PONTE SECA (Durrães-Barcelos) Traditional Geocache
PONTE SECA (Durrães-Barcelos)
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Difficulty:
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Terrain:
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Size:  (regular)
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local de facil acesso.
Ponte Do Comboio Ponte Seca (Durrães Barcelos) Referindo-se às
infra-estruturas ferroviárias construídas ao longo de toda a Linha
do Minho, Teotónio da Fonseca chamou-lhe "a obra (...) mais alta e
elegante de toda a linha," De facto, a Ponte Seca, ou Viaduto de
Durrães, como também é conhecida, surge, 130 anos depois como uma
das mais emblemáticas construções projectadas, pela antiga
Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses.
Extraordinariamente grande, a ponte que serviu de "guarda" a D.
Manuel II durante o almoço oferecido pelo conselheiro Novais Leite,
em 1908, tem 22 metros de altura e 255 metros de comprimento. Os 16
arcos de volta redonda em cantaria, todos iguais, atingem, cada um,
oito metros e meio de vão. Imitando algumas das técnicas romanas na
construção de pontes deste gênero, os arcos estão assentes em
sólidos pilares do mesmo género de cantaria. Segundo Justino
Maciel, autor da brochura Pontes e Viadutos Numa Perspectiva de
Património Industrial, também "os fundamentos, em terreno húmido,
seguiram o protótipo romano, pois estão assentes em toros de
madeira enterrados na vertical." Do longo tabuleiro destacam-se as
cornijas e, sobre estas, as guardas que, Domingos da Calçada,
escritor local, assegura só terem sido colocadas "já o comboio
passava na ponte há alguns anos." Justino Maciel refere ainda que
"segundo testemunhos locais, os materiais [empregues na construção
da ponteJ foram transportados para os seus lugares por plano
inclinado a partir de cima, à medida que os carris avançavam,"
Apesar de se tratar de um período de tempo muito curto, as pessoas
da freguesia de Durrães asseguram que a Ponte Seca - nome pelo qual
é conhecida por não passar água por baixo - apenas demorou três
anos a ser construída, O número de trabalhadores que operaram na
ponte é desconhecido - sabe-se, no entanto, que uma grande parte
dos pedreiros vieram de Nogueira, Viana do Castelo -, da mesma
forma que está por apurar o número de trabalhadores que morreram
durante a coustrução. Nem mesmo os registos paroquiais daquela
altura fazem qualquer referência a este assunto. Paulo Passos,
escreve na sua monografia O Couto de Carvoeiro que para a
construção da ponte "foram apresentadas duas propostas, uma de
Manuel Corbal, outra de Berando Paulo, O primeiro comprometia-se a
concluir a obra no prazo de 16 meses a contar do dia em que
recebesse a ordem para trabalhar; orçou a obra em 43,500$00: o
segundo, apresentou idêntico orçamento, e prazo de conclusão de 18
meses." Curiosamente, em ambos os casos, os empreiteiros
comprometiam-se a construir a ponte num prazo inferior àquele que,
segundo populares, terá demorado (36 meses). Manuel Corbal, por
Portaria datada de 15 de Maio de 1876, foi autorizado a construir a
ponte pelo preço de 35.507$127 réis, uma insignificância quando
comparados com os 284,513$850 réis gastos na construção do túnel de
Tamel. A data da conclusão da ponte não é exacta, contudo, a
chegada do comboio a Barroselas acontece pela primeira vez no dia
24 de Fevereiro de 1878. E se tivermos em atenção o dia em que a
obra foi concessionada custa acreditar que a Ponte Seca tenha sido
construída em apenas 21 meses. Como em todas as grandes
construções, também a da Ponte Seca deixou muitas histórias para
contar. Lendas, chamar-lhe-ão uns, tretas, dirão outros, mas esta,
assegura Domingos da Calçada, à medida que vai recordando para o
Jornal de Barcelos a passagem de um galego por Durrães, "não é
lenda", "foi assim que aconteceu". Encarregado de fornecer a pedra
necessária para a construção, um galego, atento aos custos
exorbitantes que o transporte da pedra de locais mais afastados da
ponte. acarretaria, procurou em Durrães "um penedo onde pudesse
fazer um corte." Ao fim de alguns dias, a matéria prima tinha sido
encontrada mas o proprietário teimava em não vender o penedo por
recear que as explosões lhe desfizessem a casa e o eirado. Apenas
vendia tudo. E é assim que com o dinheiro da venda pagou as dividas
e foi morar para outro lugar. Alguns dias depois, "o galego foi
estudar o penedo para ver a maneira mais económica de lhe fazer o
corte", É então que repara "que no cocuruto do penedo havia um
segundo, onde por um corte horizontal cabia um pataco." Convencido
de que o penedo já tinha sido levantado com uma alavanca e que ao
descê-lo não ficou devidamente assente, pensou "que podia ter sido
para [lhe] esconder alguma coísa no interior. Depois de ter
ordenado aos operários que fizessem um furo e lhe carregassem um
tiro", mandou-os embora e, sozinho, provocou a explosão. Foi então
que descohriu um vão cheio de ouro, presume-se que moedas.
Desorientado, agarrou no ouro e foi ter com o dono da casa.
Estranhando, o homem disse que não podia aceitar porque já não
tinha o dinheiro para lhe devolver, mas o galego insistiu para que
ficasse novamente com ela sem qualquer custo. Durante a noite,
afIrma sabiamente Domingos da Calçada, "o galego agarrou no ouro e
esgueirou-se de cá para fora." A pedra para a ponte teve que ser
cortada noutro sítio, "porque o penedo ainda lá está, no lugar do
Souto", com todas as maras desta história.
Additional Hints
(Decrypt)
N pnpur rfgá cbe qronvkb qn Cbagr Frpn.