Português
Esta cache estava para ser colocada num recanto desconhecido do Algarve… Mas…, já não há recantos desconhecidos no Algarve.
Há alguns anos, a praia de Albandeira era um recanto desconhecido e longínquo. Para lá chegar era necessário andar alguns Km por caminhos de terra batida, apenas conhecidos por indicação dos locais.
Algumas tentativas de deixar marcas nas pedras e nos muros acabavam invariavelmente por ser apagados ou destruídos, tal era a vontade de manter aquilo longe e recatado. Era comum que os primeiros veraneantes de cada ano tivessem de sair algumas vezes dos carros e dar umas cavadelas nos caminhos, de forma a poderem passar mais ou menos incólumes os estragos do Inverno anterior.
Jipes? Não havia. Quando muito, a malta pescava os carritos velhos da família e ia-os desencaixando conscienciosamente.
Durante alguns, poucos meses, havia um barzito de um Belga que ia servindo uns Sumois, ou, em dias de festa, umas cervejitas. Que eram prontamente levadas para a praia e degustadas á sombra. Sim, porque a maior piada da praia era a sombra que o penhasco escavado pelo mar proporcionava. A parte inferior da falésia foi sendo destruída pelo mar e fazia, ainda faz, uma espécie de pala com alguns metros, 2 ou 3, de altura e suficientemente funda para albergar a malta quando era altura de fugir do sol.
Algumas semanas havia onde a força do mar revolvia a areia e a amontoava no fundo da cavidade obrigando a malta a passar o tempo todo ao sol, mas nessa altura o sol era nosso amigo, nada do sol modernaço que parece que se transformou subitamente em inimigo.
Quando a coisa piorava mesmo a sério a praia era invadida por algas, mas era rápida a limpeza. Tão rápida que nem dávamos por ela, ao outro dia já estava tudo limpo. O mar trazia, o mar levava.
A um dos lados da praia havia, e ainda há um pequeno túnel, normalmente dentro de agua, umas vezes mais rasa, outras mais funda, mas sempre utilizável e que dava acesso a uma 2ª praia mais recatada. Juntamente com a pala do sol fazia o conjunto de facilidades mais apreciadas do sítio.
Voltei lá ha poucos dias. Pressenti o pior à vista do sinal que alegremente apontava uma estrada moderna. É verdade, há caminho de alcatrão até ao pé do bar do Belga, um estacionamento alcatroado no final e pertissimo um recinto de piqueniques.
Deixou de ser um local secreto e místico para ser mais uma praia da costa Algarvia pejada de Aldeamentos Turísticos e moradias.
Mas a praia continua a mesma, a falésia a proteger do sol e a cerveja do belga boa e cara como de costume. As vistas fenomenais, o passeio de recomendar.
A cache é fácil, o terreno perfeitamente plano e pode levar o periquito. Tenha apenas muita atenção se levar crianças pequenas porque perto da zona da cache há falésias pronunciadas. Depois aproveite para dar umas cacholadas, passear e namoriscar. Se for no Verão o bar do Belga deve estar aberto. Só mais uma coisa, esta é uma cache normalinha, nada de truques ou gaitinhas. Não tem que fazer contas, procurar pistas ou trabalhos de casa. Simples.
English
This cache ware first thought to be hidden in a forgotten Algarve spot. But no more of those here.
In my youth there was a small beach a few miles from any useful road.
It was impossible to walk there and difficult to reach by car. No known paths were marked and the first glimpse should be made in company of old timers.
The main useful spot was a small beach on the left. Another beach could be reach in low tide by a small passage on the right but it was only used by deep in love yungsters. ;)
But today you could find signs from the main road, just near Lagoa heading Albandeira beach, and the road is European standard.
Parking spots, picnic area and warning signs have transformed the place in another normal beach. But you could enjoy the water, Portuguese beer and good views.
The cache is easy, no fancy tricks. You could bring the oldest and the kids, but don’t let them fall over the cliffs.
Have a good time. |