A Radioterapia, como o nome indica, é uma terapêutica que recorre ao uso de radiações ionizantes no tratamento de, na maior parte dos casos, do foro oncológico.
Existem dois acontecimentos da história da ciência que levaram ao desenvolvimento deste ramo da medicina: a descoberta dos raios X por Roentgen e do elemento rádio por Marie e Pierre Curie.
Se o início da Radioterapia ocorreu no século XIX, foi no século XX que esta disciplina se desenvolveu.
Até aos anos 60 a radioterapia era considerada uma área empírica, com baixa taxa de sucesso.
Atualmente, pode-se dizer que a Radioterapia, apesar de uma área clínica, é multidisciplinar pois aplica os conhecimentos de outras ciências como Física, matemática, Biologia e até engenharia mecânica e informática.
Estes desenvolvimentos permitiram a que este tipo de tratamento seja aplicado de forma cada vez mais precisa eficiente e segura.
Apesar de, historicamente atribuir-se o aparecimento da radioterapia com a descoberta dos raios x e do radio, é a Emil Grubbe a quem se deve a descoberta do potencial terapêutico dos Raios X. Este estudante de medicina, ao verificar a descamação das suas mãos expostas aos Radios X convenceu o seu professor uma doente de cancro de mama chamada Rose Lee. Sendo este médico o primeiro Radioncologista da história.
Emil Grubbe(1875-1960)
Grubbe demonstrou que com um número limitado de tratamentos o potencial dos mesmos e em poucos anos tanto nos estados unidos como na europa alguns doentes fizeram radioterapia.
Outro homem importante da Radioterapia foi Claude Regaud do Radium Institute em Paris que verificou que o tratamento de radioterapia era melhor tolerado e mais efetivo se administrado mais lentamente com doses mais pequenas por dia em várias semanas.
Esta descoberta conhecida na Radioterapia como Fracionamento é um dos princípios mais importantes desta área. Até a data de hoje o fracionamento é a base da maior parte dos tratamentos de radioterapia.
Este radiocologista aplicou o esquema de fracionamento numa grande variedade de tumores tendo obtido bons resultados em tumores localmente avançados da laringe.
Henri Coutard (1876-1950)
Apesar da grande promessa que eram os raios X como meio de tratamento, os primeiros equipamentos de tratamento não produziam alta energia o que tornava mais difícil o tratamento de tumores localizados a maiores profundidades sem grandes efeitos secundários na pele dos doentes.
Henry Kaplan, da Universidade de Stanford, desenvolveu com a sua equipa, o protótipo de um acelerador linear, um equipamento que permitisse o tratamento com altas energias.
O primeiro doente tratado neste equipamento foi uma criança com retinoblastoma (tumor do olho). O doente ficou livre de doença e com boa visão.
Existem outros nomes que contribuíram enormemente para o conhecimento da radioterapia como Malcolm Bagshaw que demonstrou o potencial da radioterapia no tratamento do cancro da próstata ou Gilbert Fletcher que sugeriu esquemas de tratamentos optimos para várias localizações de tumores como os de cabeça e pescoço ou do colo do útero.
Samuel Hellman é o médico a que se deve a possibilidade de as doentes de cancro da mama, quando possível, tratarem esta doença com cirurgia conservadora da mama seguida de Radioterapia.
Durante muito tempo os feixes de fotões eram obtidos através de uma fonte radioativa como o Iridio 192 o césio 137 e mais comum cobalto 60. O feixe de fotões destas fontes resulta do decaímento radioativo.
O primeiro tratamento de radioterapia em Portugal foi feito a 29 de dezembro de 1927 com rádio!
A primeira Bomba cobalto-60 da Península Ibérica foi instalada 31 anos mais tarde em 1958.
Atualmente o equipamento mais utilizado para tratar é o acelerador linear. Este equipamento não necessita de uma fonte radioativa na produção dos feixes de fotões o que contribui para uma maior segurança inclusivamente ambiental.
Com a evolução da imagem médica, nomeadamente o surgimento da imagem de tomografia computorizada, atualmente a radioterapia é uma disciplina de maior precisão pois utiliza as imagens de TAC Ressonância Magnética e PET para localizar o volume tumoral a tratar, e os tecidos saudáveis que se deve proteger para evitar maiores efeitos secundários e determinar a dose de tratamento para o doente.
Junto a esta cache encontra-se o portão de acesso ao Serviço de Radioterapia do Centro Hospitalar Barreiro Montijo. Este serviço foi o primeiro da rede publica a ser instalado a Sul do Tejo, inaugurado em Maio de 2005.
Mais informações em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radioterapia
http://art-radioterapia.org/?page_id=643
http://www.chbm.min-saude.pt/Servicos/Diagnostico_Terapeutica/Radioterapia/
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