Skip to content

PTCRA1 - Lavadeiras Traditional Cache

This cache has been archived.

Peter!: o acesso físico ao local da cache está impraticável, por isso desejamos paz à sua alma :)

More
Hidden : 4/22/2009
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


1ª Cache do Powertrail a ser feito na caminhada de 25 Abril 2009.
No futuro, podem e devem visitar este conjunto de caches, juntamente com as seguintes caches (pelo menos):

Santuário N.ª Sr.ª da Piedade da Serra [Sintra] by Lmcadete (GC1BVNC)

Olari l'Olelas by afonso_loureiro (GCV303)

Aqui deixo o trajecto para GARMIN (formato GPX), para quem quiser fazer esta caminhada: TRAJECTO25ABRIL

 

 

Quem eram as Lavadeiras?

Sem nos preocuparmos agora com pormenores locais, podemos afirmar que eram gente humilde, que habitavam nos arredores de Lisboa, no Tojalinho, em Caneças, Á dos Calvos, em Fanhões, no Sabugo, em Belas, em Loures, na Malveira, etc.

Alcançaram algum prestígio em detrimento de profissional "alfacinha", impondo-se pela sua graciosidade e pela sinceridade quase ingénua com que lidavam com as freguesas, as denominadas "senhoras".

Onde lavavam?

Nos mais diversos locais, é o que podemos afirmar e vamos enumerar alguns.

Nos tanques denominados por almácegas, normalmente construídos por maridos ou familiares e de uso reservado. Havia também quem lavasse nos rios de água corrente, ajeitando cada lavadeira o seu próprio lavadouro. Faziam-no de joalheiras para não ferir os joelhos e poupar as vestes, dado o elevado número de horas de trabalho a que se submetiam, batendo a roupa mais grossa com a "malha", apetrecho essencial nesta tarefa.

Quando presentes, confiavam aos maridos a tarefa de estender nos "tojos" circundantes dos rios de água corrente e almácegas, a roupa das freguesas. No rio surgiam espontaneamente as "cantigas ao desafio"...

A ida até Lisboa

A partida ao carregar das trouxas, era feita entre a 1 e as 2 horas da madrugada de Domingo para segunda-feira, consoante o local de onde se deslocavam. As portas de Benfica e a calçada de Carriche eram verdadeiros entrepostos da actividade, sendo alcançados cerca das 5 horas da manhã. No início do século deslocavam-se de burro, dois cestos " calhau" um de cada lado e a lavadeira em cima da albarda; iam também de carroça puxada por uma parelha de mulas ou machos com quatro ou cinco lavadeiras empoleiradas no cimo.

Outras, com melhores meios, deslocavam-se de galera; mais tarde; por volta dos anos vinte, começaram a fazer o trajecto em camionetas de caixa aberta, que alugavam.

No início do século, era atribulada a viagem, já que as lavadeiras tinham de fazer parte do percurso a pé, quando a estrada inclinava. Normalmente, nas carroças, iam em cima das trouxas, sendo estas presas com cordas de icrir; como já referimos, cada carroça levava, em média, quatro e ás vezes cinco mulheres.

Eram frequentes os problemas, já que amiudadamente, devido ao peso, rebentavam os cilhões dos machos que se prendiam junto aos varais.

Uma vez nas Portas de Benfica ou nas mediações da Calçada de Carriche, cada lavadeira seguia o seu destino. Do campo grande à Rua da Cruz (aos poiais de S. Bento) passando, entre outros locais, pela Rua das Adelas, Rua do Século, Rua da Boa vista, etc.

Dos Carroceiros, havia quem acompanhasse as Lavadeiras até às estalagens da sua referência, tendo em atenção o factor qualidade - preço, e quem de imediato regressasse às suas terras para tratar dos animais e do bocadito de terra que amanhavam ; estes voltam a Lisboa no dia seguinte para, no local combinado, recolherem a companheira e as demais que a ela se associavam, por não terem transporte próprio.

Nas suas terras

Ao anoitecer de cada terça-feira, chegavam às suas casas e novas tarefas se lhe deparavam, normalmente ao serão, com a ajuda das filhas mais velhas e das chamadas mulheres de fora, apartando a roupa que estas, de imediato, levavam, já distribuídas por diferentes qualidades: branca, de cor, fronhas, lençóis, etc.

Para evitar trocas, sempre desagradáveis, recorriam ao sinal que, semana após semana, identificava ser pertença da senhora sicrano ou da senhora beltrano, a peça tal.

Era então quarta-feira e, manhã cedo, nas almácegas ou no rio, com a ajuda das filhas, que começavam a lavar ainda crianças, e dos maridos que as transportavam, deitavam mãos à obra. No rio ou nas almácegas, esfregavam as peças mais delicadas e caras, enquanto as filhas lavavam as peças mais pequenas e soltas.

As mais difíceis, após prévia verificação, eram destinadas à barrela, normalmente feita num telheiro, dentro de um enorme alguidar de barro onde a roupa era acamada e depois coberta com cinza. De seguida colocava-se água a ferver, entretanto preparada. A roupa ficava então macia como veludo e, após uma pequena lavagem com sabão, era posta ao sol, a corar. De quando em vez era borrifada, para não encarquilhar, depois ia de novo à água para tirar o sabão que restava, ficando limpa e " desencascada", então se dizia...

Aconteciam idênticas tarefas nos dias de quinta-feira, sexta-feira e Sábado; o Domingo era reservado à secagem e à dobragem de alguma peça mais difícil que, no Inverno, custava mais a secar.

A distribuição em Lisboa, o anunciar da chegada, os preços por volta de 1915...

A roupa era levada já toda separada por freguesas; ficava uma parte na estalagem (verdadeiros entrepostos desta actividade) enquanto as lavadeiras iam visitar as suas freguesas, para entrega da roupa lavada e recolha da suja. Ao bater à porta a lavadeira fazia-se anunciar com um bem sonante "LAVADEIRA" ou "LAVANDEIRA", como então se pronunciava.

Era comum que, em determinadas casas ricas, pelas 10 ou 10h30 da manhã de segunda-feira, já estaria preparado o almoço de garfo, a contar com a lavadeira, era a confiança e estima a que as mesmas eram votadas; não era raro, aliás, transmitir, de mãe para filha, a lavagem de roupa da senhora tal.

A título de curiosidade, refiram-se os preços de então:

  • Lençóis - 3 tostões
  • Colchas – 5 tostões
  • Cobertores – 7 tostões
  • Panos de cozinha – 2 tostões

Convém dizer que as saloias (ou mulheres de fora) recebiam das lavadeiras propriamente ditas, por cada 5 tostões de facturação às freguesas, 1 tostão pelo seu trabalho de lavagem. É pouco, talvez, mas não esqueçamos todavia que as lavadeiras tinham de suportar encargos tais com o sabão, o transporte de carroça e a manutenção dos animais, acautelando ainda a jorna do carroceiro que, por vis da deslocação a Lisboa, se via privado de trabalhar o seu bocado de terra.

Muito mais haveria a dizer desta quase extinta, ou mesmo extinta, profissão, já que não abordámos a questão do seu traje, dos seus hábitos na cidade de Lisboa, do comércio paralelo que exerciam com a profissão de lavadeira nem, por fim, das amizades que granjearam, algumas das quais ainda perduram, já que foi intermédio das lavadeiras que as gentes da cidade, nas décadas de trinta e quarenta, começaram a "fundar", nos arredores da capital, autênticas colónias de veraneantes na época do estio.

FONTE: http://lavadeirasdosabugo.com

 

Additional Hints (Decrypt)

Neiber

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)