Frechas, freguesia do concelho de Mirandela, distrito de Bragança, localiza-se num outeiro, nas margens do Rio Tua.
Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. O pequeno município tinha uma freguesia e, em 1801, contava com 533 habitantes.
Devido às boas condições climatéricas e à exploração do solo, o povoamento de Frechas reporta-se à pré-história, facto comprovado pelos vestígios arqueológicos existentes. Assim, por esta freguesia passaram povos de origens diversas, nomeadamente os Celtas, os Romanos, os Suevos, os Visigodos e os Árabes.
Esta freguesia está situada na margem esquerda do Tua, distando 11 quilómetros da sede do concelho. É constituída pelos lugares de Frechas, Cachão e Vale da Sancha. A nível demográfico é a terceira maior freguesia do concelho.
Frechas, a sede da freguesia, é uma povoação muito antiga, relativamente pitoresca, assente num moderno outeiro, entre a via férrea e o rio. A via férrea referida é a Linha do Tua que é aqui servida por uma estação da C. P. Neste ponto a linha transpõe a curva de nível dos 200 metros. Cruza-se uma pequena ribeira pela ponte de Frechas e passa-se sob a estrada nacional n.º 213 por um curto túnel. Avista-se então o belo pico granítico da Senhora da Assunção, tendo ao lado direito o formoso cone do Monte do Faro. A paisagem amplia-se; torna-se mais bela e calmante. Segue-se demoradamente ao longo do rio, pacífico e amplo. Ao cabo de um bom estirão, a linha afasta-se da estrada, junto do apeadeiro das Latadas, ainda dentro da freguesia, e inflecte para a esquerda entre macios pendores revestidos de vinha e olival.
Frechas foi vila e sede de concelho com foral dado por D. Manuel I em “a nossa muy Nobre e sempre Leal cidade de Lisboa aos X dias de março de quinhentos e treze”, conforme cópia textual feita pelo Padre Ernesto Sales do original existente no Arquivo Histórico de Bragança. Crê-se que terá havido um foral anterior, dado, em data desconhecida, a Lourenço Soares por D. Dinis. Os foros, rendas ou tributos que a esta extinta vila teriam sido impostos no primitivo foral de Lourenço Soares desconhecem-se, como por completo se desconhece o teor desse diploma cuja realidade nos é afirmada pelo foral de D. Manuel. Julga-se, porém, que os tributos constantes deste último serão a continuação e equivalência dos antigos, talvez mesmo beneficiados, como parece depreender-se do facto de nele ter substituído o foro de oitava pelo de novena. O concelho de Frechas perdurou até 1836, passando então para o de Mirandela. Conserva-se ainda, como memória dos seus antigos foros, o esbelto pelourinho.
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