#3 Igreja do Seminário- Viagens na Minha Terra
No tempo das “Viagens na minha terra”, de Almeida Garrett, Santarém foi palco de importantes acontecimentos históricos. No início do século XIX, quando a Vila foi ocupada pelos exércitos franceses, muitos edifícios foram vítimas de actos de vandalismo. Apesar disto, as filosofias e políticas Liberais, inspiradas na França Revolucionária, tiveram seguidores entre os scalabitanos e enormes consequências na Vila. Em 1834, as ordens religiosas foram extintas e os seus conventos nacionalizados, o que acentuou a deterioração do património de Santarém. Muitos desses conventos foram transformados em repartições públicas, quartéis militares, hospitais, instituições de assistência ou, em muitos casos, foram demolidos.
É neste contexto que Almeida Garrett visita Santarém e encontra uma “povoação descaída e desamparada”, uma “grande metrópole de um povo extinto, de uma nação que foi poderosa e celebrada, mas que desapareceu da face da terra e só deixou o monumento de suas construções gigantescas.”
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A leitura leva-nos agora ao Colégio dos Jesuítas ou Igreja do Seminário. Um edifício, segundo Almeida Garrett, “...grandioso, vasto, magnífico, própria habitação da companhia-rei que o mandou construir para educar os infantes seus filhos. Creio que esta e a de Coimbra eram as duas principais casas que para isto tinham os Jesuítas em Portugal. (…) O edifício do Colégio é todo filipino, já o disse: a igreja dos mais belos espécimes desse estilo, que em geral seco, duro e sem poesia, não deixa contudo de ser grandioso”.
O espaço foi ocupado pelo Paço Real, mas as funções de aposento régio, cada vez menos habituais, fizeram com que D. João IV doasse o Colégio aos Jesuítas, para a construção de um templo. Hoje, a Igreja do Seminário é a Sé da Diocese de Santarém.

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A Igreja de Nossa Senhora da Conceição do Colégio jesuíta de Santarém foi construída a partir da década de 20 do século XVII, com projecto do Arquitecto Mateus do Couto, cujo nome está documentalmente associado a esta empresa num alvará de D. João IV datado de 1647. Vinte anos depois, este mesmo arquitecto é ainda o responsável pelas obras do Colégio, mas a partir daqui o projecto sofre algumas mudanças significativas.
Em 1673, o Geral da Companhia, em Roma, alterou o rumo das obras, suprimindo-se então o remate da fachada com duas torres, à semelhança do que acontecia com o Colégio Jesuítico de Coimbra, e optando-se por um outro coroamento, menos austero mas igualmente majestoso, como, o prova o amplo frontão quadrangular que encima axialmente a fachada, ladeado pelas soluções de volutas, uma solução que adquire enorme impacto cenográfico face à ampla praça fronteira.
A conclusão da igreja aconteceu já no século XVIII, mais concretamente em 1711, data que foi inscrita na fachada. A partir daqui procedeu-se ao engrandecimento do interior, sucedendo-se numerosas campanhas artísticas de pintura, escultura e artes aplicadas.
Seja discreto a zona é muito movimentada.
Leve Material de Escrita.
BOAS CAÇADAS.
As Viagens na Minha Terra segundo Almeida Garrett, são compostas pelas seguintes caches:
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Viagens na Minha Terra #4 – Convento de Santa Clara
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Viagens na Minha Terra #3 – Igreja do Seminário
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Viagens na Minha Terra #2 – Santíssimo Milagre
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Viagens na Minha Terra #1 – Igreja S. J. Alporão