Manuel
Cabanas e Vila Nova de Cacela
Manuel dos Santos Cabanas, também
conhecido como Mestre Manuel Cabanas (Vila Nova de Cacela, 11 de
Fevereiro de 1902 — Faro, 25 de Maio de 1995), foi um mestre
de xilogravura, autodidacta e republicano português, membro
fundador do Partido Socialista, de Portugal. Biografia De origem
humilde, filho de modestos proprietários agrícolas, também naturais
de Vila Nova de Cacela, Manuel Cabanas fez a instrução primária,
tendo neste período se dedicado ao campo como forma de trabalho. Em
1920 passou a trabalhar como encarregado da manutenção das
mercadorias e das bagagens na ferrovia. Dois anos depois mudou-se
para cidade de Barreiro, quando passou a desenvolver cargos e
funções no Sindicato dos Ferroviários do Sul e Sueste, mobilizando
a classe para a defesa dos seus direitos, o que naquela época era
considerado um delito subversivo pelo fascismo. Em 1927, por
ocasião da revolução de 7 de Fevereiro, Manuel Cabanas teve o
primeiro embate com a ditadura, quando a convite do almirante
Mendes Cabeçadas Júnior, integrou a comissão revolucionária local.
Foi neste ano que Cabanas foi preso pela primeira vez, quando, ao
dirigir-se para o quartel de marinheiros de Vale de Zebro, a fim de
ganhar aquela unidade para a causa dos revolucionários, é preso à
entrada dessa unidade militar. Pouco tempo passado, Manuel Cabanas
seria restituído à liberdade. Como represália, é enviado para o
trabalho nocturno, na estação dos Caminhos de Ferro da Moita do
Ribatejo, tendo nela permanecido por dez anos, onde, de forma
discreta, mantinha actividade política de oposição ao regime, o que
o levou a relacionar-se com importantes intelectuais e políticos
portugueses tais como, Aquilino Ribeiro, Ramada Curto, Bento de
Jesus Caraça, Câmara Reis, Piteira Santos, José Magalhães Godinho,
Vasco da Gama Fernandes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Raul Rego,
Arlindo Vicente dentre outros, com os quais além de conviver,
participou em vários actos políticos. Durante o regime fascista,
Manuel Cabanas envolve-se na realização de obras de melhoramento
social da classe dos trabalhadores. De 1924 a 1930, Cabanas faz
parte da direcção do Asilo D. Pedro V, no Barreiro, uma instituição
muito pobre, onde consegue melhorias no equipamento e nos serviços.
Durante dezoito anos desenvolve grande actividade em prol da
Comissão Nacional de Assistência aos Tuberculosos, iniciativa esta
que lhe valeu nova prisão. Durante a década de 30 do século vinte,
participou em todas as acções de vulto da Oposição Democrática,
mantendo-se ligado à tendência socialista e foi co – fundador
do Partido Socialista, por cujas listas, já septuagenário após o 25
de Abril de 1974, foi eleito deputado à Assembleia da República.
Gravura de Manuel Cabanas A partir de 1938, Manuel Cabanas deu
início a uma intensa actividade artística no campo da gravura em
madeira, encetando uma ruptura abrupta com as técnicas tradicionais
de gravação. No início de sua carreira artística, os desenhos
xilogravados por Cabanas eram feitos por seu amigo o pintor Américo
Marinho, com o passar do tempo, o próprio artista passou a desenhar
para posteriormente esculpir na madeira de Buxo. Em 1939 começou a
expor os seus trabalhos, o que lhe valeu vários prémios, entre eles
a medalha de ouro das Belas Arte. Nas décadas de 40, 50 e 60
dirigiu as campanhas da oposição no Distrito de Setúbal e foi
mandatário dos candidatos presidenciais oposicionistas. Aposentado
compulsivamente da CP em 1963, por razões políticas, foi
funcionário da ordem dos advogados e professor do ensino técnico,
sendo demitido deste, em 1968, por ser considerado como contrário
aos altos interesses do Estado. Depois de 25 de Abril de 1974, já
septuagenário, foi chefe de Redacção da Revista do Povo e deputado
do Partido Socialista na Assembleia da República. Autodidata, deveu
a sua formação intelectual ao estudo individual e ao convívio com
alguns dos maiores vultos do pensamento e das letras do seu tempo:
Aquilino Ribeiro, António Sérgio, Vieira de Almeida, Jaime Cortesão
e Ferreira de Castro, entre outros. Integrou, nos anos 50 e 60, as
tertúlias da Livraria Bertrand e do consultório do Professor
Francisco Pulido Valente, ao Chiado (esta última imortalizada no
quadro A Leitura, de Mestre Abel Manta). Foi sócio efectivo da
Sociedade Nacional de Belas-Artes. Em 1974, doou o essencial da sua
obra xilográfica original e a sua colecção de arte ao Museu
Municipal de Vila Real de Santo António, de que foi o Conservador
nos últimos anos de vida. Mestre maçon, pertenceu aos quadros do
Grande Oriente Lusitano. Um busto em bronze, descerrado em 1993
pelo Presidente Mário Soares, perpetua a sua memória em Vila Nova
de Cacela. A sua colecção artística encontra-se hoje à guarda do
Centro Cultural António Aleixo, em V. R. de Santo António. Em 1985,
Manuel Cabanas foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da
Liberdade, no grau de Comendador, pelo então Presidente da
República, General Ramalho Eanes. Em 1991, foi agraciado pelo
Presidente da República, Dr. Mário Soares, com o grau de Comendador
da Ordem do Infante D. Henrique. Em 1983, também a Câmara Municipal
do Barreiro decidiu homenageá-lo na área das Artes e Letras.
Faleceu aos 93 anos de idade, no dia 25 de Maio de 1995, no
hospital de Faro. Podem ver a Página do Museu deste grande homem.
http://www.cultalg.pt/CDOC/index.html?subpagina=museu_cabanas.htm E
visitá-lo também em VRSA no Cento Cultural.
Para fazer a cache, têm de percorrer um pouco da vila.
No ponto 1 (coordenadas iniciais): Ver a data de inauguração do
largo que está presente no busto.
Fazer os cálculos para ir para o ponto 2 Onde: Ano/Mês/Dia =
A/B/C N 37º(B+5).(Cx34,625) W 007º(125-A).0(Cx2)
No ponto 2 (resultado dos primeiros cálculos) Ver a data de
inauguração do local que está presente na parede.
Fazer os cálculos para ir para o ponto 3 Onde: Dia/Mês/Ano =
D/E/F N 37º(Ex2).(F-1445) W 007º(D+18).(F-1066)
Seguir para o ponto 3 e seguir a dica adicional.