Palácio de Eugénio da Silva
O Palácio de Eugénio da Silva ou dos Menezes ou dos Provedores das Lezírias, actual sede da Câmara Municipal de Santarém, foi edificado entre finais do século XVII e inícios do século XVIII, presumivelmente com o patrocínio de D. Pedro Telles de Meneses, Provedor das Lezírias.
O Palácio tem uma construção de planta em "U " em que dois corpos rectangulares enquadram um corpo central de maiores dimensões, segue uma tipologia de inspiração maneirista, chã, bem patente na disposição axial das armas da família Meneses ou na linearidade e simplicidade da disposição simétrica das fenestrações, sendo o resultado final de uma certa austeridade. Todavia, a articulação destas sóbrias linhas construtivas é feita com apontamentos barrocos a nível da monumentalidade dos pináculos que coroam os cunhais da fachada principal, linguagem estilística que é corrobada pelo diálogo arquitectónico entre o edifício propriamente dito e o jardim circundante, conseguindo-se assim uma maior dinamização do espaço envolvente que ajuda a conferir à construção uma monumentalidade já tipicamente barroca. O interior do monumento rima, em apontamentos decorativos azulejares, a procura de um certo barroquismo decorativo patente nos conjuntos setecentistas de azulejos rócocó no Salão Nobre. Já em meados de oitocentos, são realizadas intervenções ao nível da colocação de estuques em algumas salas do palácio, bem como a inserção de um silhar de azulejos que percorre o terraço, cópia de um conjunto executado pela Fábrica Viúva Lamego para outro palácio da família Meneses, o Palácio dos Chavões, situado na região do Cartaxo.
O palácio Eugénio Silva, construído para assumir uma função residencial, vai conhecer um reaproveitamento das suas funções no século XIX em período de pós-revolução liberal, como Sede do Estado Maior de D. Miguel em 1834 e, mais tarde, como Quartel General do movimento liberal. Da memória do seu leque de funções faz também parte a utilização do monumento como Sede do Gabinete de Regularização e Obras Hidráulicas do Tejo, nos anos que correm entre 1851 e 1862. O actual nome da construção provém da aquisição do monumento pelo abastado industrial Eugénio Silva, em meados do século XX. Em 1954, os seus herdeiros vendem o imóvel ao município escalabitano, sendo que, desde 1966, este desempenha as funções de edifício da Câmara Municipal de Santarém.
Quando foi adquirido para sede de Município, o Palácio dispunha de um elegante parque ajardinado privado.