Natureza
““Conservar a natureza”, expressão associada à ideia de “defesa da biodiversidade”, independentemente da latitude que se lhe queira conferir, tornou-se um imperativo dos nossos dias, materializado num certo número de instrumentos e práticas dentre os quais se incluem as Áreas Protegidas. Estas últimas, em termos de salvaguarda de espaços e de espécies, representam uma das respostas possíveis face à evidente intensificação do uso do território e aos “desagregamentos” que daí advêm. Mas classificar determinados espaços em nome do “único”, do “raro” ou do “ameaçado” não deixa de ser um trabalho delicado, dado apontar para a sempre difícil conciliação entre o momentâneo dos interesses materiais e a perenidade das instâncias biológicas. Além disso, o arquipélago das Áreas Protegidas está longe de esgotar o mar da biodiversidade. Esta última manifesta-se ao longo de todo o continente português, revestida das mais diversas formas, algumas das quais irrelevantes ao olhar.
No entanto, dos cumes da Peneda-Gerês às ilhas barreira que separam a Ria Formosa do Atlântico, o território continental português alberga inúmeras áreas que, devido ao carácter que nelas assume o que temos por natural [é evidente que num território de antiga humanização, como é o caso do nosso, são evidentes os cuidados a ter com o uso deste adjectivo] e às manifestações culturais que lhe estão associadas, [não se perca de vista que, desde há muito, o trabalho da terra se denomina cultura] se distinguem do todo de que fazem parte, [nunca será por demais repetir que as Áreas Protegidas – Parque Nacional, Parque Natural, Reserva Natural, Monumento Natural e Paisagem Protegida – não são ilhas isoladas do resto do território; quando se apela à distinção, estamos apenas a referir-nos à presença de determinadas características paisagísticas e ecológicas, que conferem especificidade a esses espaços] sendo objecto de um estatuto especial de proteção.
São as Áreas Protegidas de Portugal [Peneda-Gerês, Montesinho, Douro Internacional, Litoral Norte, Alvão, Dunas de São Jacinto, Serra da Estrela, Serra da Malcata, Serra do Açor, Paul de Arzila, Tejo Internacional, Serras de Aire e Candeeiros, Berlenga, Paul do Boquilobo, Serra de São Mamede, Estuário do Tejo, Sintra-Cascais, Arriba Fóssil da Costa da Caparica, Estuário do Sado, Arrábida, Lagoas de Santo André e da Sancha, Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Vale do Guadiana, Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, Ria Formosa, Ourém-Torres Novas, Carenque, Pedra da Mua, Lagosteiros, Avelino, Corno do Bico, Bertiandos e São Pedro de Arcos, Azibo, Montejunto…] um repositório de interessantes geologias, floras e faunas, de alguns dos cenários tidos por mais atraentes e de modos de estar e fazer que fizeram história e se vão esfumando com o tempo. Trata-se de um património, ecológico e cultural, suporte de evidente biodiversidade em termos europeus, que concorre para definir as paisagens e a identidade de Portugal.”
[Pedro Castro Henriques,
in “a,b,c, das áreas protegidas de Portugal continental”, ICNB, 2007]
O enigma
Enigma alterado a 01 de Janeiro 2015
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