Caracterização do Concelho
Toda a região em que se insere este concelho é muito acidentada e com estrutura geológica variada. A maior parte é constituída por terrenos provenientes da desagregação de xistos, quartezitos e grês, existindo na periferia da vila terrenos de várzea bastante férteis.
Sob o ponto de vista topográfico, a vila situa-se numa pequena "crista" com uma altitude média de 350m. A única depressão com maior significado situa-se a norte do aglomerado, a que corresponde uma linha de água que torna essa zona mais húmida. Assim, o relevo não teve influência directa e decisiva no desenvolvimento da Vila, pois embora o núcleo embrionário apareça no cabeço, a sua expansão fez-se de uma forma radial, no sentido de todos os pontos cardeais, ao longo do traçado de vias de comunicação, que, estas sim, foram directamente marcadas pela sinuosidade própria das elevações.
O concelho é limitado a nascente pelo importante curso de água - Rio Zêzere, que deu nome à vila, e no qual se situa uma importante obra de hidráulica - albufeira do Castelo de Bode. Toda a região tem um subsolo bastante rico em água, excepto a zona de Chãos.
Origem do nome do Município
No início do século XIII, Pedro Ferreiro, besteiro de D. Sancho, a quem este doara parte da área actual deste município, atribui foral a então denominada Vila ferreiro.
Dada a proximidade do rio Zêzere, já em tempo da monarquia liberal, a vila vem chamar-se Ferreira do Zêzere.
História
Em 1159, D. Afonso Henriques doa à Ordem dos Templários o termo de Cêras, que inclui cerca de metade da área do Concelho. Assim pela primeira vez, é feita referência ás terras de riba-Zêzere na documentação de doação.
Em 1190, D. Sancho e sua mulher doam a sua herdade de Vale de Orjais a Pedro Ferreiro, um besteiro do rei, como recompensa pela sua bravura contra os mouros na defesa de Montemor – o – Novo.
Trinta e dois anos mais tarde, é atribuído foral a Vila Ferreiro por Pedro Ferreiro e Maria Vasques, A partir de 1306 passa a pertencer aos Templários. Em 1319 transita para a Ordem de Cristo, dividida em diversas comendas (células administrativas concedidas a eclesiásticos e cavaleiros de ordens militares).
D. Nuno Rodrigues, mestre desta ordem, coloca a primeira pedra para construção dos paços de Ferreira do Zêzere em 1362.
Corre o ano de 1517, quando as populações se recusam a prestar juramento em Vila de Rei e o Rei D. Miguel termina o conflito, decidindo que Ferreira do Zêzere tenha forca e pelourinho próprios. Mais tarde, em 1531, D. João III torna-a Vila.
Durante o século XVI este local conhece inúmeros lugarejos devido à forte dispersão de localidades.
Ao longo dos tempos é alvo de grandes impasses no seu desenvolvimento, tais como a peste e as invasões Francesas.
A configuração do actual concelho é delimitada em 1836 pela reforma administrativa de Rodrigo da Fonseca Magalhães, entre 1940 e 1950.
Património
Com o despertar das temperaturas floresce o esplendor das acácias, camélias e hortenses que associados ao verde dos vales e montanhas despertam para o maravilhoso sossego e frescura do rio e albufeira.
Localizado no centro de Portugal, zona de transição entre a lezíria ribatejana a sul e a montanha a norte, tem um Património Natural de que se destaca a Lagoa da Albufeira de Castelo do Bode e o Rio Zêzere com as suas praias fluviais lindíssimas. Também a Zona Florestal, preenchida por um vasto manto de pinheiros e eucaliptos, para além de uma vasta variedade de outras espécies, proporciona um espaço patrimonial de reconhecido interesse, bem como de rara beleza. Assim são acolhidas muitas espécies animais que vêm enriquecer toda a zona zoo-botânica.
Do seu património Cultural Monumental é de realçar a famosa Torre Pentagonal de raiz romana e de perfil templário na localidade de Dornes, de onde se pode observar todo o resplandecer do branco casario debruçado sobre a albufeira de Castelo do Bode. De entre as suas Igrejas e Capelas, destaca-se a Igreja Matriz de Dornes de origem medieval com talhas douradas no interior e orgão de tubos com varandim do séc.XVI.
Em Águas Belas destaca-se da Igreja Matriz a belíssima custódia de prata dourada em cruz diamantada. É ainda de destacar na sede de concelho, no interior da Matriz, a riqueza em talhas douradas, pinturas e esculturas antigas e cadeiras setecentistas. Dignas de visita são também as restantes Igrejas pois todas elas possuem pinturas, azulejos e outros valiosos tesouros.
Do seu Património Artístico são de salientar as actividades de Artesanato típicas de recriação dos antigos barcos de pesca no rio, bem como a cestaria em vime. Também a azulejaria e a arte sacra são património artístico que em Ferreira do Zêzere atingem uma raridade imensurável.
O Jardim da Praça em Ferreira do Zêzere e a Aldeia turística de Dornes, com o seu casario branco que identificam a região da Costa de Prata, constituem património único que é indispensável conhecer nos momentos complementares às suas visitas obrigatórias ao centro da bela nação de Camões.
Monumentos
Igreja de Nª Sª da Graça, Matriz de Areias
Capela de S. Pedro de Castro
Igreja de Dormes
Igreja de Santo Aleixo, Matriz do Beco
Pelourinho de Pias
Pelourinho de Águas Belas
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