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[Siglas Poveiras] Santo André das Almas Traditional Geocache

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Hidden : 3/11/2007
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:

Esta cache pertence a um conjunto de caches "Siglas Poveiras" que estão colocadas em locais onde existem / existiram essas marcas.

Siglas Poveiras

As siglas poveiras ou marcas poveiras são uma forma de "proto-escrita primitiva", tratando-se de um sistema de comunicação visual simples usado na Póvoa de Varzim durante séculos, em especial nas classes piscatórias. Para se escrever usava-se uma navalha e eram escritas sobre madeira, mas também poderiam ser pintadas, por exemplo, em barcos ou em barracos de praia.

No passsado, era também usado para recordar coisas; eram conhecidas como a «escrita» poveira, mas não formavam um alfabeto, funcionando tal como a escrita egípcia - os hieroglifos (constituem imagens de objectos: Sarilho, Coice, Arpão, Pé de Galinha, Grade, Lanchinha, Calhorda, Pêna, etc.). Esta escrita era usada porque muitos pescadores eram desconhecedores do alfabeto latino, e assim as siglas adquiriram bastante utilidade.

 
As marcas estão nas redes, nas velas, nos mastros, paus de varar, nos lemes, nos bartidoiros, nos boireis, nas talas, nas facas da cortiça, nas mesas, nas cadeiras, em todos os objectos que lhe pertençam, quer no mar, na praia ou em casa. A marca num objecto equivale ao registo de propriedade. O Poveiro lê essas marcas com a mesma facilidade com que nós procedemos à leitura do alfabeto.
 

Herança da marca

As siglas são brasões de famílias hereditários, transmitidos por herança de pais para filhos, têm simbolismo e só os herdeiros podem usar. O filho mais novo herdava a sigla do pai enquanto que os outros filhos herdavam a mesma sigla com com um ou mais "piques". Assim, o filho mais velho tem um pique, o segundo dois, ... Existiam vários modos de colocar os piques na sigla, desde picar, gradar até cruzar a marca. Formando-se assim, conforme o número de piques, cruzes, estrelas ou grades.

Na tradição poveira, que ainda perdura, o herdeiro da família é o filho mais novo tal como na antiga Bretanha e Dinamarca. O filho mais novo é o herdeiro dado que é esperado que tome conta dos seus pais quando estes se tornassem idosos. O Poveiro, ao chegar à meia idade, dava o lugar na lancha ao filho mais novo, que lhe tomava conta da rede e aprestos sinalados.

Para as gerações seguintes, a dos netos, a regra é idêntica. Estes têm para além dos seus piques, os piques na marca do pai, caso nenhum dos dois seja o filho mais novo.

 

O Poveiro, ao casar-se, registava a sua marca na mesa da sacristia da Matriz, gravando-a com a faca que lhe servia para aparar a cortiça das redes. A mesa da sacristia da velha igreja da Misericórdia, que serviu de Matriz até 1757, tinha gravadas milhares de marcas, representando um precioso documento para estes estudos.
     
Infelizmente, essa mesa desapareceu com a demolição deste Igreja sem que dela ficasse o menor vestígio ou documento fotográfico. Contudo, ainda se vêm hoje algumas gravações destas marcas nas mesas das sacristias da actual Matriz e da Igreja da Lapa.

Os vendedores analfabetos serviam-se das marcas para saberem de quem era a conta fiada. E assim, antes da rodelas e riscos com que designavam os vintens e tostões, pintavam a marca do devedor. 

Nas suas arribadas à costa norte, os Poveiros gravavam nas portas das capelas mais destacadas nos areais ou montes a sua marca como documento da sua passagem por ali. Algumas dessas capelinhas conservam ainda as suas antigas portas cobertas de marcas poveiras.

Mas não era só nas arribadas que o Poveiro assinalava a sua passagem com a marca. Nos Mosteiros ou capelas onde fosse cumprir uma promessa, normalmente quando ela era feita em nome colectivo, isto é, da companha, gravava nas portas dos templos, nas mesas das sacristias, nas cercaduras em madeira, nos arcos cruzeiros, a sua marca, que assim servia de testemunho perante a grei do cumprimento da sua promessa. Eram bem marcas votivas.
 
É corrente entre eles que os velhos poveiros analfabetos, em lugar de assinarem em cruz nos documentos públicos, faziam a sua marca, que era o equivalente à sua assinatura. Poucos documentos comprovam esta afirmação. Apenas nas actas da velhas Associação Marítima dos Poveiros, relativamente moderna, encontramos essa sinalização.

       

Apesar da colmeia de pescadores poveiros não ser hoje um décimo das passadas épocas, em que a Praia da Póvoa de Varzim era o grande empório de peixe do norte do país, abastecendo as três províncias do Minho, Douro e Trás-os-Montes e ainda uma grande parte da Espanha, existe ainda imenso material para o estudo destas marcas que se encontram por toda a parte: nos interior das casas dos pescadores, nas cortiças das redes, ...

 

Santo André das Almas

Em Santo André existe uma capela junto a um rochedo chamado Penedo do Santo, que tem uma marca que acreditam ser uma pegada do próprio Santo André.

Os pescadores acreditam que este santo liberta as almas dos que se afogam no mar, indo pescá-las ao fundo do mar depois de um naufrágio.

A festa deste santo acontece na madrugada do último dia de Novembro, em que grupos de homens e mulheres, envolvidos em mantos pretos e segurando lampiões, vão até à ermida pela praia, entoando cânticos e no final circundam a capela, formando assim o Ponto das almas.

A romaria deste padroeiro das almas, a 30 de Novembro, é muito concorrida por gentes de toda parte. Dizem que quem não for a Santo André em vida lá terá de ir depois de morto.

O Sto. André constituía, simultaneamente, uma romaria e uma festa. Na madrugada desse dia, homens e mulheres envolvidos em mantos pretos, e segurando lampiões, deslocam-se em numerosos grupos a pé, até à sua capelinha, rezar novenas, formando assim o Ponto das Almas.

‘(…) Na volta toda essa gente vem a entoar cânticos. Uma mulher do grupo recita uma súplica e logo todos respondem em coro:

 

Resgatai as almas,
Ó Pastor Eterno;
Daquele lugar,
Junto ao Inferno.

Mas Santo André não é, na crença do Poveiro, somente o pescador das almas. Ele é o seguro protector do barco sardinheiro. Novena de Santo André com toada de sardinha a fazer-lhe romaria (…) é a melhor esperança para o Poveiro dum bom Janeiro:

Santo André das Almas,
Pedi ao Senhor,
Que nos dê sardinhinha,
Pelo seu amor.

É também crença das moças solteiras que atirando uma pedrinha para cima do telhado da capelinha no dia da romaria, o Santo lhes faz o milagre de casarem nesse ano. A pedra é atirada sempre com uma súplica:

Vai pedra abençoada,
Para eu p´ró ano vir casada.
Santo André uma pedrinha,
Para eu p´ró ano vir casadinha.’ ”

Na porta desta capela era possível observar as siglas poveiras gravadas indicando o pagamento das promessas feitas ao santo.

 

Esta cache pertence a um conjunto de caches e TB's cujo o tema são as Siglas Poveiras

Caches:

GC11CMZ [Siglas Poveiras] Santo André das Almas
GC11CP6 [Siglas Poveiras] Senhora da Bonança
GC122N3 [Siglas Poveiras] Santa Tecla
GC123AB [Siglas Poveiras] Cego do Maio
GC15WJK [Siglas Poveiras] Senhora da Guia

GC176C6 [Siglas Poveiras] Senhora da Abadia
GC176VP [Siglas Poveiras] S. Bento da Porta Aberta
GC176VV[Siglas Poveiras] Santa Cruz

TB's:

TB193C2 [Siglas Poveiras] Sacristia
TB199E1 [Siglas Poveiras] Camisola Poveira

Referências:
O Poveiro - António Santos Graça
Wikipedia

Additional Hints (Decrypt)

Anf crqenf qb zheb whagb nb fbyb

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)