Uma das Sete maravilhas naturais de Portugal
A região central de Portugal entre Rio Maior, Alcobaça, Porto de
Mós, Batalha, Leiria, Ourém, Torres Novas e Alcanena, é ocupada,
por serras calcárias, que constituem o maciço calcário estremenho.
Dele fazem parte duas serras principais, a de Aire e dos
Candeeiros.
Esta região é caracterizada por não ser atravessada por nenhum rio,
já que a água das chuvas se infiltra quase completamente nas fendas
da rocha em vez de escorrer pelas vertentes e originarem rios. É
que, ao contrário das outras rochas, o calcário é dissolvido pela
água. Esta esculpe curiosas formações desde simples rendilhado,
pequenas pias, marmitas e cristas aguçadas até aos maiores
pedestrais, são denominados lápiás pelos estudiosos destas regiões
e são classificados de acordo com a sua origem, forma e
dimensões.
Outra característica das regiões calcárias é a existência de
depressões fechadas com vertentes rochosas e o fundo coberto por
solos argilosos vermelhos. Na região, estas depressões são por
vezes determinados covões enquanto os solos vermelhos são
conhecidos como FELGAR. Os cientistas chamam dolinas às depressões
fechadas e terra rossa a esses solos típicos em todas as regiões
calcárias do Mediterrâneo.
Ao contrário dos lápiás, de rocha nua e escalvada, que só as cabras
se atrevem a percorrer, as dolinas são os raros locais onde é
possível fazer agricultura, milho de sequeiro, batatas e outras
espécies que não exigem muita água, são as preferidas dos
agricultores.
Mas com engenho e esforço o homem foi espalhando ao longo dos
séculos miríades de oliveiras pelas encostas mais íngremes ou mais
rochosas, aproveitando habilmente as mais pequenas manchas de
solo.
Por vezes, onde o solo era mais escasso, foi necessário retirar e
calcular as quantidades de pedras, depois dispostas em marouços ou
aproveitadas para construir muros, também tão típicos das regiões
calcárias.
Ao penetrar nas pequenas fissuras de rocha, a água alarga-as por
dissolução e transforma-as em grandes corredores ou em poços
naturais que, na região têm o nome de algares.
Foi num destes algares, existentes no sítio de Moinhos Velhos,
pequeno por sinal, e aparentemente igual a tantos outros, que em
1947 alguns habitantes de Mira de Aire entraram.
História das Grutas de mira de Aire
1947 - Os primeiros homens a entrar na gruta lançaram cordas
grossas e, a pulso, desceram até uma pequena galeria. Avançando
duas dezenas de metros, encontraram-se como que numa janela aberta
sobre um precipício. O que existia em frente, a fraca luz do
gasómetro não permitia ver com clareza. Algo como uma grande sala
envolta na mais completa escuridão, fazia ecoar as suas vozes e o
barulho das pedras que atiravam.
Alguns dias depois, voltaram com mais cordas e desceram à primeira
sala onde a sua imensidão mal deixava perceber as paredes e
estalactites que pendiam do tecto.
A notícia desta descoberta que não tinha paralelo em nada conhecido
na região chegou até Lisboa donde acorreram espeleólogos que
preparavam a formação de uma Sociedade Científica para o estudo das
Grutas. Mira de Aire passou a acolher um grande número de
espeleólogos e com eles conviveu. Muitos puderam visitar a nova
gruta descoberta e as fotografias das expedições espalharam-se por
toda a terra.
Através da exploração do fundo da sala e de algumas reentrâncias
nas paredes, descobriu-se o segredo para a continuação da gruta,
uma abertura num patamar acessível apenas por uma estreita e
escorregadia vereda ao longo da parede, baptizado de
"Púlpito".
Para lá deste encontra-se uma rampa muito íngreme que dava lugar a
um poço com cerca de 20 metros de profundidade, o 2º Poço.
1949 - A construção de um guincho de madeira que desenrolava uma
corda de sisal com 30 metros permitiu aos espeleólogos vencerem
este poço, sendo as descidas posteriores efectuadas através de
escadas, primeiro com cabos de aço e degraus de madeira, e depois
com degraus de latão.
Na base deste tinha inicio um percurso de mais de 500 metros,
denominado "Galeria Grande" e com uma topografia e paisagem
variada. Neste trajecto pode-se observar a "Fonte das Pérolas", as
"Galerias do Polvo", o "Órgão", e o "Rio Negro" que dava acesso ao
"Areal" no fundo da Galeria Grande.
Anos 50 e 60 - Campanhas mais prolongadas exigem a criação de
acampamentos no interior da Gruta. Destes foi possível chegar até
ao "Sifão das Areias", "Concha" e "Labirinto" até que foi
descoberto o "Poço Final" podendo assim poder ser elaborado o
primeiro levantamento topográfico da Gruta.
O desejo de mostrar esta maravilha da natureza ao público começava
a crescer e para que todos pudessem apreciá-la, foram projectados e
construídos centenas de metros de estrados e escadas de madeira,
desde a entrada, até perto do Sifão das areias.
Anos 70 - Com vista ao novo aproveitamento turístico da gruta, com
melhores condições de conforto e segurança constitui-se a Sociedade
que faz a sua exploração desde a Sala Grande até às partes
principais da Galeria Grande. A abertura ao público faz-se a 11 de
Agosto de 1974.
2007 - Uma expedição da Sociedade Portuguesa de Espeleologia entra
na Galeria do Rio Negro, aproveitando a baixa do nível das águas, e
consegue acrescentar mais de 1Km de novas galerias que se dirigem
ao interior do Planalto de S. Mamede ao traçado total da
Gruta.
Esta Gruta (Moinhos Velhos) juntamente com a Gruta da Pena e a
Gruta da Contenda faz parte de um grande sistema de galerias com
mais de 11 Km. Durante os Invernos chuvosos, as águas deste sistema
juntam-se às águas da nascente do Olho de Mira e Regatinho,
inundando assim a grande depressão fechada (Polje Mira-Minde)
existente entre as povoações de Mira de Aire e Minde. Informação
retirada de:http://www.grutasmiradaire.com/
Cache:
Muita atenção a retirar a cache. Empurra para cima e não puxes,
se não podes estragar o container. Pedia alguma paciência a colocar
o container para este durar muito tempo. O local da cache tem muita
afluência de pessoas por isso pedia alguma descrição nas
buscas.
Conteudos iniciais da cache: Logbook e lápis.