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A Relíquia do Paço Letterbox Hybrid

Hidden : 2/3/2012
Difficulty:
2 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   regular (regular)

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Geocache Description:


A ideia para a colocação desta cache surgiu após uma fantástica experiência que vivemos na cache Fallen Angels. Para uma primeira GeoInvestigação à Quinta do Paço convidámos o K!nder, que amavelmente nos acompanhou e ajudou na idealização desta cache. A ele, o nosso sincero bem-haja!


Nota: Desde 2021 que decorrem obras de recuperação da Quinta do Paço da Serrana. Por este motivo a cache foi simplificada e adaptada, tendo sido colocada no exterior da Quinta. Após a conclusão das obras a sua recolocação no interior será avaliada.



O Paço da Serrana, sobranceiro sobre o rio Douro, próximo de Cinfães, é uma quinta de um valor patrimonial e natural inestimável, que pertenceu à família do famoso explorador africanista Serpa Pinto e encontra-se votada a um abandono imerecido.

A Quinta do Paço, como também é conhecida, tem uma história que atravessa os séculos e terá sido residência de várias famílias ilustres do Douro, dada a sua posição privilegiada. A mais relevante terá sido a família Serpa Pinto, que em meados do século XIX mandou construir um palacete elegante numa colina, assim como uma grande adega e uma casa de criados. Nas proximidades, ergueu-se ainda uma ermida com uma vista de perder a memória sobre o rio. Mandou também plantar uma frondosa mata na propriedade, sendo que algumas das árvores foram trazidas de África, envolvendo o espaço com um encanto misterioso e inefável.

Contudo, a dado momento, a história de sucesso e tranquilidade foi travada por algum motivo desconhecido e a Quinta entrou em declínio. As mortes estranhas, aliadas a relatos quase inverosímeis, conduziram à suspeição natural que alguma maldição tinha caído sobre o local.

 "(…) Em quasi tôda a minha viagem, obrigado a caçar para viver, tive muitas vêzes de affrontar as feras; o que não me teria acontecido se, dispondo de recursos sufficientes, me podesse ter dispensado da caça. Uma fera morta em defensa propria e em encontro fortuïto, é um obstàculo destruido; um leão procurado e môrto por o exploradôr geògrapho é um obstàculo creado, é uma imprudencia commettida, é e deve ser um remôrso na sua existencia.”

In Como eu atravessei Àfrica vol. II, Serpa Pinto

Tudo começou logo após o regresso de Serpa Pinto da sua grande expedição. Pelos relatos, no dia seguinte à chegada do explorador, o capataz da Quinta, de seu nome João das Matas, entrou para a adega e esteve durante toda a manhã a rodar o torno do lagar, apesar de nada haver por baixo e ainda não se estar no tempo das vindimas. O capataz deverá ter estado até meio da tarde, sempre de volta do torno, até desaparecer sem que alguém soubesse do seu paradeiro. A meio da noite, a mulher do capataz saltou da cama com uma premonição azeda e foi encontrar o marido afogado no lago junto ao palacete. A sua cara era negra como a noite.

Depois deste episódio, com os barulhos frequentes a todas as horas do dia e da noite, as suspeitas da maldição começaram a acumular-se e Serpa Pinto mandou construir uma pequena ermida um pouco afastada da casa, num local sobranceiro sobre o rio Douro, pedindo ao bispo de Lamego para que benzesse o local. Estranhamente, durante a cerimónia, o pequeno altar começou a arder e o edifício ficou em ruínas. Ainda nessa noite, uma criada foi encontrada estrangulada pelas lianas de uma árvore em frente ao lago.

Seguiu-se alguma acalmia, sem que algo de anormal ocorresse, até que a morte os visitou de novo. Numa manhã de Natal, o pastor da Quinta foi encontrado dentro de uma mina; tinha sido crucificado. Da maneira como estava, no fundo da mina, era impossível que algo natural o ali colocasse, por nem sequer lá caber, já que a própria cruz estava enterrada nas quatro extremidades. O seu corpo tinha sido cortado superficialmente e o sangue escorria por ele como um rio do inferno. Já na morgue, os sucessivos cortes assemelhavam-se a letras de um idioma que Serpa Pinto reconheceu pertencer a uma tribo africana de onde tinha trazido uma relíquia de um antigo chefe tribal, de seu nome Onujulu. Serpa Pinto estava então certo da maldição e correu para a Quinta a fim saber do paradeiro da relíquia. Contudo, não a encontrou em lado algum, mesmo tendo mandado esvaziar a casa por duas vezes.

 

“(...) Nós não tìnhamos fazendas, e não sabìamos que fazer diante das exigencias dos selvagens, que teimavam em que tinham sido roubados (…). Dàva-me cuidado não ver o meu muleque Catraio, que comecei a supor teria sido feito prisioneiro, quando elle me appareceu na barraca, com o seu riso intelligente e velhaco, trazendo na mão os meus chronòmetros, que tinha ido á outra margem buscar á minha malla, em quanto os Macalacas nos cercavam e ameaçavam.”

In Como eu atravessei Àfrica vol. II, Serpa Pinto

Sem saber o que fazer, subjugado pelo medo, Serpa Pinto mandou soterrar a mina e passou então parte dos seus dias sozinho. Alguns relatos dizem que ele se fechava num arrumo inferior da casa, junto à capela, aonde ainda agora é possível encontrar dois enormes baús, e passava os dias a estudar maldições e feitiços. Com o tempo, as páginas dos livros, particularmente franceses, foram-se espalhando pelo chão até que o explorador mandou retirar a família da Quinta, iniciando assim o seu abandono.

"(…) Eu parti por um calor de 40 graos centìgrados, n'um terreno arenoso, onde o caminhar era difficil. A febre tirava-me as fôrças, e mais me arrastava do que caminhava. O terreno era coberto de arvorêdo, e elevava-se logo a partir da margem do rio. Depois de cinco horas de marcha lenta e penosa, encontrei um pequeno còrrego, onde pude saciar uma sêde ardente."

In Como eu atravessei Àfrica vol. II, Serpa Pinto
 

Nas noites solitárias, entre o ranger das árvores moribundas, os habitantes de Boassas, localidade próxima ao Paço, dizem ainda escutar os murmúrios quase imperceptíveis de almas perdidas entre os dois mundos e quase ninguém se atreve a ir até ao local.

Também, e segundo outros habitantes das redondezas, existem relatos no sentido de a relíquia ainda se encontrar no Paço da Serrana, enquanto outros afirmam mesmo que um dos criados de Serpa Pinto, mais conhecedor das intermitências das almas, a escondeu num local recôndito e aí adormeceu a maldição, deixando pistas para que outros pudessem travar o seu mal pelos séculos vindouros.

Talvez por conhecer e temer maldição descrita, a C. M. de Cinfães, actual proprietária da Quinta do Paço da Serrana, mantém-na, infeliz e inexplicavelmente, ao abandono, pela sofreguidão do tempo.



A CACHE

Esta é uma cache que foi inicialmente pensada para ser procurada entre as brumas da noite. Contudo, apenas durante uma visita diurna se pode contemplar de forma adequada a beleza abandonada da Quinta do Paço da Serrana. Assim, optámos por não restringir o acesso e deixar a visita entregue aos gostos de cada um.

Existem, de facto, vários relatos no sentido de a Quinta estar assombrada. É naturalmente uma questão controversa e dogmática mas pedimos aos geocachers para que, previamente, reflictam sobre a sua capacidade em lidar com o ambiente que poderão encontrar. Não devem ir sozinhos à Quinta do Paço e devem ter muito cuidado com a degradação do local. Não arrisquem mais do que devem! Pretende-se que a cache proporcione bons momentos de descoberta. Caso não se sintam à-vontade nos locais, deverão desistir, pois o bem-estar e a segurança estão acima de qualquer estatística.

A história descrita contém pormenores importantes para a descoberta da cache, nomeadamente sobre os locais. Existem vários pontos intermédios, onde obterão pistas e informação sobre como prosseguir.


Prestem particular atenção aos atributos. Devem levar roupa e calçado adequado, sendo certo que se vão sujar e podem ainda molhar-se.

Para que a cache continue a fazer sentido é importante que os geocachers, nos registos, não revelem demasiados pormenores sobre os locais ou os containers. Pede-se ainda aos exploradores para que sejam cuidadosos de forma a não danificaram, ou exporem, os containers.

Esta foi uma cache que nos deu muito prazer a criar. O mesmo apenas será ultrapassado quando a Quinta do Paço da Serrana, uma verdadeira relíquia de História, Património e Natureza seja devidamente recuperada!

Não publiquem fotos dos recipientes e não revelem dados sobre os mesmos!

Desfrutem do local, protegendo o património e a Natureza!

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Additional Hints (Decrypt)

Cryb Pnzvaub qb Cnçb, fhove whagb à áeiber r cebphene cregb qn onfr qb cvaurveb, ngeáf qn crqen. Qrvkne orz gncnqb.

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)