"A Igreja de São Gião é um templo, classificado como
visigótico por alguns autores e como de características
asturianas por outros, situado no extremo norte da freguesia
de Famalicão, na Nazaré, descoberto na década de 1960. Foi
classificado como Monumento Nacional pelo Decreto-Lei
n.º1/86, de 3 de Janeiro. É um edifício de uma só nave, sem
janelas e sem transepto, com uma tribuna sobre a porta de
entrada. O cruzeiro é separado da nave por uma parede com uma
porta central e dois vãos laterais, isolando o altar e o coro
que corresponde a uma iconóstase.
A unanimidade científica que se estabeleceu desde a
sua descoberta quanto à sua classificação como monumento-tipo
representativo da liturgia da época visigótica (como o fez
Helmut Schlunk em 1971), tem sido posta em causa após estudos
recentes e com os trabalhos de escavação e de Arqueologia da
Arquitectura. Em resultado desses estudos, a igreja é
considerada como um dos poucos exemplares de templos
asturianos conhecidos no nosso país, o que a dataria numa
época posterior. Carlos Alberto Ferreira de Almeida, por
exemplo, defendeu em 1986 esta tese, sustentando-a no facto
de se ter recorrido, em termos de construção, a uma entrada
de lintel recto sobrepujada por arco de descarga de volta
perfeita, como na Igreja de São Pedro de Lourosa, e a
existência de uma tribuna ocidental. Manuel Luís Real, em
1995 seguiu a mesma argumentação, acrescentando argumentos
como o da reutilização de material anterior, presumivelmente
visigótico. De facto, o estudo de Arqueologia da Arquitectura
feito em 2003 por Caballero, Arce e Utrero parece evidenciar
esta tese, nomeadamente através da integração de fragmentos
escultóricos da época visigótica nos muros da Igreja, o que
pressupõe uma época posterior de construção. Além dos
argumentos já indicados, que a ajudam a classificar como um
templo de características asturianas, há a presença de uma
câmara supra-absidal, além dos capitéis vegetalistas da
iconóstase, e a sua organização em andares.
Em 1597, Frei Bernardo de Brito descrevia a Igreja
como estando em bom estado de conservação. O seu orago, S.
Gião era particularmente venerado na época visigótica, sendo
da especial predilecção desta povoação. Referia ainda a
existência de várias lápides com legendas confusas na região
inculta em redor do templo, nomeadamente uma, de cuja
veracidade se duvida actualmente e da qual se inferia que ali
se tinha travado uma importante batalha em que as legiões
romanas do cônsul Décio Juno Bruto foram vitoriosas. No
cumprimento de um voto pela vitória alcançada, os romanos
teriam levantado no local um templo ou altar dos deuses. Os
visigodos teriam, posteriormente, desmantelado o templo
romano. Sobre ele, ou bastante perto, construíram a Igreja de
feição cristã, satisfazendo o plano arquitectónico as
directrizes dos Concílios de Braga. A partir do século VIII,
os árabes instalaram-se naquele território. Das épocas
romana, visigótica e medieval têm sido encontrados na quinta
de S. Gião vários objectos utilizados naqueles tempos e que
estão hoje expostos no Museu Etnográfico e Arqueológico Dr.
Joaquim Manso.
Outra referência a esta igreja deve-se a Frei
António Brandão, cronista da ordem de Cister do século XVII,
a respeito do seu despovoamento durante o reinado de D.
Sancho I, devido à peste. A partir dessa altura, começou a
deteriorar-se de tal modo, que em 1702 era usado como curral
de gado.
Em 1968, durante a reconstrução da Igreja Paroquial,
foi encontrada uma imagem da Santíssima Trindade no subsolo.
A peça, esculpida em pedra de Ançã, apesar de danificada pela
retro-escavadora, apresenta ainda vestígios da pintura
original e é datada do século XV ou do século XVI. A mesma
teria feito parte do espólio da Igreja de São Gião e levada
pelo seu último pároco para a sua residência no cimo da Serra
e, posteriormente, para presidir à sua tumba funerária, no
interior da Igreja Paroquial."
Fonte: Wikipédia |
Actualmente apesar de protegida por uma estrutura metálica e das placas que a indicam
o certo é que a Igreja de S. Gião se encontra num certo estado
de abandono e esquecimento pelos poderes públicos e municipais.
Quem a demande acaba por se deparar com um perímetro vedado e um
portão fechado a cadeado - do lado Oeste, porém, a cerca já
foi entretanto tantas vezes saltada que caiu por
terra.
A coordenada inicial remete-o (dentro da Quinta de
S. Gião, antiga exploração agrícola hoje semi-abandonada na
qual se situa o templo) para o portão e a
derradeira placa indicativa da Igreja onde
deve procurar, dadas por escrito, as coordenadas finais onde
encontrar o contentor.
Visitar ou não a Igreja fica ao seu recto
critério tendo presente que, se o decidir fazer, tenha o
máximo cuidado para não interferir com as ruínas nem
penetrar no interior da estrutura metálica que escora o
edifício.
Alternativamente, se por alguma razão não der com as
coordenadas no ponto mencionado ou preferir não entrar sequer
na quinta de S. Gião encontra, antes desta, na
penúltima placa indicativa (ver
waypoint adicional), quando a estrada bifurca, antes
de passar pela cancela improvisada de acesso
à quinta, a mesma informação.
Na posse das coordenadas finais, pode prosseguir a
busca a
pé. |