Em 1854 foi proposta por um grupo de industriais, a construção do Caminho de Ferro do Sul, inicialmente entre as localidades de Aldeia Galega (actual Montijo) e Vendas Novas.
Em Aldeia Galega seria criado ainda um serviço de transporte fluvial, para a ligação a Lisboa. Uma outra motivação para a construção de uma ligação ferroviária entre o Alentejo e Lisboa foi a necessidade de estabelecer rotas comerciais para abastecer a capital tendo sido a linha do Alentejo denominada como “Rota do Trigo”.
O ponto inicial da linha foi alterado do Montijo para o Barreiro, pelo facto de este oferecer excelentes condições de acessibilidade marítima (o Vale do Zebro), deixando, assim, de ser necessário construir infra-estruturas de protecção às embarcações (muito dispendioso).
A 28 de Janeiro de 1861, é inaugurada a primeira estação de caminho de ferro do Barreiro. A sua imponência mantém ainda hoje as características originais da data da construção.
A fachada principal com 65 metros de largura é adornada por 16 vãos de janelas, 3 portões e um relógio de grandes dimensões.
O acesso é feito através de uma larga escadaria em cantaria que desemboca num terraço guarnecido com grades de ferro fundido.
Entre os anos de 1933 e1935, as antigas instalações da estação de caminhos de ferro do Barreiro foram transformadas em “Oficinas Gerais dos Caminhos de Ferro do Sul e Sueste” para reparação do material circulante, primeiro a vapor e depois a diesel.
A oficina estava apta a realizar e até a efectuar modificações e construções novas se fosse preciso, pois além de equipamento, dispunha do pessoal necessário desde serralheiros, soldadores, carpinteiros, marceneiros, pintores, estofadores, correeiros, etc.
A partir de 2004, esta realidade mudou.
Com a conclusão do eixo norte sul e a utilização ferroviária da ponte 25 de Abril, os comboios inter-cidades e inter-regionais com destino ao Algarve e Alentejo, passaram a ter como estação de origem a estação do Oriente em Lisboa.
A tracção desses comboios passou a ser eléctrica, contribuindo para a extinção de uma significativa percentagem do parque de material diesel da CP.
O fim do terminal de mercadorias do Barreiro-terra e a criação do depósito de tracção do Poceirão (só de mercadorias) teve por base, a reorganização da CP em unidades de negócio.
Desta reorganização resultou a extinção do depósito de máquinas do Barreiro e o consequente abandono de todos os serviços, referentes á formação e acompanhamento dos comboios.
