A CACHE NÃO SE ENCONTRA NESTAS
COORDENADAS!!!
Afonso Henriques de seu nome que em 1148 tomou aos mouros
uma vila na Estremadura rodeada por suaves colinas e bonitos
vales.
Assim podia começar esta resenha histórica da cidade de Torres
Vedras, situada no distrito de Lisboa, região agrícola de forte
componente vinícola e centro de uma intensa vida comercial e
industrial que a torna um dos pólos mais modernos e importantes do
Oeste. Esta tendência não é de agora pelo que Afonso III concedeu
foral em 1250 , confirmado e ampliado por D. Manuel I em 1510,
reconhecendo-lhe o privilégio de vila que se manteve por 729 anos
até chegar a cidade em 1979, sede de um concelho com 20 freguesias,
80.000 habitantes e 410 km2 de área total.
O perfil de Torres Vedras é como o daquelas mulheres que sendo
elegantes mas não fascinantes, revelam-se encantadoras e gentis.
Afonso III assim o entendeu: apreciando andar por estas paragens
com a rainha D. Beatriz, mandou edificar um paço na encosta do
castelo do qual não há rasto. D. Dinis foi outra conversa. Trazia a
corte, mas por razões menos discretas deixava-se ficar por cá,
enamorado que estava de D. Gracia Frois de quem teve um filho que
chegou a ser conde de Barcelos. Vila doada a rainhas, sobretudo da
dinastia de Avis, acabou por ter uma imperatriz nascida em Torres
Vedras a 18 de Setembro de 1434, a infanta D. Leonor, filha de D.
Duarte e D. Leonor, casada com Frederico III, imperador da
Alemanha. Dessas construções onde reis, rainhas e amantes se
acolheram, mesmo os amplos edifícios onde D. João I decidiu reunir,
em 1413, o seu Conselho a fim de legitimar a expedição a Ceuta, que
assinala o princípio da expansão marítima de Portugal, ou onde o
regente D. Pedro convocou Cortes, em 1411, para deliberar sobre o
atribulado casamento de sua filha Isabel com o sobrinho Afonso V,
nada resta. E não seria pouco se não devêssemos registar o fausto e
esplendor dispensados por D. João II à visita da embaixada do rei
de Nápoles, bem como a da República de Veneza, em 1496, feita nesta
vila a D. Manuel I. Porém, não há só glórias a assinalar pois
também sucederam dias negros. A alcaidaria esteve de preferência
nas mãos de naturais da vila e quando assim não foi deu para a
desgraça com intrigas e confrontos, como em 1384 quando o Mestre de
Avis pôs duro cerco de modo a obrigar o alcaide castelhano Juan
Duque a entregar as chaves. Razão igual obrigou D. João IV a tomar
o mesmo caminho em 1640, agora com o alcaide português João Soares
de Alarcão, bandeado para o lado dos Filipes. Há vozes históricas
que atestam, com simpatia, a lealdade do povo da terra à
Restauração da Independência, assim como a resistência aos
franceses de Napoleão Bonaparte que não tiveram melhor sorte na
Guerra Peninsular (1808-1810). Antecipando o presságio de uma
derrota final, o general Delaborde foi derrotado em 21 de Agosto de
1808, nas batalhas da Roliça e do Vimeiro, pelo exército anglo-luso
desembarcado em Porto Novo. Junot, o grande general instalado na
vila, fez a trouxa e largou com o seu exército, em fuga para
Lisboa, logo no seguinte dia 22, não sem ter saqueado o que pôde
das igrejas e conventos. A epopeia da resistência ao imperador
francês é protagonizada pelo general inglês Arthur Wellesley, 1º
Duque de Wellington e 1º Marquês de Torres Vedras, com a construção
(1810-1812) das célebres Linhas de Torres que acabaram por se
estender do Tejo ao mar. Sistema fortificado e complexo, composto
por 152 fortes e 628 bocas de fogo, tinha o seu coração no Forte de
São Vicente, em Torres Vedras. Curiosamente, guerra, o forte só a
conheceu quando as tropas cabralistas (Costa Cabral), do Duque de
Saldanha, dali desalojaram os setembristas do Conde de Bonfim.
Juntou cerca de dez mil homens a sangrenta Batalha de Torres Vedras
que teve um mau fim para o Conde de Bonfim, obrigado a render-se no
dia 23 de Dezembro de 1846. O rescaldo foi cerca de 500 feridos e
400 mortos, entre os quais o tenente-coronel Luís Mouzinho de
Albuquerque, liberal desembarcado no Mindelo e sepultado aqui na
Igreja de S. Pedro. De guerras e batalhas a vila e o concelho
ficaram fartos, optando pela paz e pelo progresso com o
caminho-de-ferro em 1886 , a luz eléctrica em 1912, a água
canalizada em 1926. Cresceu a vila com novos bairros e ruas e
tornou-se cidade em 1979. (…)orres Vedras é uma cidade
portuguesa no Distrito de Lisboa, região Centro e subregião do
Oeste, com cerca de 22 600 habitantes. É sede do maior município do
Distrito de Lisboa com 405,89 km² de área e 77 556 habitantes
(2008), subdividido em 20 freguesias. O município é limitado a
norte pelo município da Lourinhã, a nordeste pelo Cadaval, a leste
por Alenquer, a sul por Sobral de Monte Agraço e Mafra e a oeste
tem litoral no oceano Atlântico. Torres Vedras foi elevada à
categoria de cidade a 2 de Março de 1979. Mais informações em
http://www.arquivodetorresvedras.net/documentos/historia/
Depois de percorrido o Concelho de Torres Vedras, utilize os
números recolhidos nesta fórmula final.