Pinus Pinea L. (Pinheiro Manso)
O Pinheiro-manso é uma espécie florestal que permite múltiplas utilizações, das quais a produção de pinhão é a mais valorizada, combinando um elevado valor económico, de protecção ambiental e paisagístico.
CARACTERÍSTICAS GERAIS E MORFOLÓGICAS
É uma árvore que frequentemente ultrapassa os 30 metros de altura, de folha persistente. A copa é arredondada, semelhante a um guarda-chuva, sobretudo nos exemplares mais jovens. O tronco é direito cilíndrico de casca muito grossa e coloração parda a acinzentada, muito gretada, que com o tempo vai soltando pedaços da casca no lugar das quais aparece uma coloração castanho avermelhada.
As folhas são agulhas verde claras, rígidas com 10 a 20 cm de comprimento e 1 a 2 mm de grossura, agrupadas duas a duas. As flores masculinas são cones quase cilíndricos com 15 mm de comprimento, agrupados na parte terminal dos ramos de cor amarela. As pinhas estão isoladas ou agrupadas em 2 ou 3 de dimensões apreciáveis (8 a 15 cm de comprimento com cerca de 10 cm de diâmetro), de cor pardo castanho-avermelhado, e escamas com um pinhão de 15 a 20 mm de comprimento. Floresce de Março a Maio demorando as pinhas a amadurecer três anos e libertando os pinhões ao quarto ano.
O PINHEIRO MANSO NO ECOSSISTEMA
Muito associado às plantações de Pinheiro Manso surge o Coelho-bravo, que nestes solos arenosos encontra boas condições para escavar as suas luras (tocas), alimentando-se das plantas que se desenvolvem sob as árvores ou nos terrenos agrícolas adjacentes. Desde que não sejam dizimados por doenças ou caça excessiva, estas populações de Coelho são muito favoráveis à ocorrência de diversas espécies de predadores, algumas delas com um estatuto de conservação muito delicado, como o Lince-ibérico e algumas espécies de aves de rapina.
CURIOSIDADES
O Pinheiro Manso é uma árvore que vulgarmente atinge grande porte como o atestam os inúmeros exemplares desta espécie que são referências de algumas regiões de Portugal, particularmente os da Península de Setúbal, onde existem algumas árvores com mais de 5 metros de diâmetro de tronco a 1,30 metros do solo, e copas com mais de 25 metros.
As Naus que dobraram o Cabo da Boa Esperança tiveram na sua construção Pinheiros Mansos de Alcácer do Sal , tendo o próprio Bartolomeu Dias escolhido as árvores nesta região.
A ligações do Lince-ibérico ao ecossistema do pinheiro manso e matagal associado são bem patentes na toponímia da península de Setúbal, onde existem diversos exemplos desta presença, como a Herdade do Gato Pedral.
Fonte: Naturlink