
Identificada com sítio de interesses arqueológico em 1990, na sequência de prospecções arqueológicas que têm vindo a ser realizadas no concelho de Fornos de Algodres associadas às escavações em curso no Castro de Santiago, a Fraga da Pena localiza-se numa pequena rocha, junto ao topo da vertente ocidental da ribeira da Muxagata, a uma altitude de 749m. Trata-se de um gigantesco TOR granítico, cuja formação terá resultado de um processo de erosão diferencial permitindo a formação da rocha. O local apresenta óptimas condições de domínio visual sobre a paisagem, nomeadamente sobre todo o vale da ribeira da Muxagata até à sua confluência com o Mondego, oferecendo, simultaneamente, excepcionais condições naturais de defesa.
Em 1991 realizou-se uma curta intervenção para limpeza de superfície e levantamento topográfico, efectuando-se em 1992 uma primeira sondagem. Os trabalhos realizados permitiram verificar a existências de uma estrutura pétrea, semi-circular, bastante derrubada, que bloqueia o acesso pela rocha e que poderá corresponder a uma eventual estrutura defensiva (aspecto a confirmar nas próximas intervenções de campo). Os materiais recolhido na sondagem realizada são compostos por cerâmica manual, reduzida percentagem decorativa, raspadeiras em quartzo, artefactos em sílex, machados de pedra polida e alguns elementos de moagem. Não sendo particularmente rico nem característico do que é conhecido na região, o conjunto artefactual recuperado parece integrar-se num período da Idade do Bronze.
Além de preocupação defensiva apresenta vestígios de ter sido um local especial onde ocorreriam actividades espaciais de carácter simbólico e sagrado. Mais do que uma área residencial, aquele espaço terá sido construído como cenário de praticas ritualizadas. A atracção que o Homem pré-histórico terá sentido pelo local, tal como hoje, terá tido tudo a haver com a imponente formação granítica que constitui, o maciço rochoso que surge aos nossos olhos como a Fraga.