#2 Igreja do Santíssimo
Milagre-
Viagens na Minha Terra
No
tempo das “Viagens na minha terra”, de Almeida Garrett,
Santarém foi palco de importantes acontecimentos históricos. No
início do século XIX, quando a Vila foi ocupada pelos exércitos
franceses, muitos edifícios foram vítimas de actos de vandalismo.
Apesar disto, as filosofias e políticas Liberais, inspiradas na
França Revolucionária, tiveram seguidores entre os scalabitanos e
enormes consequências na Vila. Em 1834, as ordens religiosas foram
extintas e os seus conventos nacionalizados, o que acentuou a
deterioração do património de Santarém. Muitos desses conventos
foram transformados em repartições públicas, quartéis militares,
hospitais, instituições de assistência ou, em muitos casos, foram
demolidos.
É neste contexto que Almeida Garrett visita Santarém e encontra uma
“povoação descaída e desamparada”, uma “grande
metrópole de um povo extinto, de uma nação que foi poderosa e
celebrada, mas que desapareceu da face da terra e só deixou o
monumento de suas construções gigantescas.”
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No decorrer da nossa viagem“(…)
descemos à igreja (..) notável não tem nada senão uns quatro medalhões de pedra lavrada com bustos de
homens e mulheres em relevo que visivelmente pertenceram
a edificação antiga, e que actualmente
estão incrustados na tosca alvenaria do cruzeiro. Os bustos são de
puro e finíssimo lavor gótico, altos de relevo e desenhados com uma
franqueza que se não encontra em esculturas muito posteriores.
(...) relíquias da primitiva igreja do Santo
Milagre...”.
Chegamos
assim à Igreja de Santo Estêvão ou do Santíssimo Milagre, datada do
século XIII, localizada no sítio mais alto de Santarém, ficava
dentro dos muros que cercavam a vila, num dos locais mais antigos
do burgo. Já existia no século XIII, tendo sido sagrada
em 1241, a 16 de Fevereiro, e passou a ser conhecida pela
Igreja do Milagre, porque nela se guarda a Partícula Consagrada. A
sua origem medieval está documentada pela presença de alguns
elementos, que ainda são visíveis no transepto, não restando
qualquer outra evidência arquitectónica desta primeira construção,
cujo desaparecimento se ficou a dever a causas que continuam, ainda
hoje, por esclarecer.
Este monumento está ligado à lenda do Milagre de Santarém, que
relata o roubo e a profanação de uma hóstia consagrada, por uma
residente na paróquia de Santo Estêvão. No corpo da Igreja, quatro
telas do século XVII, narram a história do Santíssimo Milagre. A
circunstância da ocorrência do Santíssimo Milagre, conferiu á
vetusta Igreja de Santo Estevão uma notoriedade e importância
ímpar. Passou a ser local de peregrinação “obrigatória”
de reis e notáveis, que se deslocassem a Santarém, e testemunha da
prática de um culto intenso e profundo á Sagrada Partícula, por
parte das gentes do povo, que, lhe alteraram o nome para
“Igreja do Milagre”.
História do Santíssimo Milagre

Aproveite para visitar a igreja e apreciar as telas que narram a
história do Santíssimo Milagre. Ao contrário dos restantes
monumentos em Santarém, a Igreja está aberta de Segunda a Sábado
das 10:00h – 17:30h e ao Domingo das 10:30h-13:00 e 15:30h
– 17:30h.
A Cache: resume-se a um pequeno tubo, contém apenas um Logbook,
pelo que deve levar material para escrita. O local onde a cache se
encontra é muito movimentado pelo que exige muita
descrição.
BOAS CAÇADAS.
As Viagens na Minha Terra segundo Almeida Garrett, são compostas
pelas seguintes caches:
·
Viagens
na Minha Terra #4 – Convento de Santa
Clara
·
Viagens
na Minha Terra #3 – Igreja do Seminário
·
Viagens
na Minha Terra #2 – Santíssimo Milagre
·
Viagens
na Minha Terra #1 – Igreja S. J.
Alporão