Sanguinhal é uma aldeia situada no extremo sul da freguesia do Carvalhal.
O seu nome provém da existência em tempos recuados de matas de sanguinhos (arbustos), existindo actualmente algumas espécies na Mata Municipal do Bombarral.
As referências mais antigas que nos chegaram, remontam ao século XIV. No arquivo Nacional da Torre do Tombo, existem documentos que atestam a atribuição de um Foro “no lugar que chamam Sanguinhal, termo de Óbidos”, dado em Évora a 23 de Agosto de 1399.
No século XV, o Sanguinhal foi morada de uma parte da família aristocrática, Rego, de origem obidense. A tradição aristocrática já vinha do século anterior, com a integração da aldeia do Sanguinhal no Morgano de Gonçalo Lourenço de Gomide, também dono da vinha de Famões e senhor de Vila Verde dos Francos.
No numeramento de 1527, contavam-se 14 vizinhos o que corresponde a cerca de 50 a 70 moradores.
Em 1712, existia uma capela dedicada a Santo António e a aldeia já fazia parte da freguesia do Carvalhal. Desde tempos antigos que a sua população se ocupou da agricultura, produzindo vinho e cereais. Actualmente as vinhas foram sendo substituídas por pomares de pereiras, apresentando na floração um espectáculo de extraordinária brancura e beleza.
Nos princípios do século XIX, o carvalhense Francisco António da Fonseca fixou-se no Sanguinhal. Aforou extensos terrenos situados na parte sul da aldeia, pertencentes à Irmandade do Santíssimo do Carvalhal.
Atraídos pela prosperidade, muitas gentes procuraram trabalho nessa época na Casa Sanguinhal, ajudando a aumentar populacionalmente a aldeia.
Após a sua morte, sucedeu-lhe o filho Francisco Romeyro da Fonseca que criou a marca “Vinho Sanguinhal”, pertencendo-lhe e fabricando os seus vinhos nos armazéns que hoje são propriedade da Quinta do Sanguinhal.
Já idoso Romeyro da Fonseca mandou construir uma nova capela no Sanguinhal, sendo inaugurada em 1886. Faleceu em 1890 e está sepultado numa pequena capela dentro do templo, dedicada a Santo António.
Paulo Romeyro da Fonseca, seu irmão, distinguiu-se nas letras, foi Cavaleiro da Ordem de Malta e Par do Reyno de 1856 a 1858.
Após uma efémera passagem pelo Concelho do Cadaval em finais do século XIX, no século XX, o Sanguinhal e toda a restante freguesia do Carvalhal, passam a integrar o recém-criado Concelho do Bombarral.
Fonte : http://www.jf-carvalhal.pt/conteudos/Sanguinhal-.html