Pelos túneis à Tapada – [Pomarão] – [1]
Esta cache pertence a um conjunto de 5 caches colocadas ao longo do troço final da antiga linha de caminhos-de-ferro, a qual apresenta uma extensão total de cerca de 18 km, desde a Mina de São Domingos ao porto fluvio-marítimo do Pomarão, no rio Guadiana.
Percurso ao longo da linha férrea
Um pouco de história...
Os primeiros testemunhos de actividade mineira na região de São Domingos remontam à época romana. Mas foi em 1857 que a exploração em larga escala arrancou, em resultado da concessão atribuída a uma sociedade de origem espanhola – a La Sabina – que no ano seguinte acabou por arrendar os direitos de prospecção aos ingleses da Mason & Barry. Em poucos anos, São Domingos transformou-se num dos maiores complexos mineiros da Europa. Ao longo de mais de cem anos, os homens esventraram a terra em busca de cobre e enxofre. Primeiro em galerias subterrâneas, depois a céu aberto. Após extraído, o minério era conduzido pelo caminho-de-ferro que ligava a Mina de S. Domingos ao porto do Pomarão para embarcar em grandes navios que o levavam até Inglaterra e outros países. Com o aproximar do esgotamento do jazigo, a exploração terminou em 1965 e a Mason & Barry declarou falência três anos depois.
Linha férrea em 1880
Com este percurso pretendemos dar a conhecer parte de uma das primeiras linhas de caminho-de-ferro construídas em Portugal, iniciando os visitantes numa viagem no tempo através dos seus túneis, sombrios e ocultos na paisagem, último testemunho do que outrora foi uma importante rota de minério.
Desta feita, realizando o percurso inverso, a nossa viagem tem início no Pomarão.
Primeiro túnel, à saída do Pomarão
Uma deliciosa e pacata aldeia operária, erguida numa belíssima curva do Guadiana, na confluência com a ribeira do Chança. Quem hoje ali chega tem dificuldade em imaginar a agitação e a vida de outrora, no tempo em que mais de quinhentos navios por ano recebiam o minério de São Domingos e o espalhavam pelo mundo. As ruínas do cais mineiro e a memória dos homens estão lá para testemunhar um passado difícil mas, indiscutivelmente, glorioso.
Vila do Pomarão
Seguindo pelos trilhos abandonados, constata-se que praticamente todas as pontes que existiam ao longo dos dezoito quilómetros da linha estão destruídas, o que obriga a passar a vau os minúsculos cursos de água, assim mesmo sem grande dificuldade. Na verdade, durante o Verão não é sequer necessário molhar os pés.
Aspecto das antigas pontes sobre as quais passavam os carris
E ainda há que atravessar uma sucessão de seis túneis, alguns dos quais razoavelmente extensos e habitados por morcegos.
Aspecto dos túneis 2 e 3, acessíveis aos mais aventureiros!
Morceguinho!
Mais de quarenta anos após a passagem do último comboio, a natureza vai tomando conta de algumas partes do percurso. Embora seja possível a realização de todo o percurso seguindo a linha férrea por dentro dos túneis, aconselha-se a levar lanterna e calçado apropriado para terreno lamacento. A vegetação e os desmoronamentos obrigam, inevitavelmente, a pequenos desvios, mas a chegada a Tapada do Touril faz-se sem grandes sobressaltos.
Tapada do Touril
Recomenda-se a fazer aqui uma pausa, aproveitando para apreciar a tranquilidade e a beleza deste local. Por fim, mais uns passos adiante, guiam-nos à última paragem do percurso.
Fragmentos do que resta da linha férrea (à esquerda) e túnel 6 (à direita)
Esperamos que desfrutem ao máximo deste passeio e que o apreciem tanto quanto nós!! De resto, há que ter atenção às crianças, já que nem sempre o acesso às caches é fácil.
Fonte:
Wikipedia
Blog “Num Lugar à Direita Da Mina de São Domingos ao Pomarão”