A Igreja Paroquial, ou de Santa Maria De UL, sita na confluência dos rios Ul e Antuã e fronteira ao Castro, data de 1790. Este templo assenta sobre plataforma de um raro monumento romano ou romanizado, de onde foram exumados dois preciosos padrões: o marco miliário da milha XII e o Terminus Augustalis, o qual se encontra embutido na parede exterior da sacristia. Esta igreja, sobretudo por este motivo, é um importante centro cultural a preservar.
Terra de história e tradição, esta terra de Santa Maria, fez-se e faz-se à volta do pão. Famoso no seu paladar e história, sinal de trabalho e muita água corrida que fez do cereal a farinha para o amassar, é para nós, discípulos d’Ele, sinal de encontro e comunhão, de fé e alimento de vida eterna. Por isso, o melhor que temos. Pão do corpo e da alma. Pão de Ul, sinal vivo de uma comunidade de vida e fé, de trabalho e acolhimento. Sê, meu irmão e irmã, bem-vindo à nossa terra. Que te sintas em tua casa.A freguesia de Santa Maria de Ul já era do Município da Bemposta no ano de 1527. Pertenceu à comarca e ouvidoria da Feira e, nos meados do século XVIII, à comarca de Esgueira. A sua história está marcada por um passado muito remoto, recuando aos tempos pré históricos, em que a presença humana por estas paragens está sobejamente documentada através de importantes achados arqueológicos, que atestam a presença de povos muito anteriores aos romanos. Como já foi referido, alguns elementos apontam para que se situasse Talábriga, encantada cidade dos Pesures, nomeadamente o facto de terem aparecido aqui, junto ao castro de Ul e no leito da conhecida Via Romana (Lisboa-Braga) um marco miliário e um 'Terminus Augustalis'. 'Junto a esta aldeia é o sítio da Corredoura. Diz o povo da terra que se lhe deu este nome por ser aqui que os mouros faziam corridas de cavalos, torneios e outros jogos', diz Pinho Leal que descreve a freguesia nestes termos: 'Passando o rio, mais abaixo, para oeste, se sobe o Monte das Almas da Moura, ao qual em antigos documentos se dá o nome de 'Mamoinhas'. É atravessado pelos alicerces de um muro. Isto prova com evidência que esta terra era já habitada por um povo pré-histórico, que existiu muitos séculos antes da invasão dos fenícios e dos cartagineses, pois ainda se vêem aqui algumas mamoas pré-celtas; e foi a elas que o sítio deve o nome de Mamoinhas. Sobre um pequeno outeiro da aldeia do Avenal está uma casa, chamada o Paço, propriedade de um lavrador. Não tem vestígios alguns de remota antiguidade mas é de tradição que deve o nome a ter aqui havido um nobre paço, do senhor da freguesia'. São famosos nesta terra os moínhos de água, cuja existência vem de muito longe. Documentos do século XVIII já atestam a sua presença em terras de Ul. No início, moeu-se o milho, depois o trigo e, mais tarde, passou a descascar-se o arroz. Para se avaliar o peso que a moagem artesanal chegou a ter, basta recordar que em 1951, e de acordo com um estudo do Padre Arede, era de 84 o número de moínhos em laboração, com um total de 327 “rodas”, o que dá uma média de 4 “rodas” por moínho, um número raramente atingido noutras regiões com características idênticas. Para assegurar a força motriz destes moínhos foram construídos 38 açudes, ou seja, pequenas barragens de onde partiam as “levadas” de água que accionavam aquelas “rodas”.
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