[PT] Depois da desativação da maior parte da Linha do Vouga em 1990
(entre Sernada e Viseu), ficaram as estruturas que em tempos
permitiam uma agradável viagem, para quem fazia este percurso. Nos
tempos de correm, o relativo bem conservado caminho onde o comboio
passava, é uma boa alternativa para quem se quer deslocar entre
terras ao longo da linha, sem carro. A pé ou de bicicleta, o
caminho proporciona uma bom passeio por entre a densa vegetação,
uma das mais valias do percurso. Aqui e ali vão surgindo estruturas
como túneis e pontes, que lentamente vão sendo invadidas pela
vegetação. Mais uma cache na temática da antiga Linha do Vale
do Vouga (VV).
A ponte dos Melos foi construída por volta de 1911, tem uma
extensão de 127,95m, entrando ao serviço em 1913 com a abertura do
troço da Linha do Vouga entre Sernada e Vouzela. Fica entre o
quilometro 92 e 93 da linha. Toda feita de pedra, integrasse
perfeitamente na paisagem, sendo uma estrutura imponente para quem
passa na curva da N16 com o mesmo nome.
[ENG]
After the deactivation of most of Vouga Railway Line in 1990
(between Sernada and Viseu), the only things that still standing
are the structures that allow a pleasant journey, for does who
made this route. In our days, the relatively well preserved
track (without rails), is a good alternative for does who want
to travel between villages along the track, without car. By foot
or bike, the track offers a pleasant tour among the dense
vegetation, one of the great features of the track. As we go
throw, railway structures like tunnels and bridges appear
between the vegetation, which slowly invades
them.
Melos Bridge was built around 1911, as a length of 127,95m, going
in to service in 1913 with the opening of section of Vouga Railway
Line between Sernada and Vouzela. It’s located between kilometer 92
and 93 of the railway line. It’s made of stone, fitting very well
in the landscape, been an impotent structure for does that pass in
N16 curve road with the same name.
[PT]
A linha do Vale do Vouga ligava o litoral ao interior beirão, numa
extensão de 40,498km de caminho de ferro de via estreita, entre as
estações de Espinho e Viseu.
Os primeiros projectos apresentados datam de 1877 e definiam uma
primeira a que se chamou de Vale do Vouga, desde Estarreja a
Albergaria, Vouzela e São Pedro do Sul, mas as dificuldades do
terreno adiaram a sua execução, e em 1879 já se previa que esta
linha partiria de Espinho, para diminuir o percurso entre o Porto
de Viseu, prevendo-se a construção de um ramal entre Sever do Vouga
e Aveiro.
Os estudo e os trabalhos de campo ficaram concluídos em 1894 e o
alvará de 23 de Maio de 1901 concedeu a Frederico Pereira Palha a
construção e exploração de uma via-férrea entre Espinho e Torre de
Eita (Torredeita), nas proximidades de Viseu, assegurando a ligação
à Linha do Dão, e um ramal que bifurcasse próximo de Sever do Vouga
até Aveiro. Este projecto foi apresentado em Outubro de 1895 e
aprovado em Outubro de 1903, mas devido a inúmeros problemas, tanto
técnicos como financeiros, a linha entre Espinho e Torredeita não
avançou.
Depois de alguns anos de estagnação surgiu a empresa francesa
Compagnie française pou la construction e exploitation de
chemins de fer à l’étranger, com sede na capital francesa,
cujos estatutos foram registados em Portugal e publicados no
Diário do Governo em 29 de Janeiro de 1907. O contrato
definitivo da concessão de construção desta via-férrea foi assinado
em Fevereiro de 1907. Após ter sido aprovado o projecto da futura
estação de Espinho-Vouga, em 20 de Setembro de 1907, os trabalhos
começaram em finais deste ano, mas seria um portaria de 2 de
Janeiro de 1908 a aprovar os tipos de via, edifícios e as obras de
engenharia.
Devido ao terreno acidentado, os trabalhos de construção da Linha
do Vale do Vouga passaram por muitas dificuldades, pois foi
necessário construir um elevado número de curvas, tantas que esta
passou a ser conhecida por “Linha do Vale das
Volta”.
Findas a obras, a Linha do Vale do Vouga viu o seu primeiro troço,
entre Espinho e Oliveira de Azeméis, numa extensão de 33km,
inaugurando em 23 de Novembro de 1908 e aberto à exploração em 21
de Dezembro do mesmo ano. A inauguração da Linha do Vale do Vouga
contou com a presença de Sua Majestade D. Manuel II, que aproveitou
esse primeiro ato de sua envergadura visitou Espinho, Vila da Feira
(Santa Maria da Feira) e o seu magnífico castelo, onde almoçou, e
Oliveira de Azeméis.
Em 7 de Julho d 1923, por assembleia-geral, a empresa francesa
passou a designar-se por Companhia Portuguesa para a Construção e
Exploração do Caminho-de-Ferro do Vale do Vouga (VV). Em 1947, a
Companhia foi integrada na CP.
A linha do Vale do Vouga, que foi aberta na totalidade à exploração
em 5 de Fevereiro de 1914, levou um rude golpe em 1972 com o
encerramento do troço entre Serenada do Vouga e Viseu, devido a
grandes incêndios florestais nessa região, que eram atribuídas ao
vapor. Valeu o 25 de Abril de 1974 para que nesse mesmo ano fossem
retomadas as viagens de comboio até Viseu, mas esta cidade ficaria
definitivamente privada dos 79km de via-férrea, entre as estações
de Sernada do Vouga e Viseu, em 1 Janeiro de 1990, devido ao seu
encerramento.
Números:
Extensão da linha: 140,498km
11 pontes, sendo a mais extensa do Zela (com a199m) em
Vouzela, e mais espectacular a do Poço de Santiago, com um enorme
arco de alvenaria, a obra mais importante da
linha.
19 túneis, sendo o mais comprido o de Vale dos Açores com
116m.
55 estações e apeadeiros.
[ENG]
The Vale do Vouga railway line linked the coast
to the interior of the country, with a length of 140,498km of
narrow railway track, between Espinho and Viseu railway
stations.
The first drafts presented date from 1877 and
defined railway line called Vale do Vouga, from Estarreja to
Albergaria, Vouzela and São Pedro do Sul, but the
difficulties of the terrain postponed its implementation, and
in 1879 it was expected that this line started from Espinho,
to reduce the journey between Porto and Viseu, and a
branch-line between Sever do Vouga and Aveiro was expected to
be constructed.
The studies and field work were completed in
1894 and the charter of 23 May 1901 granted to Frederico
Pereira Palha the construction and operation of a railway
between Espinho and Torre de Eita (Torredeita), near Viseu,
ensuring the connection to Dão Railway Line, and a
branch-line that bifurcated near Sever do Vouga, ending in
Aveiro. This project was submitted in October 1895 and
approved in October 1903, but due to many problems, technical
and financial, the line between Espinho and Torredeita didn’t
advanced.
After some years of stagnation, a French company Compagnie
française pou the construction and operation of Chemins de fer à
l'étranger came up, headquartered in the French capital, whose
statutes were recorded in Portugal and published in the Diário
do Governo on 29 January 1907. The final contract awardering
the construction of this railway was signed in February 1907. After
having approved the draft of the future stations of Espinho-Vouga,
on 20 September 1907, the work began in the end of this year, but
it would be a decree of 2 January 1908 to approve the type of
track, buildings and engineering works.
Due to the rugged terrain, the works of
construction of the Vale do Vouga Railway Line gone through
many difficulties, and a large number of curves had to be
built, so for this reason has become known as “Vale das
Voltas Railway Line” (Curves Valley Railway Line).
After his works, the Vale do Vouga Railway Line
saw its first branch line, between Espinho and Oliveira de
Azemeis, a distance of 33km, beginning on 23 November 1908
and opened for operation on 21 December of that year. The
opening of Vale do Vouga Railway Line had the presence of His
Majesty D. Manuel II, who took the first act of its scale
visited Espinho, Vila da Feira (Santa Maria da Feira) and its
magnificent castle, where he had lunch, and Oliveira de
Azemeis.
On July 7 1923, in a general meeting, the French company has been
renamed to Companhia Portuguesa para a Construção e Exploração do
Caminho-de-Ferro do Vale do Vouga (VV) (Portuguese Company
for Construction and Operation of Rail Vale do Vouga).
In 1947, the Company was incorporated into CP
(CP – Comboios Portugueses, in eng. Portuguese
Trains).
The Vale do Vouga Railway Line, which was opened
on 5 February 1914, took a big blow in 1972 with the closure
of the section between the Serenada Vouga and Viseu, due to
large forest fires in this region, which were linked to steam
trains. Thanks to April 25, 1974 (Portuguese Revolution) the
railway line opened again, but Viseu would definitely
deprived of 79km of rail, between the stations of Vouga do
Sernada and Viseu on 1 January 1990, due to its
closure.
Numbers:
Extension of the line: 140.498 km
11 bridges, the most extensive the Zela (with
199m) in Vouzela, and most spectacular of the Poço de
Santiago, with a huge arch of masonry, the line most
important construction.
19 tunnels, being the longer the Vale dos Açores
with 116m.
55 stations and stops.