A REVOLTA DA MARIA DA FONTE
Esta é uma cache
dedicada a todas as minhotas, das quais Maria da Fonte é o símbolo deste
colectivo feminino…
A revolta da Maria da Fonte. Ilustração de Armanda
Andrade
«Maria da Fonte, ou
Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular
ocorrida na primavera de 1846 contra o governo Cartista, presidido
por Bernardo da Costa Cabral. A revolta resultou das tensões
sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande
descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento
militar, por alterações fiscais e pela proibição de realizar
enterros dentro de igrejas. Iniciou-se na zona de Póvoa do Lanhoso
por uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a
todo o norte de Portugal. A instigadora dos motins iniciais terá
sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de
Fontarcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da
Fonte. Como a fase inicial do movimento insurreccional teve uma
forte componente feminina, acabou por ser esse o nome dado à
revolta. A sublevação propagou-se depois ao resto do país e
provocou a substituição do governo de Costa Cabral por um presidido
por Pedro de Sousa Holstein, o 1.º duque de Palmela». In
Wikipédia
«...nós acabamos de presenciar uma grande revolução, uma
revolução que tem(...) além de todos os
outros caracteres brilhantes, o magnífico, o transcendente carácter
de ser verdadeiramente popular, porque começou pelas
mulheres».
Almeida Garrett
A Revolta da Maria da Fonte. Gravura. M. M. Bordalo Pinheiro.
1846
«A Maria da Fonte, deu o sinal da luta ao levar os companheiros
àquele acto de violência, os camponeses e depois os políticos
secundaram-na. (...) Os homens mostravam-se com os rostos tostados
pela soalheira, destacavam-se pedaços de saias vermelhas, aventais
berrantes, lenços que cobriam cabeças insinuantes e um pedaço de
pano vermelho ondeava, no alto de uma baioneta ferrugenta,
improvisando-se, assim, a bandeira».
Rocha Martins, Maria da Fonte, romance histórico, Edição João
Romano Torres, Lisboa
As duas heroínas: Maria Angelina e Ana Maria Esteves
Ilustração de Armanda Andrade para a obra de Luís
Dantas.
«Maria Angelina (...) dá o sonho, a cor e a energia à insurreição.
Vestida de colete de lã e saiote encarnado, com duas pistolas
metidas na larga faixa e carabina ao ombro, iluminou os
talvegues, quebradas e cordilheiras. A
sua presença desafiou o século, e foi mais do que o símbolo da
sublevação feminina. Em pleno romantismo, foi título de jornal,
inspirou escritores, jornalistas, poetas, dramaturgos,
musicógrafos, pintores, caricaturistas e foi, por diversas vezes,
litografada. Ana Maria Esteves também saiu da obscuridade por estar
à cabeça das atroadas e ter arrombado, com golpes de machado, as
portas e o alçapão da cadeia. Mas o verdadeiro herói está na rua: é
o colectivo feminino».
Luís Dantas, A Revolta da Maria da Fonte, Edições Ceres, Lisboa,
2001
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A CACHE
Esta cache pretende levar a conhecer a Vila da
Póvoa de Lanhoso, onde consta ter tido início esta revolução,
liderada por aquela que ficou assim conhecida: Maria da Fonte.
Para
encontrar a cache
As
coordenadas apresentadas N41°34.553 W008°16.222 referem-se ao local
onde a Estátua se encontra. A micro, uma caixinha pequenina,
magnética, encontra-se num local de fácil procura, mas exige uma
habilidade discreta. Para lá chegar terá de efectuar a seguinte
operação:
N41°34.(A-1438)
W008°16.(B+37)
A= Ano em que
foi erigida a Estátua.
B= Número de
anos, inscrito na placa, que passaram desde a revolução.
Deixem tudo
como encontraram e sejam discretos na busca e na
recolocação.