Salga. Precisa a sua porta ser feita de novo e as muralhas encascadas e rebuçadas; tem seis peças de ferro boas com os seus reparos capazes. Precisa para se guarnecer seis artilheiros e vinte e quatro auxiliares.'
Encontra-se referido como 'Forte da Casa da Salga' no relatório 'Revista dos fortes e redutos da ilha Terceira', de Francisco Xavier Machado (1772), ilustrado com sete canhoneiras e edificações de serviço.
Encontra-se referido como '4. Forte da Caza da Salga' no relatório 'Revista aos fortes que defendem a costa da ilha Terceira', do Ajudante de Ordens Manoel Correa Branco (1776), que lhe relata o estado:
'Achase retificado de novo, e sóm.e a caza do of.al da guarda; preciza rachada, goarnecida, e rebucada; os seus tetos compostos; hua tarimba; hua porta e hua janella.'
No contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), foi novamente guarnecido e artilhado. Desse período dele existe alçado e planta, com o título 'Forte da Salga', de autoria do sargento-mor do Real Corpo de Engenheiros, José Rodrigo de Almeida (c. 1830).
A 'Relação' do marechal de campo Barão de Bastos em 1862 informa que 'As muralhas e alojamentos carecem de pequenos consertos.'
Quando do Tombo de 1881 encontrava-se em condições razoáveis, agora com apenas cinco canhoneiras e dependências de serviço também pelo exterior.
Ao longo dos séculos, o abandono, a erosão marinha e a falta de conservação por parte dos poderes públicos, conduziram à ruína da estrutura.
No contexto das comemorações do 4° Centenário da Batalha da Salga, cogitou-se, em 1980, o restauro do forte, que entretanto não aconteceu. No início da década de 1990, os seus remanescentes foram arrasados para ampliação do parque de campismo, nada mais restando em nossos dias.
|