A meia encosta entre um pequeno outeiro denominado de Pôr de Basto, que se eleva a uma altitude de 381 metros, e a ribeira de Reiros, afluente do ribeiro do Outeirinho, na parte norte da freguesia de Alvite, encontra-se a Casa da Torre, implantada entre frondífera vegetação arbustiva, olivais e vinhedos.
Tratar-se-á, porventura, de uma das mais antigas e principais casas solarengas existentes no polígono administrativo da freguesia.
A casa seria primordialmente formada pela torre, capela e portão armoriado, configurando planta em “L”, com as duas fachadas Este e Sul em ângulo. Este conjunto arquitetónico datará dos primeiros decénios da centúria de Setecentos, sendo imputada a obra a Rosendo de Abreu Leite Pereira, a quem foi concedido em 1738 o brasão que ornamenta o portão, embutido em tímpano semicircular. Na segunda metade do séc. XVIII dá-se a edificação do restante corpo da casa a Este, prefigurando deste modo a planta em “O” que chegou aos nossos dias. Esta desenvolve-se em redor de um pátio interior ao centro do qual se encontra uma fonte provida de tanque octogonal.
As duas fachadas setecentistas acima referidas evidenciam portais de bela traça barroca, onde é patente a mestria dos canteiros que imprimiram com elementos escultóricos um forte impacto cenográfico, de grande composição heráldica, salientando-se a altiva torre quadrangular, de rés do chão e dois andares, tendo rasgadas nos alçados janelas molduradas de arco de volta inteira, sendo coroada por merlões e gárgulas cantonais “com carrancas”, que confere volumetria ao conjunto arquitetónico, enquanto plano vertical mais elevado.
A capela, de invocação à Sagrada Família, segue o mesmo desenho, destacando-se o portal largamente ornamentado de voltas, sobrepujado por dois óculos oitavados. A empena é terminada por frontão em arco interrompido, todavia, rematado por nicho profusamente decorado com uma espécie de borlas, volutas e uma vieira no coroamento. Lateralmente à capela, no flanco Este, abre-se um portal carral. Do conjunto sobressaem, pela desmesurada altura, os pináculos que encimam as colunas cantonais acima do telhado. Este templo vem referido nas Memórias Paroquiais de Alvite, de 1758, onde o pároco relator dá conta de que em causa do terramoto de Lisboa de 1755 “as duas cruzes que estavam na dianteira e traseira da capela (…) torceram seus braços para a parte do Norte, mas hoje se acham direitas”.
Monumento classificado como de Interesse Público/ZEP, Portaria nº 740-AR/212, DR, 2ª série, nº 248 de 24 de Dezembro de 2012.
Fonte: Luís Jorge Cardoso de Sousa
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