Skip to content

Papel de Góis Multi-cache

Hidden : 9/12/2015
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
3.5 out of 5

Size: Size:   small (small)

Join now to view geocache location details. It's free!

Watch

How Geocaching Works

Please note Use of geocaching.com services is subject to the terms and conditions in our disclaimer.

Geocache Description:


A Indústria de Papel em Ponte do Sotam (1821-1992)

"Encontra-se em curso a revolução liberal, pondo termo à monarquia absoluta. Vai proporcionar maior liberação das actividades económicas, os meios de produção livres de encargos senhoriais, uma menor influência do Estado." [Jornal de Goes - Agosto 1821]

"Está a ser constituída a primeira instituição bancária com fins comerciais, o Banco de Lisboa, que vai conceder crédito às empresas e contribuir para a dinamização do mercado." [Jornal de Goes - Setembro 1821]

"Em Goes ainda não há qualquer indústria. A principal manufactura é a da alimentação, em engenhos artesanais, pequenos moinhos de farinha à beira dos rios." [Jornal de Goes - Outubro 1821]

Neste ano de 1821, José Joaquim de Paula lança-se no fabrico de papel. Em Portugal há apenas uma dezena e meia de engenhos de papel. Escolhe Ponte do Sotam porque o Sotam tinha melhores características do que o Ceira. A corrente era viva e as suas águas límpidas e de boa mineralização. Sucede-lhe seu filho, José Joaquim de Paula Júnior, que em 1859 instala uma máquina de formação contínua. Nessa época havia em Portugal apenas 4 máquinas sendo a primeira de 1841. O caudal do rio Sotam era escasso e havia anos que só se podia trabalhar 8 ou 9 meses. Tenta então transferir a máquina para o rio Ceira, em Serpins, mas não consegue, os habitantes de Serpins fazem oposição e não autorizam. Desde o início o papel era personalizado com filigranas em marcas de água.

Na década de 1870 a fábrica é adquirida por Manuel Inácio Dias então comerciante em Góis e que seria autarca em vários mandatos, nomeadamente Presidente de Câmara. Instala uma nova linha de fabrico completa com uma máquina contínua importada da Alemanha de 1,65 m de largura e capacidade de 4 ton/dia. No panorama papeleiro do país tratou-se de uma unidade fabril relevante. Produz-se papel de embrulho, papel almaço, de impressão, branco e de cores, manteigueiro, para tabaco e… “para embrulhar palitos”.

Em 1889, no meio de uma grande crise económica nacional, Manuel Inácio trespassa a fábrica a alguns dos seus filhos que se associam na firma “Dias Nogueira Cª”. Em 1906 é transformada em sociedade anónima, “Companhia de Papel de Góis, sarl”, abrindo o seu capital a novos investidores. Cerca de três dezenas de pessoas subscrevem o capital entre os quais, os goienses Manuel Martins Nogueira, Manuel Nogueira Ramos, comendador Dias Galvão, padre Pereira Pinto, barão de Vila Garcia, padre Simões Barata. Francisco Inácio Dias Nogueira é o presidente da empresa, figura destacada na sociedade pela sua acção como dirigente político, autarca, jornalista e empresário, e o seu irmão, Alfredo Élio, o director técnico.

Inicia-se um novo período, acompanhando a evolução tecnológica, com ampliação das instalações, novas máquinas, aumento da produção. Pela qualidade dos seus papéis continua a competir com as outras fábricas do país.

Em 1910 é inaugurada a central hidroeléctrica em Monte Redondo aproveitando-se uma queda de água no rio Ceira. A fábrica passa a ser alimentada por energia eléctrica. Por contrato com a Câmara Municipal de Góis a Companhia de Papel fornece energia eléctrica à vila de Góis. É a primeira povoação do distrito de Coimbra a ter iluminação eléctrica pública. Vinte anos depois, em 1932, a Companhia de Papel de Góis passa a fornecer energia eléctrica ao concelho da Lousã. A iluminação pública da vila da Lousã seria inaugurada em 11 de Novembro desse ano.

A fábrica recomeça a laborar a 8 de Maio de 1933 depois de uma paragem de três anos, sendo presidente Álvaro de Paula Dias Nogueira que há muito tempo vinha trabalhando na empresa. Seu pai falecera a 17 de Outubro de 1931. Tal como seu pai e seu avô foi presidente da Câmara Municipal de Góis e o seu nome está na toponímia da vila. Procedeu a uma reestruturação profunda da fábrica, instalando-se uma nova máquina contínua, agora de origem francesa, e novos equipamentos de acabamento. A 23 de Março de 1933 é criada em Lisboa a Papeleira Portuguesa, Lda, antecessora da Papeleira de Góis, Lda, distribuidora exclusiva da venda dos seus produtos em todo o país, dispondo de armazéns próprios.

Com a morte de Álvaro de Paula Dias Nogueira a 10 de Agosto de 1951, e perante a crise que atravessava a fábrica, toma as rédeas da empresa, no ano seguinte, o seu primo Henrique da Veiga Malta de Paula Nogueira. Largando a sua actividade profissional em Lisboa dedica-se por inteiro à empresa e inicia um novo período de expansão, com renovação e modernização dos equipamentos e aumento da área coberta. No início da década de 70 é instalada uma 2ª linha de produção, na margem do Sotam, triplicando a produção. Com uma produção de 15 mil toneladas anuais, numa área coberta 15 000 m2, novas tecnologias, maior produtividade, o papel ali produzido vai continuar a ter um lugar de destaque no mercado nacional.

”A fábrica foi crescendo […] era um complexo industrial enorme. Trabalhavam aqui 300 chefes de família. É claro veio a crise […] em 1989 e a administração ao fim de dois ou três anos de luta viu como é que a gente pode estar a fabricar papel que sai […] da máquina por um preço superior ao do mercado” [José Hermano Saraiva, em “Horizontes da Memória”]

A Companhia é então incluída no grupo papeleiro Porto de Cavaleiros, com sede em Tomar, tendo em vista a reabertura da fábrica e a sua viabilidade económica. O encerramento da Porto de Cavaleiros vai arrastar consigo a Companhia de Papel de Góis que assim vê terminada a sua vida de 171 anos.

Entretanto, em 1971, tinha sido constituída a INTAPE, por um grupo de empresários e técnicos ligados à industria papeleira: accionistas e quadros da Companhia de Papel de Góis, Porto Editora e SARRIÓ, um dos maiores grupos papeleiros de Espanha. O objectivo foi transformar o papel em novos produtos, de alta qualidade e não fabricados em Portugal, ajudando também o escoamento da fábrica de papel.


A Cache

Esta cache tem como objectivo dar a conhecer um marco importante na história do concelho de Góis. Para a encontrar NÃO precisam de entrar nos terrenos da fábrica e NÃO é necessário (nem aconselhável) entrar dentro dos edifícios. As coordenadas iniciais correspondem ao estacionamento recomendado onde têm de identificar a data no portão da fábrica (x). Para chegar às coordenadas finais terão de fazer umas contas:

N 40 (06.395+x) W 008 (06.878+x) - As coordenadas foram alteradas em 14-06-2022



Agradeço a colaboração da Annocas na elaboração da listing e, juntamente com a S Wanderer e J Wanderer, ajudar na colocação do container no local.


Additional Hints (Decrypt)

Cbagb vavpvny: Qbvf nabf ncbf n vanhthenpnb qn prageny. Cbagb svany: Byun cnen pvzn. Anb cerpvfnf fhove nf rfpnqnf.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)