Erigida no local onde existia uma horta de uma senhora idosa de
nome Ana, carinhosamente apelidada de Ti Ana, consistia num pequeno
olho de água ao qual apenas foi concedida a dignidade de fonte já
no último quartel do século XX, através da acção da Associação Os
Quatro Cantos do Cisne.
A água da fonte da horta da Ti Ana sempre foi de domínio público,
servindo inclusive para regar as hortas adjacentes, o que prova o
carácter generoso e comunitário destas gentes.
Pequena, simples, branca e de água sempre fresca, local de romaria
desde tempos de antanho, local excelso para conversas, jogos de
sedução, cantigas e melopeias, brincadeiras e encontro de
calhandras.
Se chegarmos cedo ao monte
Eu logo em sortes vos digo
Uma aguadeira da fonte
As outras ceifam o trigo.
Eu fitei o horizonte
Que lindo, era meio-dia!
Tu passaste para a fonte
Fiquei doida de alegria.
A tua mãe, meu amor
Nem à porta quer que eu passe!
Eu hei-de ir buscar água
À fonte onde ela nasce.
Ó meu amor, meu amor
Ó meu adorado bem
O que eu não fizer por ti
Não faço a mais ninguém.
Esta água, esta fonte
Esta terra, este monte!
Tanto me faz recordar,
Tanto me fez amar!
Pastoravas a tua badana,
Encantavas-me com o olhar.
Ai Fonte da Ti Ana!
Com quem me fui casar!!!
Popular
(texto retirado da Rota dos Cântaros e Cantos)