
|
A par da domus com vestíbulo, a pars urbana desta uilla era constituída pelo característico complexo termal composto do frigidarium (para o banho frio), de uma sala tépida de transição e do praefurnium, destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Além disso, foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, tradicionalmente rasgado a céu aberto. Das estruturas que integravam originalmente a pars rustica, foi possível identificar dois silos tapados com lajes circulares e escavados na própria rocha aí existente. Mas terá sido a descoberta de dois compartimentos com pequenas tinas revestidas a opus signinum com encaixe para tampa hermética, aliada ao achamento de uma considerável quantidade de conchas de múrex, que levou alguns especialistas a considerarem a hipótese de os habitantes da uilla se dedicarem de igual modo à indústria da tinturaria, através da produção de púrpura (e estarmos, por conseguinte, perante uma purpuretica), destinada a Roma, aonde chegava através do porto de Olisipo.
Haverá ainda que salientar a existência de vestígios de um muralhado e de um torreão, a testemunhar, no fundo, a fortificação do sítio na Antiguidade. E tal como sucedia nas demais uillae, também a de "Casais Velhos" possuía uma necrópole, com sepulturas do tipo "caixa", delimitadas por esteios afeiçoados em calcário, e com os corpos depositados em decubito dorsal, voltados para Nascente. A escavação destes sepulcros permitiu recolher um vasto espólio associado constituído por recipientes cerâmicos, jóias, armas e moedas, estas últimas atribuídas aos imperadores Flávio Júlio Constâncio II (317-361), Constante (?-350), Teodósio I, o Grande ( Flavius Theodosius) (c. 346-395), Constantino I, o Magno (c. 271-337) e Arcádio (c. 377-408), a sugerir, no fundo, uma ocupação mais duradoura do arqueosítio já no fim do Império Romano do Ocidente".
Do espólio encontrado destacam-se:
- Algumas jóias, como uns brincos de bronze.
- Uma agulha de bronze.
- Cerâmicas das quais, uma bilha com decoração no bojo.
- Lucerna.
E o mais raro, uma moeda ainda envolta em tecido de época romana.
Esta moeda estaria provavelmente ainda no bolso, sendo que a oxidação do bronze impediu que o tecido se desfizesse com o tempo.
|