Esta foi a segunda geocache da zona da Cabeça Gorda, freguesia de Beja, criada pelo Kortez em 6 de Abril de 2011 com o código GC2R233. Faz parte de um conjunto de geocaches que darão a conhecer a flora na zona da Cabeça Gorda.
Tradicionalmente os montados de azinho foram concebidos como sistemas de uso múltiplo em que, a par da produção de porco, se praticavam outras culturas de índole agrícola e florestal. Daí o termo de sistema agro-silvo-pastoril para estas formações. Com a expansão da peste suína africana o porco preto, criado em regime de montanheira, foi progressivamente abandonado. Esta tinha sido, no séc. XVII, a base económica responsável pela grande expansão dos montados de azinho. Em consequência do quase desaparecimento do porco preto os montados de azinho foram, progressivamente, perdendo a principal fonte de rendimento a eles associados.
Hoje são raros os montados de azinho que se plantam. A maior parte dos que restam têm sido geridos de forma insustentável: podas excessivas para produção de carvão; lavouras mecânicas, profundas, junto da raiz fragilizando as árvores e expondo-as a doenças e pragas; corte para lenha sem que se pense nas consequências de um desbaste abusivo.
Os montados de azinho têm, assim, vindo a ver reduzida a sua área total de distribuição assim como a perder árvores (que não são replantadas) nos povoamentos existentes.
Características
- GERAL: Árvore monóica de porte modesto, 8 a 15 m, atingindo por vezes 20 m de altura com copa ampla, ovóide ou arredondada. O tronco curto e tortuoso, tem uma casca acinzentada ou parda. As folhas são persistentes. Ramos oblíquos, sinuosos com ramificação densa. A madeira é muito dura e compacta.
- FLORES: Floração de Março a Abril. As flores masculinas amarelas, formam amentilhos de 5 a 13 cm, aparecem em grandes quantidade nos extremos dos ramos; as flores femininas de menor quantidade, verde-acinzentadas e peludas, dão no Verão lugar a pequenas bolotas.
- FRUTO: O fruto da azinheira é a glande de forma oblongo-cilíndrica, pontiaguda, glabra, de 2-3 cm de comprimento é formado por aquénio e cúpula hemisférica com curtas escamas imbricadas mais ou menos aplicadas e tomentosas que cobre menos de metade do fruto; geralmente possui pedúnculo.As bolotas ou glandes amadurecem no Outono (Outubro/ Novembro) e perdem rapidamente a capacidade de germinar.
- CASCA: Esta é lisa de cor acinzentada quando jovem passa a ser parda ou castanho-enegrecido com a idade e gretada ao comprido em pequenas placas.
- ECOLOGIA: É chamada uma 'árvore de plena luz', intolerante ao ensombramento (heliófila). Rústica e resistente, embora seja sensível ao frio, tolera os Verões secos e a baixa pluviosidade, bem como altitudes elevadas, até 1500 m. É indiferente ao tipo de solo incluindo os esqueléticos. Podem ser solos pobres em húmus, com humidade média ou seca. Frutifica a partir dos 8-10 anos. Renova bem pelo cepo e pimpolha facilmente. Vive cerca de 1000 anos.
- DISTRIBUIÇÃO: Originária do sul da Europa, é espontânea em quase toda a Bacia do Mediterrâneo. É comum em todo o território. Espontânea ou cultivada, desde a quente terra transmontana até ao Algarve tem maior frequência a sul do Tejo onde a azinheira adquire importância de relevo. No Alentejo Interior ocupa extensos povoamentos denominados montados de azinho geralmente em associação com uma outra cultura ou pastagem. Encontram-se também em povoamentos mistos com sobreiro.
- UTILIZAÇÃO: Madeira muito densa e compacta, deforma-se quando seca; difícil de trabalhar embora suporte o polimento, daí que sirva para fabrico de pequenas peças como parquets. A madeira de azinho possui um alto valor calorífico, dando excelente lenha e carvão.
- OUTRAS: Árvore quando ornamental dá uma agradável sombra, e suporta as podas. Dentro da espécie Quercus ilex, a sub-espécie rotundifolia é a que possui bolotas mais doces, tendo sido utilizadas, noutros tempos, como alimento humano. Eram misturadas com trigo e outros cereais para fazer pão em anos de escassez, sendo também assadas como as castanhas. Resistente à poluição urbana.
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