O Bairro Operário da CUF situava-se inicialmente junto aos terrenos de uma Ermida do século XVII, cuja invocação era Santa Bárbara e por esse facto durante muitos anos assim foi denominado.
Entre 1909 e 1927 ficam concluídas as moradias da Rua dos Óleos, Rua do Ácido Sulfúrico, Rua dos Superfosfatos, Rua do Dinheiro, Rua da Juta e as Travessas da Glicerina, da Oleína, da Estearina, da Pirite e do Azeite de Oliveira. Como se pode verificar existiu a preocupação de relacionar a toponímia do bairro com os produtos gerados nas fábricas.
Do bairro faziam parte alguns serviços de carácter social, destinados apenas aos operários como o Lavadouro junto ao Depósito de água, os Balneários, a Despensa (Mercearia), o Armazém, a primeira Escola Primária do bairro para ambos os sexos aberta em 1927 e o Chalet do Diretor. Esta parte do Bairro já não existe atualmente.
A partir de 1932 a CUF adquiriu todos os terrenos envolventes ao Alto de Santa Bárbara e após a demolição da Capela, dá início ao alargamento do Bairro Operário.
Foram então construídas as moradias para técnicos e outro pessoal dirigente da Companhia e mais alguns blocos para operários, perfazendo o total de 312 moradias. Esta zona que ficaria conhecida como o Bairro Novo e incluía a Rua da Companhia União Fabril, Rua Dalton, Rua Berthelot, Rua Liebig e Rua Lavoisier.
Nesta fase a predominância da toponímia vai para figuras da ciência ligadas à Física e à Química.
O Bairro Operário da CUF enquadra-se na tipologia de construções para operários, na primeira metade do século XX. Em banda de piso único, organizada em quarteirões, apresentando algumas variações tipológicas ao nível dos vãos das fachadas e nos quintais.
As moradias do pessoal técnico apresentam-se geminadas ou isoladas, com dois pisos ou mais, e grande variação ao nível dos vãos e elementos decorativos das fachadas.
É esta última fase de construção do bairro que permanece atualmente.
A zona outrora fabril, está a ganhar outra vida e, nessa sequência, foi demolido um edifício que marcou a vida quer de trabalhadores, quer de gentes da terra. O espaço que actualmente existe como uma larga avenida por onde se pode passear e admirar um dos trabalhos de urban art do conhecido Vhils, foi outrora o edifício do posto médico. Este espaço fez parte da “Obra Social da CUF”, com o objetivo de prestar cuidados de saúde aos trabalhadores e familiares da CUF e empresas associadas. O edifício apresentava uma arquitectura singular, desenvolvendo-se em torno de um claustro de relevante qualidade e grande detalhe quanto aos pormenores arquitectónicos. Do claustro inicialmente existia um jardim, posteriormente um busto de Alfredo da Silva que foi substituído por um lago com repuxo.
O objectivo desta multi-cache é levá-los a passear pelas ruas deste bairro outrora vibrante e que actualmente se encontra quase ao abandono. Para além de ainda se poderem observar algumas das antigas ruas do bairro, existem igualmente alguns edifícios que, de alguma forma, marcaram a vida de muitos que por aqui viveram e trabalharam.
1. Cinema-Ginásio (N 38 39.909 W 009 04.121)
Nos anos 40, estavam em funcionamento um Cinema e uma Biblioteca para os operários do Bairro Operário. O antigo Cinema da CUF hoje Casa da Cultura - Ginásio é um dos marcos do território industrial do Barreiro e uma sala como já há muito poucas no país, com belíssimas tapeçarias nas paredes laterais, cadeiras em pele e uma história quase infinita de cinema, música ou colóquios.
A= Quantas tapeçarias adornam as paredes do salão?
2.Torre do Relógio (N 38 39.901 W 009 04.159)
A torre do relógio foi a 1ª central telefónica da rede interna da CUF. Esta torre apresenta 2 relógios e um painel de azulejos a encimar a porta principal. Estes relógios ainda hoje se encontram em funcionamento e eram fundamentais para a regulação dos turnos de 24 horas da CUF. O recurso a relógios de rua era típico de uma época de mentalidade industrial, já que serviam sobretudo para regular a vida do bairro, marcando o quotidiano e o ritmo de trabalho dos habitantes.
B= Qual o ano nos azulejos por cima da porta?
N 38 39. (986-A)
W 009 04. (B-1679)