Olá malta Enigmática
Eu sou o
PEDRINHO
Adoro "pedras", e tudo o que tenha a ver com elas: nomes, cores, idade, simbolos químicos, pontos de fusão, numeros atómicos, ...
Sabem qual é o meu prato preferido?
Hoje pretendo mostrar-vos um spot que fica numa zona geologicamente muito rica a PEDRA DO OURO.
fig. -Vista a partir do Mar da Pedra do Ouro
UM POUCO DE HISTÓRIA
Pedra do Ouro inicialmente conhecida por Pintanheira esta praia viu a sua designação alterada para “Pedra do Ouro” já durante a segunda metade do século XX, designação confirmada actualmente.
Fig. – Arribas entre Água de Madeiros e Pedra do Ouro – Formação de Vale das Fontes
A adopção do nome “Pedra do Ouro” estará relacionada com os estudos geológicos realizados e a descoberta da presença nas arribas negras da praia, de fósseis de amonites piritizadas (sendo que a cor da pirite é dourada). Em Pedra do Ouro, as formações visíveis, identificadas como Formação de Vale das Fontes, são contemporâneas do Pliensbaquiano-Osfordiano, correspondendo ao segundo episódio de rifting do Atlântico Norte.
Figs. – Pedra do Ouro – pirites e amonites piritizadas
Estas arribas, do Jurássico Inferior, apresentam uma quantidade muito significativa de matéria orgânica disseminada (aproximadamente 15%). O ambiente anóxico existente aquando a sua formação criou condições que permitem a conservação da matéria orgânica, assim como o desenvolvimento de pirites nas conchas. Estas arribas são ainda geologicamente ricas em calcite, que desagrega quando sujeita a elevadas temperaturas. A presença de alguns fornos sobre as arribas, em conjugação com os materiais geológicos aí existentes indiciam a produção artesanal de cimento.
Fig. – Pedra do Ouro – Fornos de cimento (?), nas arribas ricas em calcite
Estas arribas, datadas do Jurássico Inferior, são constituídas por calcários margosos e margas (embora com maior componente argilosa). Daí a cor escura típica das arribas.
A praia de Pedra do Ouro está ainda sujeita a uma intensa pressão urbanística. Relativamente desabitada até ao início da década de 60 do século XX, sofre um grande desenvolvimento urbanístico, primeiro durante o início dos anos 70 e depois nos meados da década de 80. Apesar de alguma preocupação quanto à malha urbana, são permitidas construções sobre as arribas e volumetria desajustada. A gigantesca expansão urbana e a previsão de instalação de um complexo turístico com vários hotéis e 2 campos de golfe (36 buracos) – prevendo a criação no total de mais de 4000 alojamentos –, têm aumentado a pressão sobre o ambiente e os recursos, nomeadamente quanto à água e recolha e tratamento de lixos e efluentes.
Fig. – Vista Aérea da Pedra do Ouro
Neste troço de costa, de Água de Madeiros até à Polvoeira, é ainda caracterizado por um grande movimento de areias na praia ao longo do ano. O mar tendencialmente efectua uma época de assoreamento, regra geral entre os meses de Abril/Maio a Setembro/Outubro, retirando essa mesma areia no período Outubro/Novembro a Março/Abril. Este intenso movimento de areias permite que durante o Inverno as arribas existentes sejam atacadas pelo mar que exerce o seu poder de abrasão. Tratando-se de arribas constituídas principalmente por margas, arenitos e calcários estratificados, o desgaste é grande, ocorrendo sobre a praia, ora deslizamentos, ora queda de blocos.
Fonte : Blog Sapinho Gelásio do amigo Paulo Grilo
Agora que já sabes um pouco mais sobre esta zona fantástica, só tens que resolver um pequeno enigma para encontrares mais um Tesouro e apreciar a geologia da zona.
PUZZLE