O seguinte texto foi extraído do diário de viagem de um clérico da igreja que viajava com uma comitiva de julgamento e aplicação de sentença durante a época de Caça ás Bruxas.
«Na primavera de 1646 viajei até esta região onde a população acusava uma jovem rapariga chamada Catarina Bastilha de ter lançado uma praga nos cultivos da zona, pois o seu pai teve um ano de cultivo excepcional enquanto que todos os outros cultivos secaram e apodreceram. O rapaz que amava e morreu no ultimo inverno aliado à sua falta de mágoa e tristeza levantaram suspeitas entre a população. O seu pecado foi afinal bastante pior, quando foi vista a visitar a sepultura do rapaz no cemitério da aldeia vizinha. Testemunhas afirmavam ouvir Catarina a entoar canticos estranhos e viam um vulto a içar-se da sepultura... A rapariga foi julgada e condenada por crimes de bruxaria e conjuramento de espiritos. Foi decapitada após confirmação da sua culpa, o cadaver foi colocado numa cova para posteriormente ser queimado. Ao sair da aldeia fomos bloqueado pela familia da rapariga que pedia que ela fosse sepultada da maneira correcta e nao num qualquer buraco ou queimada numa fogueira. Apesar de sentir uma certa simpatia e compaixão pela familia não podia esquecer do impacto causado nas vidas de outros pelas acções de uma bruxa. Ao chegarmos à cova onde estava o cadaver, reparámos num homem com uma caixa a seus pés e a retirar o corpo de Catarina da sua cova. Exaltados e em choque a familia dirigiu-se ao homem e perguntou quem ele era e que direito tinha em remover o corpo... Calma e friamente o homem responde ser o seu pai e que veio buscá-la para que ela se possa reunir com a sua familia... Do lado oposto entre a familia um homem com uma forquilha grita furiosamente que ele é o pai de Catarina. O desconhecido responde que não, que desde há algum tempo ele tem sido o pai de Catarina, que tem sido mais pai que o próprio pai biológico: “Que tipo de pai seria eu se lavásse as minhas mãos dela agora? Não foi o vosso tratamento que a endereçou a mim? Se não cuidar dela agora quem cuidará?” Dito isto o pai biológico corre direito a ele e espeta a forquilha nas suas costas... O desconhecido irrompe em chamas, no meio delas pode-se delinear uma figura com o cadaver de Catarina nos seus braços. A figura caminhou para o lado como se fosse a descer umas escadas levando atras de si as chamas e o cadaver. As pessoas presentes olharam entre si em silencio e com medo...pois a estranha presença que veio buscar Catarina esqueceu-se de levar a caixa que tinha a seus pés... Após terem presenciado tudo isto ninguém se atreveu a abrir a caixa. Concordaram em colocá-la num local isolado onde nunca ninguém possa dar com ela. A partir desse dia havia sempre um murmurar sempre que acontecia algo estranho, invulgar ou trágico...nesses murmurios e sussurrares percebia-se entre dentes o culpado de tudo o que de mal acontecia...a caixa amaldiçoada...»
Para completarem esta letterbox devem fazer o download e imprimir uma simples folha A4 contendo tudo o que precisam. Cliquem abaixo para acederem à folha: