CONVENTO DE MAFRA – HISTÓRIA
Mafra, povoação antiquíssima, tomada por D. Afonso Henriques aos mouros em 1146, teve foral de vila em 1189, concedido pelo Bispo de Silves e novo foral em 1513, este concedido por D. Manuel I.
Foi nesta vila que D. João V mandou erguer um dos mais belos e gigantescos monumentos de Portugal e da Europa, conhecido como CONVENTO DE MAFRA. Reza a tradição e confirma-a Frei António de São José do Prado, mestre de cerimónias na Sagração da Basílica, que a origem da construção do Monumento de Mafra, se prende com o cumprimento de um voto que o rei D. João V teria feito a Deus no intuito de obter sucessão, o que, na realidade, aconteceu.
Em 17 Novembro de 1717 procedeu-se, então, com grande aparato real e religioso, ao lançamento da 1ª pedra do monumento. A Sagração do Templo a Nossa Senhora e Stº António foi celebrada a 22 Outubro de 1730, dia do aniversário de D. João V, mas estando concluída, apenas, a Basílica. Nessa comemoração, que durou 8 dias, tocaram os 6 órgãos da Basílica e os sinos dos carrilhões. A conclusão da construção do Monumento só aconteceu catorze anos mais tarde, em 1744.
O Monumento de Mafra, onde chegaram a trabalhar 45 000 operários e 7 500 soldados, é constituído pela Basílica, de estilo Barroco Romano, o Convento e o Palácio, ocupando uma área total de 40 000 m2.
Convento, destinado inicialmente a 13 frades franciscanos, sofreu sucessivas alterações no projeto, tendo chegado a albergar 342 religiosos. A Basílica, Torres, Torreões e a fachada principal do Monumento foram inteiramente construídos com mármores da região de Pêro Pinheiro e Sintra. Toda a grandiosidade do Monumento e a excelência dos materiais, são o resultado da riqueza e fausto que Portugal vivia nessa época, devido ao ouro do Brasil.
As Torres são o grande ornamento da fachada do Templo e em cada uma há cinquenta e sete sinos de diferentes dimensões. A Real Obra de Mafra dirigida por João Frederico Ludovici, foi a maior Fábrica Arquitetónica de setecentos e a primeira Escola Nacional de Belas Artes.
São dessa época, entre outros os notáveis mestres nacionais, escultores José de Almeida e Manuel Dias, o pintor Francisco Vieira Lusitano e o arquiteto Eugênio dos Santos que deixaram o seu nome indissoluvelmente ligado ao Monumento.
Por volta de 1754, reinado de D. José I, foi criada a Escola de Escultura de Mafra sob direção do Mestre Italiano Alessandro Giusti e onde se formou o genial escultor Português Machado de Castro.
O Real Convento foi inicialmente habitado por franciscanos, substituídos em 1771 pelos cónegos regrantes de Stº Agostinho que nele permaneceram cerca de 20 anos, findo os quais voltou a ser ocupado pelos irmãos de São Francisco, até 1834.
Considerado sempre como residência de Verão, o Palácio Nacional de Mafra apenas foi habitado permanentemente no reinado de D. João VI, período em que atingiu o máximo esplendor. Os salões foram objeto de grandes beneficiações e diversas pinturas murais, apresentando-se ricamente atapetados e repletos de valioso mobiliário e outras preciosidades artísticas.
Por altura das invasões francesas a Família Real retirou-se para o Brasil, tendo levado consigo a maioria das coleções artísticas do Paço de Mafra. No Convento ficaram, nessa altura, apenas 20 frades, tendo o Palácio sido ocupado pelas tropas de Junot em 1807 e um ano mais tarde pelo exército Inglês que aí permaneceram até 1828.
A extinção das ordens religiosas, em 1834, leva os franciscanos a abandonar definitivamente as instalações do convento.
Com a implantação da República, o antigo Paço Real passou a denominar-se Palácio Nacional. O Paço Real serviu, pela última vez, de guarida a D. Manuel II, na sua derradeira noite, antes do exílio.
Desde 1841o Convento é habitado pelos militares que o têm conservado, não apenas nas áreas que ocupam, como têm sido eles também fator importante na conservação global do monumento, em colaboração com as restantes entidades.
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