Santarém
Cabeço Monte
Cravo
Gentílico: Scalabitano, Escalabitano, Santareno
Concelho: Santarém
Área: 565,819 km²
População: 63 563 hab.
Densidade Populacional: 112,3 hab./km²
Orago: São Nicolau
Fundação do Município: 1095
Feriado Municipal: 19 de Março
Código postal: 2000 Santarém
Situada num planalto, rodeada pelos cumes de
Alcáçova, Capuchos, Outeiro da Forca, Sacapeito, S. Bento, Senhora
do Monte e Monte dos Cravos, banhada pelo majestoso Rio Tejo, a
cidade de Santarém, também chamada cidade das sete colinas, é
capital de Distrito, capital da província do Ribatejo e
considerada, pelo seu passado artístico imponente e glorioso
“capital do gótico português”.
A fundação da cidade de Santarém está associada
à mitologia greco-romana e cristã, “reconhecendo-se duas
origens míticas na sua génese: no primeiro caso associada a um
herói clássico, fundador de uma cidade-estado erguida sobre sete
colinas, de nome Habis, presente na mitologia de Tartessos e, no
segundo caso, à martir Santa Irene, de muito provável ascendência
peninsular. As duas origens marcaram profundamente os topónimos que
ainda hoje são utilizados: Scallabis e Santarém (de Sant`Arein).
Crê-se que a ocupação de Santarém remonte ao século VII a.c. A
conquista romana desta área inicia-se em 138 a.c., com a campanha
militar de fortificação de Olisipo (Lisboa) e Móron por Décimo
Júnio Bruto. Seguindo a mesma linha, Júlio César cria, em 61 a.c.,
um acampamento militar em Santarém. A cidade toma nesta época a
designação de Scallabis Praesidium Iulium. A crise do século III e
a decadência do Império Romano do Ocidente afectou a civitas, sendo
no século V conquistada e saqueada pelos bárbaros. Em 460, os
visigodos, comandados por Sunerico, conquistam-na aos alanos. A
cidade deste período seria constituída pelos núcleos seguintes:
Castra Scallabis – cidadela fortificada; Scallabis – a
urbe do planalto; Portus ou cataplus romano (Alfange); Seserigo
– bairro ribeirinho situado na margem direita da ribeira de
Runes. Em 714 é conquistada pelos muçulmanos, que a ocuparam até
1147. Durante o período islâmico, o território urbano da cidade
(Shantarin) estava dividido em quatro núcleos também: A cidade de
Alcáçova; A medina de Marvila; O porto de Alfange; O arranbalde de
Seserigo. Entre 1093 e 1111 esteve sujeita ao domínio cristão,
durante o qual o rei Afonso VI de Leão e Castela lhe concede, em
1095, uma carta de foral. “É com a atribuição, em 1095, por
D. Afonso VI de Leão, de uma carta de foral a Santarém, que começa
a história do direito concelhio escrito desta cidade...” A
conquista da cidade aos mouros em 1147, por D. Afonso Henriques, é
um símbolo importante na formação do reino de Portugal. A partir
desta data, Santarém tomará novos rumos, novas direcções,
aproveitando contudo, o legado dos povos antecessores. Este rei
concede novo foral à vila, dado em Coimbra, em Maio de 1179. Foi
confirmado em Santarém, por D. Afonso II, em 8 de Abril de 1214 e
de novo confirmado por este mesmo rei, em Coimbra, em 12 de
Novembro de 1217. Com a reforma dos forais, D. Manuel atribuiu-lhe
novo foral, em Almeirim, em 1 de Fevereiro de 1506. A fortificação
da cidade foi das primeiras preocupações. A defesa militar foi
entregue às ordens religioso-militares, tendo nos séculos XIII e
XIV sido reforçadas e constituídas novas muralhas. Assim, no
reinado de D. Sancho I, Seserigo foi muralhada e com D. Fernando,
as muralhas da Alcáçova Velha (paço real de Alcáçova) foram
consolidadas e muralhadas a mouraria da Vila Alta e o chafariz das
Figueiras. Em finais do século XII, esta vila estava estruturada em
doze paróquias: sete na parte alta (Santa Maria de Alcáçova, Santa
Maria de Marvila, S. Martinho, S. Nicolau, S. Salvador, S. Julião e
Santo Estêvão) e cinco na parte baixa (S. Tiago, S. Pedro, S. João
Evangelista, Santa Iria a Velha, Santa Maria de Palhais, tendo
estas duas originado, em inícios do século XIII a paróquia de Santa
Iria, a Nova). No século XIII foram criadas mais quatro paróquias,
uma em Alfange (S. Bartolomeu), duas na Ribeira (Santa Cruz e S.
Mateus) e uma na parte alta (S. Lourenço). Estas quinze freguesias
irão sobreviver até finais do século XVII, data em que o número é
reduzido para treze, mantendo-se até ao reinado de D. Maria II. No
recenseamento efectuado em 1527, Santarém possuía no corpo da vila,
mil novecentos e oitenta e oito vizinhos. Destes, vinte eram
fidalgos, vinte e oito, cavaleiros, sessenta e dois, escudeiros,
quinhentos e trinta e quantro, viuvas, sessenta e um, clérigos e o
resto era povo. Por este censo à população, podemos afirmar que
Santarém é, nesta data, a terceira povoação mais populosa do país,
a seguir a Lisboa e ao Porto. Em 1758, constava com dois mil,
quinhentos e sete fogos a que corresponderiam entre nove a dez mil
pessoas. Possuía senado da Câmara, com três vereadores, um
procurador do concelho, dois mesteres, um alferes, “que tem
cadeira de espaldar de fronte do tribunal nas prociçoens a que
contuma assestir quando leva o estandarte, e é chanceler que tem o
sello, mas não usa delle por se utilizarem os Ministros”, um
escrivão da Câmara, um tesoureiro, um síndico, dois almotacés com
seus escriváes, um da Repartição de Marvila e outro da Repartição
da Ribeira, um agente, um pagem e um porteiro das claves, Casa dos
vinte e quantro, com juiz do povo e escrivão, e um almotacé da
limpeza. Era cabeça de comarca. Tinha corregedor com alçada, dois
escrivões do juízo, um meirinho, distribuidor, contador,
inquiridor, um fiel das apelações, juiz de fora do cível e juiz de
fora do crime.
A situação geográfica e o clima ameno de Santarém, foi um dos
motivos de atracção do rei e da corte, que fizeram desta vila sua
residência preferida, escolhento a “princesa das nossas
vilas”, como lhe chamou Almeida Garret para aqui passarem
longas temporadas. As cortes do reino reuniram por diversas vezes
em Santarém, durante os séculos XIII, XIV e XV. Aqui tiveram lugar
vários acontecimentos históricos de relevo, e que a imortalizaram
no tempo. Assim, durante o reinado de D. Dinis, relizou-se em
Santarém, em 1319, o acto solene da aceitação da bula do Papa João
XXII, que confirmou a constituição da Ordem de Cristo e para a qual
transitaram os bens patrimoniais da extinta Ordem dos Templários.
Este monarca faleceu em Santarém, em 1325. Nesse mesmo ano, com
trinta e cinco anos de idade, foi coroado, nesta vila D. Afonso IV,
filho de D. Dinis. Em 1358, foram executados nos Paços Reais de
Santarém, os assassinos de D. Inês de Castro, Pêro Coelho e Álvaro
Gonçalves, execução a que o rei D. Pedro assistiu. Em 1373 foi
assinado em Santarém o Tratado que estabelece a paz entre o rei de
Castela, Henrique de Trastâmara e o português D. Fernando I. Após a
morte, o corpo deste monarca foi sepultado no alto Coro do Convento
de S. Francisco, ao lado de sua mãe, a infanta D. Constança. Em
1384, no Convento de S. Domingos de Santarém, D. Leonor Teles
renuncia à coroa de Portugal em nome de sua filha D. Beatriz e de
D. João I, rei de Castela. Santarém fica sobre a tutela deste
último, que funcionará como sede da sua acção no território
português, entre 1384 e a Batalha de Aljubarrota. Em 1405 nasceram
nesta vila os infantes D. João e D. Fernando (que morreu em Fez),
filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Em 1477, D. João
II foi aclamado rei, em Santarém, debaixo dos alpendres do Convento
de S. Francisco, quando se perderam as esperanças de encontrar o
rei D. Afonso V. Em 1491 morreu em Santarém o príncipe herdeiro D.
Afonso, filho único do rei D. João II e recém casado com a Infanta
D. Isabel, filha dos reis católicos de Espanha, quando corria a
cavalo entre Alfange e a Ribeira, caindo e ficando esmagado pelo
animal. Em 19 de Junho de 1580, D. António Prior do Crato foi
aclamado em Santarém, no Mosteiro de S. Bento, rei de Portugal. Em
5 de Dezembro de 1640, o conde de Unhão, Fernão Teles de Meneses,
fez aclamar em Santarém, D. João IV, rei de Portugal. As tropas
francesas de Napoleão conservaram-se neste cidade, de Novembro de
1810 a Março de 1811, fazendo de Santarém seu quartel-general. Os
danos provocados, quer á população, quer ao património foram
incalculáveis. Durante as lutas entre liberais e absolutistas, em
1833, o rei D. Miguel escolheu Santarém para se acolher, juntamente
com o seu exército, tendo feito corte e quartel-general no palácio
onde estão actualmente instalados os Paços do Concelho. Só em 18 de
Maio de 1834, Saldanha e as tropas liberais conseguem entrar na
cidade. Em 1851, por provisão do Patriarca D. Guilherme, o número
de freguesias foi reduzido a quatro: Marvila Salvador S. Nicolau
Santa Iria da Ribeira de Santarém Santarém foi elevada à categoria
de cidade por alvará de 24 de Dezembro de 1868, referendado pelo
rei D. Luís I, e assinado pelo Marquês de Sá da Bandeira, nascido
na cidade em 1795, e pelo Bispo de Viseu. No século XIX, a cidade
possuía três mil, novecentos e sessenta fogos. Dentros dos limites
geográficos do concelho existem actualmente, para além das quatro
freguesias urbanas, outras vinte e quatro freguesias rurais,
distribuindo-se por uma área total de 565,819 quilómetros
quadrados.
FONTE:
Livro "A Heráldica do Município de Santarém"
Por favor deixem tudo
como encontraram.
E NÃO COLOQUEM FOTOS DO CONTAINER!
Obrigado.
Conteúdo inicial: Logbook,
Stashnote, Lápis, Afia
1 pin Aviocar CASA-295
Levem Afia mas não o deixem lá...
Obrigado